“Mãe! Isso já era. Hoje não é
mais assim!”
"Tenho quatro filhos praticamente adultos, e convivo com mais quatro,
também adultos, filhos do casamento anterior de meu atual marido. Sou Fátima,
de sessenta anos. Impossível não ter vontade de aconselhar um filho quando a
sensação de desastre é iminente, existe vontade louca de poupar sofrimento,
como se pudéssemos tirar as arestas e pontos escuros da vida. Nos encontros de família,
comecei a escutar repetidamente a frase acima, e ficava magoada com meus presentes
de experiência nas mãos, inúteis, não desejados...
Precisava
preservar a melhor relação possível, por mim, por eles, e mais ainda pelos
queridos netos – quero todos sempre próximos e com uma boa experiência de
relacionamento em família!
Tenho o hábito de ao me
deitar, fazer o balanço do dia, me perguntando o que aprendi, e o que devo desaprender.
Passei por momentos complicados, como todo mundo passa, e a prática funciona
como uma espécie de auto-cura para mim. Desabafei também com amigos e amigas, e de
repente veio a sugestão de uma postura mais leve, colocando meu pensamento
diferente do que o do filho como uma alternativa de visão e não uma verdade
definitiva – afinal um diamante, em seu brilho luminoso, tem mais de cinqüenta
faces! A verdade também pode ser vista de vários ângulos.
Percebi
que deveria respeitar mais, não me contrapor, no máximo, com gentileza plantar
uma dúvida, com a delicadeza de quem mostra mais uma bela flor para ser vista,
entre muitas. Mudei. Mais tarde, em meu sexagésimo aniversário, estes queridos
filhos me presentearam com uma viagem para a Argentina, com marido incluído
(ficou muito feliz). Na volta, ainda ganhei uma festa-surpresa!".
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