sexta-feira, 31 de julho de 2015

ACHAVA MEU CASAMENTO UM DUETO. É UM SOLO.

   Sou Ivana, tenho cinquenta anos. Casei aos vinte e quatro, e coloquei todas as expectativas de minha vida em fazer de meu marido um homem feliz. Se ele estivesse feliz, eu também estaria.
   Seus compromissos profissionais nos levaram a constantes mudanças de cidade. Fui professora de nível primário, com especial habilidade para ajudar crianças com dificuldades de alfabetização – será que isto reforçou minha postura de me desdobrar para atender?
   Durante quinze anos trabalhei apesar das constantes trocas de cidade – novo trabalho, nova casa, nova relação de amigos – e saudades do que havia deixado para trás. Até que decidi usar todo o meu tempo cuidando da casa e da querida filha.
   Tantas mudanças me fizeram não perceber que eu estava presa a uma pessoa que não se ligava ao casamento com a mesma intensidade emocional de que eu era capaz. Para dizer a verdade, acho que eu era meio sufocante.
   Perceber que ele tinha se permitido uma pequena aventura foi a oportunidade para eu me afastar e me repensar – eu precisava de uma transformação! Fui morar sozinha com minha filha (hoje com vinte e quatro anos). Ele veio nos buscar, tempos depois.
   Viemos para esta cidade. Estamos coexistindo. Encontrei muitas respostas para várias perguntas de minha vida em espaço holístico, no esoterismo. Se puder usar tudo que está disponível na Internet, terei condições de me articular profissionalmente na área, fiz vários cursos.
   Estou cursando informática básica no Senai. O professor e meus colegas se assustaram com meu grito de alegria quando consegui manobrar o computador sozinha. Era um grito de liberdade.


“A liberdade é uma planta que cresce depressa, quando ganha raízes. ” – George Washington.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com

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