ESPANTAR OS MALES. OU CHAMAR O
BEM?
O burburinho e a conversa lembram um bando de passarinhos convivendo, cada
um marcando com suavidade seu território. Estamos no ensaio de um coral de
pessoas idosas (CIVI) que existe há muitos anos. O clima é de cooperação, compromisso
de agenda positiva, gera poucas arestas e diferenças. Cada uma tem uma razão
pessoal para participar – Janete, 77 anos gosta de soltar a voz, tocava violão,
migrou para o coral, acha ótimo expressar emoções, segundo ela maiores nesta idade,
acha este espaço social capaz de gerar muitas amizades – Juraci, 71 anos, já
cantou em coral de sua igreja durante vinte e dois anos, hoje tem seu primeiro
dia aqui, sente que precisa sair um pouco de casa, o marido faleceu
repentinamente, há pouco tempo – Ida, 87 anos, sempre cantou em sua igreja, e
está aqui desde o início, gosta de ficar no “meio do povão” – Lourdes, 72,
quatro anos de coral da sua igreja, “fico alegre, faz bem para mim!” – Cleide,
66 anos, quatro no coral da faculdade, gosta de compartilhar experiências de
vida e valores diferentes-Maria Helena, 64 anos, sente bem estar e descontração
– Rosa, 72 anos, gosta de música, é a primeira experiência, aprende a ter mais tolerância,
a conviver com diferenças – Kazu, 62 anos, não sabia cantar nada e ficou
encantada com o acolhimento – Terezinha, 63 anos saboreia a alegria, as emoções
fluindo – Maria Antonieta, 73 anos, dos bailes foi para o coral da igreja, e aqui
sente que as letras das musicas tocam o coração e ajudam a enfrentar a vida.
Existiriam outros depoimentos, cada um com sua visão pessoal, mas a constante é
a convivência harmoniosa e cooperativa, muito mais forte do que em outras
idades. A razão seria por que: “A amizade apenas encontra sua plena irradiação
na maturidade da idade e do espírito” (?) – Marcus Cícero
Caso real, Elizabeth Fritzsons da
Silva, psicóloga, e-mail bfritzsons@gmail.com
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