Publicada em 07/08/2014
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Estudo defende que filho deve destinar 5% do que ganha para ajudar pais
por Emily Canto Nunes
Velhice custa até R$ 144 mil por ano
Rio - O custo anual da velhice pode ultrapassar o preço de um carro de luxo. Foi o que mostrou levantamento do Instituto Dsop de Educação Financeira, que apontou ser preciso que os filhos destinem em média 5% do que ganham por mês para ajudar os pais no futuro. Em pouco mais de 15 anos, a participação dos idosos na população brasileira será quase igual à dos jovens, segundo o IBGE.
A comerciante Lenise Alcântara, de 60 anos, acredita que seus três filhos vão ajudá-la ao menos com um pouco do que podem.
“Meu filho faria isso, porque ele me ajuda bastante e ele tem essa consciência de ajudar os pais. Claro que isso é só se os pais não tiverem boa condição, porque do contrário são eles que devem ajudar os filhos”, disse.
O estudo levou em consideração as despesas com um idoso que necessite de atenção 24 horas por dia, como a contratação de cuidadores. O valor total chega até R$ 144 mil ao ano. Para comparação, um carro Audi A3, modelo 2014, custa cerca de R$ 120 mil.
No Brasil, o benefício mínimo de um aposentado é de R$ 722,90 por mês, o que não dá condições de arcar com os vários gastos decorrentes da velhice, como medicamentos. Até quem recebe o teto (R$ 4.396) pode ter dificuldades e precisar recorrer ao SUS.
Em um levantamento feito com ajuda do geriatra Clineu Almada, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e de empresas especializadas em idosos, só os medicamentos já assustam. Na Ultrafarma, rede de farmácias, o ticket médio de gasto com remédios sai por R$ 105,63, sendo 75% dos clientes idosos. Ou seja, por ano, um idoso é levado a gastar mais de R$ 1.200 em medicamentos.
Já os exames de rotina — de sangue e de imagem, feitos anualmente — em um laboratório particular sairiam por cerca de R$ 3.871 segundo dados do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica. Isso sem contar a consulta ao geriatra, que, em centros urbanos, pode variar de R$ 400 a R$ 1 mil por encontro de acordo com Almada.
Se preferir investir em plano de saúde, a família também pode enfrentar dificuldades: o plano individual Medial 115, da Amil, para maiores de 59 anos, por exemplo, que dá direito a quarto privativo em internação, custa R$3.685,55 por pessoa em contratos individuais, e R$2.579 para os familiares.
O educador financeiro do instituto Dsop, Reinaldo Domingos, ressalta a importância de os filhos começarem a pensar o quanto antes se vão precisar e como poderão ajudar seus pais quando estes envelhecerem. Segundo o especialista, menos de 1% dos aposentados pelo INSS são independentes financeiramente e, quando não, contam com o auxílio de familiares — a maioria — ou não conseguem deixar de trabalhar.
“As pessoas pensam na assistência médica dos filhos, delas próprias, mas não refletem sobre os pais, que podem se transformar em um grande problema financeiro no futuro”, afirma Reinaldo Domingos.
Para os filhos que desejam se preparar para ajudar seus pais quando estes chegarem à velhice, o educador recomenda que comecem a análisar como estão suas reservas e como o orçamento pode render mais.
Plano de saúde é um começo para cuidar dos pais
Estando na condição de investir em uma aposentadoria sustentável para os pais, que vá além dos gastos com saúde e cuidados pessoais, e englobe também o lazer deles, os filhos devem começar a poupar. O quanto antes, melhor. “Assim como é preciso destinar uma parte do dinheiro para os filhos para a faculdade, para comprar um carro ou mesmo para suas aposentadorias, é necessário pensar no pai e na mãe que podem se tornar como filhos um dia se não tiverem condições de se financiar”, diz Domingos.
O educador sugere que, desde cedo, os filhos busquem um plano de saúde, mesmo que sejam mais baratos e só para idosos, para ajudar a diluir alguns custos da velhice com idas frequentes ao médico e exames, simples ou mais complexos.
Quando chegam à velhice, os pais podem ter dezenas ou nenhuma doença, grave ou não, e por isso Domingos recomenda que os filhos protejam suas finanças. “Diante da gravidade da situação, depender exclusivamente do SUS pode ser demorado e um filho pode até quebrar financeiramente tentando salvar a vida dos pais”, ressalta o especialista.
Vale lembrar que todos os planos de saúde possuem um período de carência de 24 meses para doenças pré-existentes, e que deixar para contratar um só quando a doença surgir pode acabar saindo muito mais caro.
Outra alternativa que o educador sugere é de criar um plano de previdência para os pais ou investir em títulos de longo prazo do Tesouro Direto.
“É preciso projetar esse futuro. Se a pessoa começar a planejar hoje é possível adequar o investimento à sua realidade e não ser surpreendido pela necessidade de ajudar o pai ou a mãe. Se não usar, ótimo, o dinheiro pode se tornar do próprio filho, para que a aposentadoria seja sustentável no futuro”, explica Domingos.
O educador financeiro sugere, ainda, que as pessoas tentem separar parte dos seus ganhos líquidos mensais para arcar com um plano de saúde e outros custos que possam surgir com a velhice dos pais.
“Se deixar para o futuro, o filho é quem vai pagar a conta. Todo mundo tem ideia de quanto custa, sentimentalmente, perder um pai ou uma mãe”, destaca o especialista em educação financeira.
