Cirurgia plástica na terceira idade é possível, mas requer cuidados
O cirurgião deve perceber se o paciente realmente tem condições físicas de passar por uma operação
Por especialista,médico Wagner Montenegro, de 13/02/2014
Com o aumento da expectativa de vida, cada dia cresce mais a porcentagem de pessoas na terceira idade que estão ativas e que buscam não só por atividades e relacionamento que contribuam com a sua saúde, mas também que prezem por seu bem-estar, qualidade de vida e beleza.
Muitas dessas pessoas se deparam com um descompasso entre a sua aparência e seu estado de espírito, elas se olham no espelho e não veem por fora a jovialidade que sentem por dentro. Mesmo com a ajuda de uma dieta balanceada e da prática regular de exercício, os sinais naturais do envelhecimento são inevitáveis com o avanço do tempo. Nesse sentido, a cirurgia plástica se tornou uma escolha para muitos desses senhores e senhoras que buscam alinhar as partes física e mental.
Existe idade para uma plástica?
Há pessoas que não se considerem aptas à cirurgia plástica única e exclusivamente por conta da própria idade. Mas, na verdade, o limite para a realização de cirurgias plásticas em pessoas mais velhas é a saúde do paciente, não sua idade cronológica. Se o paciente estiver saudável e a cirurgia for compatível com as condições clínicas dele, o cirurgião plástico pode fazer o procedimento.
No momento dos exames pré-operatórios o médico realiza uma investigação mais criteriosa da saúde do paciente idoso, exigindo não só a lista de exames padrão, mas também outros mais minuciosos, como o Holter e o teste ergométrico. Há casos em que o paciente não consegue fazer o teste ergométrico, o que já demonstra que ele não está apto a passar por um procedimento cirúrgico com fins estéticos. Já no caso de um paciente com problemas de locomoção, que anda muito devagar e com dificuldade, ele não está apto a uma plástica de abdômen ou mama, mas pode se submeter a técnicas de menor porte, como é o caso da blefaroplastia (também chamada de plástica de pálpebras) e do rejuvenescimento facial, ou lifting facial.
Cuidados especiais
A cirurgia em um paciente da terceira idade também exige cuidados diferenciados. É possível fazer uma abdominoplastia ou uma plástica para elevação ou redução das mamas em uma paciente idosa? Sim, porém, cada uma delas deve ser realizada de forma separada e ambas com uma técnica cirúrgica mais enxuta, pensada para acontecer mais rápido e com um menor descolamento de pele. A associação de dois ou mais procedimentos numa única cirurgia não é recomendada ao paciente com mais idade.
Por conta do envelhecimento natural do organismo, há particularidades no paciente da terceira idade. Um exemplo claro é a circulação sanguínea, que se torna mais dificultada com o avanço da idade. O cirurgião plástico não pode fazer grandes retalhos ou descolamentos de pele, já que a recuperação desses tecidos pode ficar comprometida após a cirurgia; e o tempo cirúrgico tem que ser pequeno, o mais reduzido possível, mantendo o paciente por pouco tempo sob o efeito da anestesia.
O processo pós-cirúrgico depende muito da saúde do paciente idoso e pode variar de caso a caso. A cicatriz no paciente jovem é mais forte, ela fica vermelha, mais grossa e se forma mais rápido porque as células do organismo são novas e mais ágeis. No paciente da terceira idade as células são mais lentas, o resultado final demora mais para aparecer, mas a cicatriz fica mais fina, pois a pele é fina, o que esteticamente resulta em uma cicatriz mais bonita.
Em geral os pacientes mais idosos têm cerca de 75 anos de idade e buscam por melhorias em seu rosto. A cirurgia acaba contribuindo para a autoestima desse paciente, influenciando positivamente em seu bem-estar nos relacionamentos pessoais e amorosos. O cirurgião plástico irá trabalhar dentro das possibilidades clínicas do paciente, com o objetivo de atender às expectativas da pessoa em relação à cirurgia, sem expor a saúde dele a riscos.
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