Fabricante japonesa investe em smartphone para a terceira idade
NEC lança no mercado francês aparelho com botões maiores e funções menos complexas
Faixa de 65 anos, crescente e cada vez mais conectada, é oportunidade de negócios para empresas
Em lugar de concorrer com marcas dominantes, como a Samsung e a Apple, a Fujitsu quer ocupar um nicho --o dos consumidores mais velhos, que, segundo a companhia, nem sempre são atendidos adequadamente por produtos como o iPhone o Galaxy.
Em parceria com a Orange, a Fujitsu começou a vender na França um smartphone que usa uma tecnologia conhecida como Raku-Raku, ou "fácil-fácil".
O aparelho Raku-Raku tem tela de toque e oferece acesso à internet, mas vem com botões maiores e outras características dirigidas a usuários mais velhos, que ocasionalmente enfrentam dificuldades com a complexidade dos smartphones convencionais.
"Acreditamos que o smartphone ofereça benefícios a esses consumidores", diz Toru Mizumoto, diretor da Fujitsu.
Em parceria com a NTT DoCoMo, maior operadora japonesa de telefonia móvel, a Fujitsu vendeu 20 milhões de celulares Raku-Raku no Japão desde que os introduziu, em 2000. Dez milhões desses aparelhos continuam em uso ativo uma década mais tarde.
Embora a maioria deles sejam modelos antiquados e convencionais, a Fujitsu e a DoCoMo lançaram um smartphone Raku-Raku no Japão um ano atrás.
Os fabricantes do Japão tendem a se concentrar no mercado interno, introduzindo recursos considerados inovadores no país, mas que em outros mercados são encarados como excêntricos e menos atraentes.
Embora os consumidores de terceira idade possam constituir um nicho de mercado, eles representam oportunidade crescente na maioria dos países industrializados. No Japão, 39% da população terá mais de 65 anos de idade em 2050, ante 23% em 2010, de acordo com o Serviço de Estatísticas japonês.
Na França, a faixa dos 65 anos ou mais será de 25% da população em 2050, ante 17% em 2010, segundo a ONU.
"Se você é um produtor de menor porte e não tem muita presença na Europa, faz sentido considerar essa espécie de nicho", diz André Malm, analista da Berg Insight, empresa de pesquisa sueca. "É um mercado subatendido."
A população com mais de 65 anos pode estar crescendo, mas essa faixa também está se tornando mais jovem --ao menos em termos de sua afinidade pela tecnologia. As pessoas que se aposentarão em 2020 e 2030 são ativas no Twitter e Facebook hoje.
"Vemos que há grande parcela da população idosa disposta a adotar o smartphone", diz Augustin Becquet, que comanda a divisão de aparelhos da Orange.
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