DOR PODE SER AVISO AMIGO, SE VOCÊ ESCUTAR.
Sou Rita, tenho 57 anos.
Faz dois anos, tomando banho, minha mão esbarrou involuntariamente no bico de
meu seio e senti dor. Examinei o local e encontrei pequeno nódulo. Busquei
ajuda médica, não me apavorei, fiz exames dos quais nunca tinha ouvido falar,
precisei de cirurgia na mama esquerda. A direita tinha dois nódulos, benignos. Bom
sentir o marido companheiro, a filha pesquisando na internet medicação natural
que evitasse vômito. Percebi parentes se afastando, o que não foi confortável,
e maior proximidade dos colegas de trabalho, o que me fez muito bem. Meu cabelo
caiu todo, mas com um lápis no olho, um blush e um batonzinho eu me sentia perfeitamente
bem, apesar de careca. Agradeço ao meu patrão ter permitido que eu não usasse lenços.
Trabalhei cerca de um ano e meio assim, o tempo das quimioterapias e das
radioterapias. O cabelo era liso, renasceu cacheado. Em setembro devo fazer
ressonância e mamografia, para avaliar se conseguimos realmente afastar a
doença. Sinto medo. Precisei do suporte de antidepressivos.
Soube ser firme com
a dor física. Já enfrentei cirurgia bariátrica, precisava chegar ao meu peso
ideal para escapar de cirurgia arriscada e de resultado duvidoso em minha
coluna. Mantenho os 36 quilos perdidos há 15 anos, muito feliz.
Preciso ainda
aprender a lidar com a dor emocional. Minha mãe tem 82, saúde já fragilizada. A
convivência com ela é extremamente desagradável. Tem duas cuidadoras. Preciso
passar em sua casa todos os dias, usando tempo que falta para minha família.
Sei que deveria agir de forma diferente, e simplesmente não consigo.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga,
e-mail: bfritzsons@gmail.com
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