A Parques de Sintra tem em curso o projeto “Parques de Sintra Acolhem Melhor”, que pretende melhorar as condições de acessibilidade aos Parques e Palácios sob gestão da empresa e constituí-los como exemplo de boas práticas do turismo acessível e da igualdade de acesso ao Património natural e construído.
Este projeto, com um investimento global de cerca de 2 milhões de Euros ao longo de 2 anos, e cofinanciado pelo Turismo de Portugal em 25%, teve como ponto de partida uma aprofundada investigação sobre as melhores práticas e conta com a consultoria de várias associações nacionais do setor, nomeadamente a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal), a APS (Associação Portuguesa de Surdos) e a Associação Salvador.
Decorre até junho de 2015 e implicou a integração na empresa de uma bolseira de doutoramento para a investigação das boas práticas, análise de casos de estudo e dos produtos disponíveis no mercado global. Desta forma, foi definida a melhor estratégia e selecionadas as melhores opções de acordo com os impactos pretendidos.
O projeto “Parques de Sintra Acolhem Melhor” pretende melhorar o acesso de uma maior diversidade de visitantes, nomeadamente no que respeita a:
- condições de mobilidade – acesso físico: nomeadamente novos equipamentos e adaptações físicas dos espaços;
- qualidade dos serviços prestados;
- alterações nas plataformas e métodos de comunicação.
Palácio da Pena possui plataformas elevatórias que permitem acesso aos terraços, loja, restaurante e cafetaria
Dada a impossibilidade de alterações físicas profundas no Património natural ou construído, foi necessário recorrer à aquisição de novos equipamentos. Assim, foram adquiridas 10 cadeiras de rodas para disponibilizar aos visitantes através de marcação prévia, com a especificidade de serem mais leves (13kgs); 4 veículos de tração (swiss-trac) para puxar cadeiras de rodas em locais com inclinação até 20%; 1 trepador de escadas para utilização no Palácio da Pena (que se encontra ainda em fase de testes e que permitirá o acesso entre os terraços e a cafetaria); 3 plataformas elevatórias (uma no Palácio da Pena e outras duas no Castelo dos Mouros); dezenas de bancos de jardim integrados no projeto de definição de novas zonas de descanso em cada Parque; e 6 rampas amovíveis, para colocação e remoção sempre que necessário (as rampas são particularmente úteis na medida em que permitem aumentar a área de visita disponível a pessoas com mobilidade condicionada – por exemplo, no Palácio de Sintra, até ao momento só conseguiam visitar cerca de 100m2 do edifício, e agora passam a conseguir visitar mais de 600m2.
Adicionalmente, os novos autocarros híbridos que fazem o percurso da entrada do Parque até ao Palácio da Pena permitem o transporte seguro de pessoas em cadeira de rodas.
A Parques de Sintra está também a trabalhar em modelos tridimensionais dos Palácios (maquetes) que permitam dar a conhecer espaços que se mantém inacessíveis a alguns visitantes, e também plantas táteis que permitirão melhorar a orientação autónoma por parte de cegos, desenvolvidas com o apoio da ACAPO.
A estes equipamentos adicionam-se naturalmente as alterações físicas possíveis nos espaços, nomeadamente a reserva de lugares de estacionamento para visitantes com deficiência, o restauro contínuo de pavimentos para melhor circulação, a inserção de corrimões nas zonas com escadas, a alteração das instalações sanitárias para serem acessíveis a cadeiras de rodas, e a inclusão de elevadores sempre que possível (como foi o caso no Palácio da Pena, com um novo elevador entre a loja, restaurante e cafetaria).
No que respeita às melhorias nos serviços disponibilizados, cerca de 100 colaboradores que lidam diretamente com o público, assistiram já a formações sobre as principais normas e boas práticas, bem como de sensibilização para a deficiência, para que estejam aptos a lidar com uma maior diversidade de visitantes. Adicionalmente, até ao final do verão, mais de duas dezenas terão aulas de língua gestual portuguesa (numa formação realizada pela APS, que fará também consultoria ao nível da formação de guias para a realização de visitas guiadas a pessoas com deficiência auditiva).
Está também a ser estudado pela ACAPO o desenvolvimento de visitas sensoriais aos Parques (a lançar durante este verão) que permitirão conhecer a fauna e a flora no seu habitat natural através da utilização de todos os sentidos.
No que respeita a aplicações multimédia, será adicionado conteúdo áudio e de língua gestual em 3 idiomas à aplicação Talking Heritage, que a Parques de Sintra disponibiliza a todos os visitantes através de smartphones pessoais ou emprestados pela empresa. Esta integração de língua gestual será testada pela APS.
Equipamentos de tração motorizados que se acoplam à cadeira de rodas, auxiliam na subida de trajetos íngremes
Será também implementado um serviço de interpretação de língua gestual através de videochamada que permitirá aos cidadãos com deficiência auditiva comunicarem com a Parques de Sintra, esclarecendo dúvidas ou pedindo informações. Este funcionará através de um intermediário especializado, que comunicará em simultâneo com a pessoa com deficiência auditiva (através de vídeo) e com os elementos do centro de atendimento telefónico da empresa (através de telefone).
Relativamente às plataformas e métodos de comunicação, as melhorias foram introduzidas ao nível do online, dos materiais impressos e da sinalética. O novo website da Parques de Sintra inclui a descrição das condições de acessibilidade em todos os polos sob gestão da empresa e, por outro lado, foi desenvolvido para ser acessível a cidadãos com deficiência, apresentando-se no nível AAA do WCAG 1.0. Os mapas impressos dos Parques da Pena, de Monserrate e do Castelo dos Mouros, oferecidos a todos os visitantes, dispõem agora de indicações dos percursos mais aconselháveis para pessoas com mobilidade condicionada, bem como da localização de zonas de inclinação acentuada. Está atualmente a ser estudada com a ACAPO a adaptação destes mapas a versões táteis que permitam, aos visitantes com deficiência visual, circular nos Parques. Em termos de sinalética, a mesma passará a incluir pictogramas além dos textos, para ser compreendida por visitantes com baixa literacia ou que desconheçam a língua portuguesa e inglesa.
Foram também criadas tabelas de preços com valores reduzidos para pessoas com deficiência, que têm em conta a área visitável disponível em cada parque ou monumento.
Fonte: Portal do Jardim
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segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Um dia a gente atinge este nível de excelência
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