A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.146/2015) estabelece em seu capítulo IX que: “a pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas”.
Apesar da LBI estar em vigor no Brasil desde janeiro deste ano, ainda é comum pessoas com deficiência passarem por situações de constrangimento e humilhação. Foi o que aconteceu nesta sexta-feira, 17, com a filha da jornalista Wendy Baskerville e do advogado Antonio Aragão no parque Hopi Hari, que fica às margens dos Rodovia dos Bandeirantes, em Vinhedo, no interior de SP. A família mora em Santos, no litoral paulista.
O casal levou as duas filhas para conhecer o parque. A menina mais velha, de 14 anos, tem paralisia cerebral. “Assim que chegamos na porta do parque, a funcionária se recusou a carimbar o braço da minha filha para permitir o acesso porque disse que ela é ‘especial’ e não poderia entrar em determinados brinquedos”, diz Wendy.
“Eu expliquei que ela tem autorização da médica para andar em todos os brinquedos, que não tem restrição nenhuma”, contou a jornalista ao blog Vencer Limites, por telefone, aos prantos, enquanto aguardava a chegada de uma gerente do parque para resolver a situação.
“Nós fomos à Disney neste ano e lá ninguém impediu minha filha de andar em nenhum brinquedo. Além disso, ela foi tratada com todo o respeito e educação. Muito diferente dessa humilhação aqui no Hopi Hari”, desabafou Wendy. “Fui obrigada a assinar um papel, concordando com as restrições, senão teria de esperar a chegada de uma gerente ou não poderia ficar no parque”.
A jornalista afirma que nenhum médico do parque apareceu ou foi acionado para determinar se a filha dela teria ou não restrições. “Tudo foi feito por uma funcionária que não tem nenhum conhecimento sobre isso”, afirma Wendy.
Ela publicou no Facebook uma foto da filha chorando. E escreveu: “Hopi Hari o pior parque do mundo. Que não respeita as pessoas com deficiência! !! Enquanto em todos parques da Disney a pessoa tem preferência, aqui a pessoa é humilhada e desrespeitada !!! Compartilhem !!”.
O blog Vencer Limites entrou em contato com o Hopi Hari, por meio da assessoria de imprensa, para obter explicações sobre o caso. Em nota enviada por e-mail, o parque respondeu que “não há informações sobre o acontecimento relatado e nenhum registro da ocorrência no serviço de atendimento ao visitante neste dia 17 de junho”.
Após a resposta, o blog enviou à assessoria de imprensa as imagens dos documentos fornecidos pelo parque e assinados pela família. O Hopi Hari ainda não se manifestou.
Fonte: Estadão
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quinta-feira, 7 de julho de 2016
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