TUDO COMEÇOU COM UMA VALSA!
Sou Maria de Lourdes, tenho 61 anos, faço os serviços “de rua” da casa
de minha mãe, com 83 anos, ativa, capaz de lavar suas roupas e seu quintal.
Hoje sou casada com Alfredo, de 93 anos, que tem filhas mais velhas do que eu!
É meu segundo casamento – eu não imaginava casar de novo! A primeira relação
foi de muito sofrimento, com infidelidade e violência desnecessária, uma
condição financeira de vida muito boa, que eu tentava manter em nome de filhos
e casamento. Com 47 anos deitei rica e acordei pobre. Ele organizou sua vida em
outra cidade, com outra pessoa e me deixou as contas para pagar. Sorte que na
primeira traição já tinha conseguido a escritura da casa em que morava em nome
das filhas – ao menos um teto! Fui trabalhar como torcetriz
, ganhava muito bem atendendo
quatro firmas, em três cidades próximas entre si, sem escolher dia ou hora,
estafante! Sobrevivemos. Anos depois, uma amiga me arrastou para um baile, mais
freqüentado por quem gostava de músicas mais antigas. Eu me sentia
absolutamente desconfortável, até enxergar um senhorzinho que me olhou e
sorriu. Meu coração intuiu – “Esse é respeitador!”. Veio me convidar para
dançar uma valsa- um sonho em minha vida, nunca tinha experimentado! Foi um
deslumbramento! Ele era um dançarino experiente, premiado em muitos concursos
de valsa, sozinho há nove anos. Do namoro, passamos à convivência, e logo ao casamento.
Continuamos dançando! Pediu que eu não trabalhasse mais, para ficarmos mais
tempo juntos. Como casal, assessoramos uma porção de idosos que moram no mesmo
prédio que o nosso, em situações do cotidiano como buscar verduras em horta,
acompanhar em consultas médicas, ou mesmo conversar. Somos um feliz
casal-cuidador!
“Uma bela velhice é comumente,
recompensa de uma bela vida.” – Pitágoras.
Caso Real, Elizabeth Fritzsons da
silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com
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