DO TRENZINHO DA ALEGRIA PARA A
MARIA-FUMAÇA
Sou figura conhecida, trabalho hoje em
local que comercializa frutas/verduras e legumes. Gosto de usar um bonito boné
e óculos escuros redondos, para compor meu visual de 62 anos, acrescentando um
bom sorriso. Sou Carlinhos, e aqui comecei participando de campanhas
promocionais, fazendo barulho alto em um trio elétrico, em que tocava bateria (de
ouvido), anunciando as inaugurações em diferentes cidades. Em seguida fui
registrado pela primeira vez em minha vida aqui, aos 50 anos, enfim a
segurança! Comecei pacoteiro, e fui
evoluindo: repositor, faxineiro, carga/descarga, até conseguir a função de
hoje, motorista. Minha primeira atividade profissional durou muitos anos, tinha
um “Trenzinho da Alegria”, e transportava as crianças pelos bairros da cidade,
apitando e tocando um sino que guardo até hoje. Animava festas infantis, me
vestia de palhaço, tinha muitos patrocinadores, não me preocupava em ser
empregado registrado. Sustentei assim, por muitos anos, a família, eduquei dois
filhos, que hoje tem bons empregos e são bem parceiros. Minha esposa costura,
mas o que ganha é dela. Já faz vinte e poucos anos que participo de uma banda
musical, agora já suficientemente conhecida e respeitada para cobrar pelo seu trabalho
alegrando as festas. Também toco há anos em grupo musical voluntário, que
alegra os passeios da Maria Fumaça que faz Campinas-Jaguariúna. Somos
recompensados passando o chapéu para as colaborações, e cantamos desde música
sertaneja até sugestões dos passageiros, participando do trabalho do grupo que
procura preservar este patrimônio histórico, sem fins lucrativos. O espaço é
usado para locação de novelas, festas de fim de ano e casamentos – é só
alegria!
“Viva pelo prazer! Nada envelhece
tão bem quanto a felicidade!” – Oscar Wilde
Caso real, Elizabeth Fritzsons da
Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com
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