sábado, 25 de julho de 2015

CINQUENTA E DOIS ANOS - E UM NOVO MOMENTO!

   Meus pais, lavradores, tiveram vários filhos. Ensinaram que éramos absolutamente iguais a todas as pessoas, e que para melhorar a vida, a luta era por nossa conta.
   Trabalhei limpando pés de café, plantei e colhi algodão, fui babá e empregada doméstica (aonde aprendi muito), recepcionista e auxiliar de escritório, por muitos anos.
   Tive ótimos patrões, gostaria de ter continuado, mas a minha estrutura de familiares não tinha condições de assumir parte do tempo cuidando de meu filhinho.
   Assumi ser mãe/esposa em tempo integral, logo engravidei de minha filha. É decisão trabalhosa, pois lavo, passo, cozinho, faço as compras e cuido de todos os documentos/contas dos quatro contando com minhas duas pernas e com os ônibus da vida. Os filhos já têm nível universitário, com muita luta pelas suas bolsas de estudo.
         Assumi por anos também e de coração os cuidados com meu sogro, doente em seu fim de vida. Ele e minha sogra fizeram minha primeira festa de aniversário, aos vinte e dois anos!
Durante dez anos administrei um tumor ainda benigno de hipófise quase como se não fosse meu, tal a correria.  Sarei, a medicação custou osteoporose. Providenciei academia.
   Ganhei máquina de bordar computadorizada – e não consegui chegar ao fim do segundo ciclo escolar! Minha futura nora, já aluna do SENAI, sugeriu informática básica nesta escola.
   Fiz a inscrição, temerosa em ser “ velha” entre jovens. Qual a reação? Foi ótima, estou amando, o próximo curso que desejo fazer lá é o de corte e costura! E encantada, recebo todo apoio e incentivo de marido e filhos! Meu nome é Lindaura.
“ Sejamos como a primavera que renasce cada dia mais bela...Exatamente porque nunca são as mesmas flores. ” – Clarice Lispector.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com

   

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