quinta-feira, 25 de agosto de 2016

FALTA ESSÊNCIA PARA QUEM SÓ VÊ APARÊNCIA
   Meu nome é Thayson, tenho 22 anos. Nasci no Maranhão, e quando tinha 6 anos de idade minha família veio para a cidade de São Paulo, e desde os 14 anos moramos em Nova Odessa.
   Tenho paralisia cerebral, derivante de aplicação de remédio inadequado quando eu era recém-nascido. Ando mais lentamente que as demais pessoas, assim como tenho dificuldade para organizar minha fala. Gaguejo, mas consigo me expressar muito bem, questão de ter paciência de me ouvir. É bastante triste e desagradável quando as pessoas olham para meus limites físicos e concluem por conta própria que existe um limite intelectual. Machuca desnecessariamente.
   Tenho secundário completo, escola SESI, fiz curso de Técnico em Eletromecânica no SENAI de 2010 a 2012, procuro trabalho, mas não encontrei até o momento. Acho que a situação atual do país também colabora para este quadro.
   Minha mãe trabalha como assistente social, e foi no serviço que soube da oportunidade que eu teria de frequentar o curso de Almoxarifado para pessoas com deficiência do SENAI.  Aprendo coisas diferentes, coisas novas.
   Gosto muito de jogar futebol, não escolho posição, vou 3 vezes por semana. Não tirei carta de motorista ainda, mas sei que se eu tiver a habilitação destinada às pessoas com deficiência terei acesso a descontos significativos na compra de um carro.
   Namoro com certeza, já tive dois casos mais “sérios”. Jogo vídeo game, amo pagode e música sertaneja, e não perco nenhuma festa de minha família, que é muito unida.
   O que eu mais quero agora é encontrar um trabalho em que eu seja registrado.
“As pessoas de hoje em dia não olham o que você tem por dentro, olham o
que você tem por fora. ” – Thayson Santana Moreira, o entrevistado.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:bfritzsons@gmail.com

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