segunda-feira, 10 de março de 2014

Caso real - avó sem se sentir idosa, surpresa com os sessenta anos!

BLOG MISTURE TUDO  - Quando fiz sessenta anos senti um impacto !



    Sou Esmeralda, tenho sessenta anos e meio agora, e todas as impressões que eu tinha de envelhecer não se encaixam na percepção que tenho de minha pessoa. Já tenho quatro netos, dois morando em cidade próxima e dois aqui mesmo, e é deliciosa a tarefa de contrabalançar as exigências de espaço e demonstrações de afeto de cada um deles. É desafio acompanhar cada idade, revivendo um pouco da minha infância, com seus medos, ansiedades e alegrias, Gosto muito de ser a avó-colo, mas não fujo também de ser a avó-presta-atenção! Faço tudo isto com uma disposição que eu não via nos idosos quando era criança – caminho pelo menos seis quilômetros, três vezes por semana, já freqüentei aulas de kung fu, yoga, tai-chi. Sempre trabalhei como costureira teria feito o curós de Engenharia se fosse possível, mas a querida matemática também estava nas réguas e moldes, é uma boa profissão até hoje. Já fiz há pouco tempo curso de computação, de auxiliar de escritório e de empreendedorismo no SEBRAE. Não tenho paciência para ver noticiário da televisão (só noticias ruins) e novelas (só exemplos ruins, pouca coisa boa para aprender). Participo há vinte e três anos de grupo de estudos filosóficos, que me rejuvenesce o espírito, me faz revisar valores, mostra como melhorar o convívio com meus semelhantes, me faz entender um pouco mais o Homem no Universo. Penso que isto me preparou especialmente para ser a avó necessária para uma criança que nasceu com amiotrofia espinhal, e precisa viver em um UTI doméstica, inteligente, conseguindo se comunicar piscando o olhinho. A traqueotomia impede sua fala.Mas ele adora passear. A alegria de toda a família é que ele já  superou todas as expectativas médicas de sobrevivência.Já tentamos até células-tronco,continuamos lutando. Sabemos que é uma deficiência que não tem tratamento possível, no momento. É esperado que sua irmã sinta um certo ciúme do tempo e dedicação que seu irmãozinho exige, mas estamos atentos, procurando todo equilíbrio possível nesta realidade. Acho que é por isto tudo que não uso fila de idoso, vaga de idoso, cartão de estacionamento especial. Não seria justo, ainda é cedo. Ainda é meu tempo de ajudar, e gosto muito de fazer isto!


“Há uma primavera em cada vida é preciso cantá-la assim florida” – Florbela Espanca.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com




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