Você já fez uma faxina na sua vida?
Tenho observado um fenômeno interessante: mulheres que decidem fazer uma verdadeira faxina nas suas vidas.
O processo começa com uma insatisfação difusa e um enorme desejo de mudar, limpar, simplificar.
Algumas desfazem amizades, como uma professora de 49 anos: "Tinha uma amiga de infância que sempre me criticou e me botava para baixo. Resolvi deletar da minha vida todas as pessoas destrutivas, inclusive velhas amigas. Estou finalmente livre da energia negativa delas. Foi uma verdadeira faxina existencial."
Outras mudam a forma de viver, como uma jornalista de 51 anos: "Eu morava em um apartamento de quatro quartos, cheio de coisas que acumulei na vida. Não conseguia me desapegar por razões afetivas: casaco que ganhei do meu pai, echarpe da minha mãe, CDs do ex-marido. Mudei para um conjugado e dei 80% das minhas coisas: sapatos, bolsas, roupas lindas, muitas ainda com a etiqueta. Minha vida ficou mais simples, mais leve e muito mais gostosa."
Outras são mais radicais, como uma médica de 58 anos: "Estava no auge da minha profissão, ganhando muito dinheiro e sendo convidada para congressos. Depois de décadas focada na minha carreira, cheguei ao limite. Odeio viajar, não gosto das pessoas arrogantes que encontro nesses eventos, cansei de sorrir e de dar beijinhos em gente chata. Larguei tudo e estou estudando filosofia. Quero curtir a vida do meu jeito: ler livros, ver filmes, ter tempo para fazer o que eu gosto. Foi uma revolução".
Em todos os depoimentos aparece a decisão de usar o tempo de uma forma mais prazerosa, investir nos próprios desejos, jogar fora o que é excessivo ou não serve mais, mesmo que tenha sido algo importante em outra fase de vida. É uma sensação de urgência, de basta, de recomeço.
Uma advogada de 63 anos mostra que o tempo é um capital: "Chega de desperdiçar a vida pensando em dinheiro, prestígio, poder. Chega de perder tempo com gente babaca. O tempo é uma riqueza. Aprendi a dizer não (sem culpa) para tudo o que me faz mal. E a dizer sim (com prazer) só para o que é realmente importante. Parece fácil, mas levei 60 anos para descobrir que a liberdade é o segredo da minha felicidade".
E você? Já fez (ou precisa fazer) uma faxina na sua vida?
O processo começa com uma insatisfação difusa e um enorme desejo de mudar, limpar, simplificar.
Algumas desfazem amizades, como uma professora de 49 anos: "Tinha uma amiga de infância que sempre me criticou e me botava para baixo. Resolvi deletar da minha vida todas as pessoas destrutivas, inclusive velhas amigas. Estou finalmente livre da energia negativa delas. Foi uma verdadeira faxina existencial."
Outras mudam a forma de viver, como uma jornalista de 51 anos: "Eu morava em um apartamento de quatro quartos, cheio de coisas que acumulei na vida. Não conseguia me desapegar por razões afetivas: casaco que ganhei do meu pai, echarpe da minha mãe, CDs do ex-marido. Mudei para um conjugado e dei 80% das minhas coisas: sapatos, bolsas, roupas lindas, muitas ainda com a etiqueta. Minha vida ficou mais simples, mais leve e muito mais gostosa."
Outras são mais radicais, como uma médica de 58 anos: "Estava no auge da minha profissão, ganhando muito dinheiro e sendo convidada para congressos. Depois de décadas focada na minha carreira, cheguei ao limite. Odeio viajar, não gosto das pessoas arrogantes que encontro nesses eventos, cansei de sorrir e de dar beijinhos em gente chata. Larguei tudo e estou estudando filosofia. Quero curtir a vida do meu jeito: ler livros, ver filmes, ter tempo para fazer o que eu gosto. Foi uma revolução".
Em todos os depoimentos aparece a decisão de usar o tempo de uma forma mais prazerosa, investir nos próprios desejos, jogar fora o que é excessivo ou não serve mais, mesmo que tenha sido algo importante em outra fase de vida. É uma sensação de urgência, de basta, de recomeço.
Uma advogada de 63 anos mostra que o tempo é um capital: "Chega de desperdiçar a vida pensando em dinheiro, prestígio, poder. Chega de perder tempo com gente babaca. O tempo é uma riqueza. Aprendi a dizer não (sem culpa) para tudo o que me faz mal. E a dizer sim (com prazer) só para o que é realmente importante. Parece fácil, mas levei 60 anos para descobrir que a liberdade é o segredo da minha felicidade".
E você? Já fez (ou precisa fazer) uma faxina na sua vida?
Mirian Goldenberg é antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autora de 'Coroas: corpo, envelhecimento, casamento e infidelidade' (Ed. Record). Escreve às terças, a cada 15 dias.
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