domingo, 10 de maio de 2015

SÁB, 09 DE MAIO DE 2015 02:02      ACESSOS: 105
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Fotos: Márcio Fernandes-EstadãoFuncionários do  Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), em São Paulo, estão sendo treinados para atender melhor pacientes idosos.
P
ara isso, nas últimas semanas, os 7 mil funcionários experimentaram todas as dificuldades enfrentadas por pacientes mais velhos.O treinamento inédito vai desde subir degraus altos, até usar muletas, bengalas...Os idosos representam 60% das internações realizadas no Hospital na capital paulista.
 
A iniciativa serviu para que os agentes da instituição compreendam melhor as diferentes maneiras de prestar atendimento a esse público.
Circuito 
Cada funcionário foi convidado a percorrer um circuito – a atividade durou cerca de 15 minutos, por pessoa. 
Ali, tiveram de andar sobre a brita com um pé só, usando andadores, muletas e bengala. 
Também precisaram preencher um formulário com palavras impressas de forma embaçada, dificultando a visão. 
Recebiam a instrução de um médico, mas em um volume muito baixo, para que não conseguissem ouvir direito. 
Para exemplificar aos funcionários a dificuldade de olfato e paladar, que muitas vezes leva o idoso a colocar mais sal e açúcar na comida, expondo-o a problemas como hipertensão e diabetes, a equipe de nutrição do Iamspe preparou um composto que parecia uma gelatina de morango, mas que não tinha gosto, nem cheiro. 
Vestindo uma luva de borracha grossa, o participante também precisou escrever o seu nome em uma lista de presença.
Objetivo
A iniciativa do Iamspe teve como objetivo conquistar o selo Hospital Amigo do Idoso, lançado pelo governo do Estado e que será entregue a instituições públicas e privadas que implantarem rotinas de assistência especializada à pessoa idosa. 
O Hospital do Servidor Estadual quer ser o primeiro a receber o selo. Uma das exigências do selo é que a instituição aprimore seus conceitos e valores para o cuidado da pessoa idosa.
“A compreensão que os profissionais de saúde têm, principalmente do público idoso, interfere diretamente na maneira como a assistência é prestada”, comenta o superintendente do Iamspe, Latif Abrão Junior.
“Sendo assim, é preciso possibilitar que vivenciem esta fase da vida para que a compreendam e possam atender e tratar as condições que afligem a pessoa idosa, estimulando-as e capacitando-as para um envelhecimento ativo e saudável.”
Pelo treinamento, os funcionários experimentaram dificuldades de visão, locomoção, audição e paladar – além, é claro, das doenças típicas de quem tem idade avançada.
“Como profissional, a gente imagina que entende o lado do outro. Mas depois dessa experiência, vi que nem sempre é assim”, comenta a enfermeira Patricia Orlandeli Mendonça Amaral, de 32 anos.
“Até comentei com os colegas: na próxima vez que um idoso estiver demorando na minha frente, não vou mais perder a paciência.”
“De certa maneira, já estamos sensibilizados com o idoso por conta do nosso dia a dia.
Mas só participando da oficina é que conseguimos entender realmente o quão difícil é para esse público executar as tarefas mínimas do dia a dia”, ressalta o médico infectologista e acupunturista Marco Broitman, de 40 anos, gerente clínico do HSPE.
“Ao caminhar na brita, por exemplo, podemos perceber a dificuldade de mobilidade do idoso – e o quanto costumamos minimizar essa dificuldade. Depois da experiência, entendemos que o problema é realmente impactante.”

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