Fonte: O Dia Online - 06/08/2014 http://www.endividado.com.br/noticia_ler-39057,estudo-defende-que-filho-deve-destinar-5-do-que-ganha-para-ajudar-pais.h
Rio - O custo anual da velhice pode ultrapassar o preço de um carro de luxo. Foi o que mostrou levantamento do Instituto Dsop de Educação Financeira, que apontou ser preciso que os filhos destinem em média 5% do que ganham por mês para ajudar os pais no futuro. Em pouco mais de 15 anos, a participação dos idosos na população brasileira será quase igual à dos jovens, segundo o IBGE.
A comerciante Lenise Alcântara, de 60 anos, acredita que seus três filhos vão ajudá-la ao menos com um pouco do que podem.
“Meu filho faria isso, porque ele me ajuda bastante e ele tem essa consciência de ajudar os pais. Claro que isso é só se os pais não tiverem boa condição, porque do contrário são eles que devem ajudar os filhos”, disse.
O estudo levou em consideração as despesas com um idoso que necessite de atenção 24 horas por dia, como a contratação de cuidadores. O valor total chega até R$ 144 mil ao ano. Para comparação, um carro Audi A3, modelo 2014, custa cerca de R$ 120 mil.
No Brasil, o benefício mínimo de um aposentado é de R$ 722,90 por mês, o que não dá condições de arcar com os vários gastos decorrentes da velhice, como medicamentos. Até quem recebe o teto (R$ 4.396) pode ter dificuldades e precisar recorrer ao SUS.
Em um levantamento feito com ajuda do geriatra Clineu Almada, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e de empresas especializadas em idosos, só os medicamentos já assustam. Na Ultrafarma, rede de farmácias, o ticket médio de gasto com remédios sai por R$ 105,63, sendo 75% dos clientes idosos. Ou seja, por ano, um idoso é levado a gastar mais de R$ 1.200 em medicamentos.
Já os exames de rotina — de sangue e de imagem, feitos anualmente — em um laboratório particular sairiam por cerca de R$ 3.871 segundo dados do Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica. Isso sem contar a consulta ao geriatra, que, em centros urbanos, pode variar de R$ 400 a R$ 1 mil por encontro de acordo com Almada.
Se preferir investir em plano de saúde, a família também pode enfrentar dificuldades: o plano individual Medial 115, da Amil, para maiores de 59 anos, por exemplo, que dá direito a quarto privativo em internação, custa R$3.685,55 por pessoa em contratos individuais, e R$2.579 para os familiares.
O educador financeiro do instituto Dsop, Reinaldo Domingos, ressalta a importância de os filhos começarem a pensar o quanto antes se vão precisar e como poderão ajudar seus pais quando estes envelhecerem. Segundo o especialista, menos de 1% dos aposentados pelo INSS são independentes financeiramente e, quando não, contam com o auxílio de familiares — a maioria — ou não conseguem deixar de trabalhar.
“As pessoas pensam na assistência médica dos filhos, delas próprias, mas não refletem sobre os pais, que podem se transformar em um grande problema financeiro no futuro”, afirma Reinaldo Domingos.
Para os filhos que desejam se preparar para ajudar seus pais quando estes chegarem à velhice, o educador recomenda que comecem a análisar como estão suas reservas e como o orçamento pode render mais.
Plano de saúde é um começo para cuidar dos pais
Estando na condição de investir em uma aposentadoria sustentável para os pais, que vá além dos gastos com saúde e cuidados pessoais, e englobe também o lazer deles, os filhos devem começar a poupar. O quanto antes, melhor. “Assim como é preciso destinar uma parte do dinheiro para os filhos para a faculdade, para comprar um carro ou mesmo para suas aposentadorias, é necessário pensar no pai e na mãe que podem se tornar como filhos um dia se não tiverem condições de se financiar”, diz Domingos.
O educador sugere que, desde cedo, os filhos busquem um plano de saúde, mesmo que sejam mais baratos e só para idosos, para ajudar a diluir alguns custos da velhice com idas frequentes ao médico e exames, simples ou mais complexos.
Quando chegam à velhice, os pais podem ter dezenas ou nenhuma doença, grave ou não, e por isso Domingos recomenda que os filhos protejam suas finanças. “Diante da gravidade da situação, depender exclusivamente do SUS pode ser demorado e um filho pode até quebrar financeiramente tentando salvar a vida dos pais”, ressalta o especialista.
Vale lembrar que todos os planos de saúde possuem um período de carência de 24 meses para doenças pré-existentes, e que deixar para contratar um só quando a doença surgir pode acabar saindo muito mais caro.
Outra alternativa que o educador sugere é de criar um plano de previdência para os pais ou investir em títulos de longo prazo do Tesouro Direto.
“É preciso projetar esse futuro. Se a pessoa começar a planejar hoje é possível adequar o investimento à sua realidade e não ser surpreendido pela necessidade de ajudar o pai ou a mãe. Se não usar, ótimo, o dinheiro pode se tornar do próprio filho, para que a aposentadoria seja sustentável no futuro”, explica Domingos.
O educador financeiro sugere, ainda, que as pessoas tentem separar parte dos seus ganhos líquidos mensais para arcar com um plano de saúde e outros custos que possam surgir com a velhice dos pais.
“Se deixar para o futuro, o filho é quem vai pagar a conta. Todo mundo tem ideia de quanto custa, sentimentalmente, perder um pai ou uma mãe”, destaca o especialista em educação financeira.
Fonte: O Dia Online - 06/08/2014 http://www.endividado.com.br/noticia_ler-39057,estudo-defende-que-filho-deve-destinar-5-do-que-ganha-para-ajudar-pais.h
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