CINQUENTA E
DOIS ANOS - E UM NOVO MOMENTO!
Meus pais,
lavradores, tiveram vários filhos. Ensinaram que éramos absolutamente iguais a todas
as pessoas, e que para melhorar a vida, a luta era por nossa conta.
Trabalhei limpando
pés de café, plantei e colhi algodão, fui babá e empregada doméstica (aonde
aprendi muito), recepcionista e auxiliar de escritório, por muitos anos.
Tive ótimos patrões,
gostaria de ter continuado, mas a minha estrutura de familiares não tinha
condições de assumir parte do tempo cuidando de meu filhinho.
Assumi ser
mãe/esposa em tempo integral, logo engravidei de minha filha. É decisão
trabalhosa, pois lavo, passo, cozinho, faço as compras e cuido de todos os
documentos/contas dos quatro contando com minhas duas pernas e com os ônibus da
vida. Os filhos já têm nível universitário, com muita luta pelas suas bolsas de
estudo.
Assumi por anos também e de coração os
cuidados com meu sogro, doente em seu fim de vida. Ele e minha sogra fizeram
minha primeira festa de aniversário, aos vinte e dois anos!
Durante dez anos administrei um tumor
ainda benigno de hipófise quase como se não fosse meu, tal a correria. Sarei, a medicação custou osteoporose.
Providenciei academia.
Ganhei máquina de
bordar computadorizada – e não consegui chegar ao fim do segundo ciclo escolar!
Minha futura nora, já aluna do SENAI, sugeriu informática básica nesta escola.
Fiz a inscrição,
temerosa em ser “ velha” entre jovens. Qual a reação? Foi ótima, estou amando,
o próximo curso que desejo fazer lá é o de corte e costura! E encantada, recebo
todo apoio e incentivo de marido e filhos! Meu nome é Lindaura.
“ Sejamos como a primavera que renasce cada dia mais
bela...Exatamente porque nunca são as mesmas flores. ” – Clarice Lispector.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:
bfritzsons@gmail.com
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