Adaptações chegam a padrão mais econômico
Imóveis preparados para a terceira idade entram na mira de construtoras
Oferta ocorre a partir de pedido de comprador e ainda é considerada incipiente, apesar de diretrizes da legislação
De olho no crescimento da população acima dos 60 anos, muitas construtoras aceitam pedidos de adaptação de unidades ainda na planta -inclusive no segmento econômico.
Pelo menos um apartamento em cada empreendimento lançado pela Gafisa em São Paulo é adaptado, segundo o diretor de negócios da construtora, Octavio Flores.
A empresa tem um programa que prevê alterações, sem custo extra. Ele contempla, por exemplo, a ampliação do vão das portas (para cadeirantes), o nivelamento do piso no banheiro, a troca de louças e metais e o reforço da alvenaria para barras de apoio.
"Os pedidos são mais frequentes para médio e alto padrão. Mas o último que registramos foi no Fantastique, mais econômico."
Já a incorporadora Tecnisa adota, desde 2010, soluções para atender os compradores na casa dos 60 anos e que são 15% dos clientes.
"Percebemos que, pensando na hora de projetar, não aumentamos o custo da construção. É uma questão de especificar o material adequado", diz Gisele de Luca, gerente de projetos da empresa.
Com foco em produtos econômicos, a MRV Engenharia oferece a possibilidade há um ano e meio. Segundo Juliana Lopes, gestora de projetos da MRV, cerca de 98% dos condomínios têm, ao menos, 3% de unidades modificadas.
A construtora Kallas, que atua no segmento popular com a Kazzas, oferece apartamentos adaptados, desde a concepção do projeto, independentemente do padrão.
ESCOLHA
Segurança e acessibilidade pesaram na compra do imóvel, segundo Maria Rita Tostes da Costa Bueno, 84. "Eu e meu marido, Roberto, observamos a acessibilidade à piscina. Em casa, incluímos barras, fixadores nos tapetes, luzes e botões de emergência."
Segundo a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Sheila Walbe Ornstein, o imóvel ideal para idosos deve evitar acidentes e permitir independência (leia mais acima).
A arquiteta Karina Afonsa valoriza medidas simples e econômicas. "Barras de apoio, torneiras e misturadores de fácil acionamento e pontos de luz que guiem pelos cômodos ajudam muito."
Preocupado com o bem-estar, o editor de livros Lafayette Megale, 79, adaptou o imóvel, na Bela Vista, com rampa de acesso, portas de correr e pisos com material antiderrapante. "As mudanças ficaram excelentes e gastei cerca de R$ 10 mil."
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