Não quero só receber, quero contribuir, produzir!
Sou
Alessandro,tenho 32 anos, uma filhinha de um ano, e não sei se ela tem, como eu
“Osteogênesis imperfecta”. Chamam de ossos de vidro ou de cristal. Depois de
seu nascimento soube que poderia ter feito orientação genética. Temos vários
casos em família, de diferentes graus de gravidade. Nascemos com falhas em toda
estrutura óssea, tanto em tamanho como densidade. Fraturas acontecem
espontaneamente, ou com movimentos bruscos, ou quedas e esbarrões . Minha
primeira fratura aconteceu aos nove meses, no fêmur. Aos cinco anos na
clavícula, e depois nos braços foram dezessete fraturas. Todas com dor.Ao todo
calculo umas quarenta “quebraduras”. Cansei de ser engessado. Quando fraturava
o braço direito escrevia com o esquerdo na escola. Na fratura seguinte
alternava. Até uma professora, na segunda série dizer que não tinha jeito,
melhor desistir. Não há cura, só cuidados – alimentação boa e exercícios
sempre. Minha mãe conta que teve um trabalho imenso para que eu recebesse o
benefício a que tenho direito do INSS. Consigo andar, devagar, mas consigo. Fiz
o supletivo.Tentei cantar em uma banda, deu certo por um tempo. Fiz curso de
assistente administrativo no PAT. Busquei trabalho, fiz várias entrevistas, mas
todos os possíveis contratantes me aconselharam a não arriscar iniciar um
trabalho – perderia um benefício já garantido para toda a vida. Só depois
descobri que estávamos desinformados, hoje posso solicitar a suspensão do
benefício durante dois anos, e se algo não der certo solicitar a reativação
Agora volto à luta, quero trabalho! Tenho filhinha para criar, família para
amar!Quero crescer com pessoa e provar que minha deficiência não é maior que
minha eficiência!
. “Se há alguma
sabedoria na minha vida, é saber esperar.” – José Saramago.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva,
psicóloga, e-mail:bfritzsons@gmail.com
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