Imagine que você é uma moça de dezenove anos, que acabou o ensino médio e quer trabalhar. De repente percebe os dedos das mãos muito endurecidos, e não está frio. Daí começa sensação de formigamento nos dedos, nas mãos, braços e pernas. Surge dor de cabeça bem forte, acompanhada de mal-estar, fraqueza, tontura, vista embaçada. O primeiro diagnóstico (errado) foi de anemia. Foram dois anos de incertezas, com ocasionais internações hospitalares de dias para “controlar” quadros convulsivos. Daí, finalmente, o diagnóstico certo (esclerose múltipla), e o “milagre”- no caso de Kátia, o remédio funcionou acima da expectativa, houve reversão de todos os sintomas. A injeção, em dias alternados, fornecida pelo nosso sistema de saúde, impede completamente os surtos, em seu caso. A doença é esclerose múltipla, é crônica, afeta o cérebro, e o cordão espinal. Pode desencadear ainda depressão, dificuldades de fala e coordenação. Raramente existe dor. Afeta principalmente adultos, é mais comum entre mulheres, na faixa etária de 20 a 40 anos. A origem da doença ainda não é clara, poderia ser ataque do próprio sistema imunológico ao sistema nervoso central, ou falha metabólica, ou ataque do vírus Epstein-Barr, ou até falta de vitamina D na infância. O futuro de uma pessoa que sofre de esclerose múltipla depende muito do subtipo da doença, da força dos sintomas iniciais, da resposta individual à medicação e possível incapacidade progressiva. A expectativa de vida é quase a mesma da população não afetada, e em muitos casos é possível uma vida “normal”. Como para todos nós, o exercício físico é necessário, melhora a qualidade geral do organismo, e trabalha contra a depressão, oxigenando o cérebro e a vida. É preciso trabalhar a auto-estima e reorganizar sua própria imagem com novas habilidades, novas competências, que por sua vez exigirão do cérebro novas adaptações e crescimento de funções. Precisamos ficar atentos às pessoas à nossa volta que estão nesta faixa etária de risco e que apresentem períodos de visão turva e/ou pequenas alterações no controle da urina, sintomas que se vão em três ou quatro dias.Sucessivas ocorrências deste tipo, em três ou quatro anos podem ser indicativos de quadro de esclerose múltipla em instalação. Quanto mais cedo chegarmos ao diagnóstico, e à dose adequada, menos danos à saúde. Katia nos permite usar sua trajetória como um alerta e como uma esperança - hoje ela novamente busca trabalho, quer ser útil para a sociedade e produtiva para sua família. ’”Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo” – Dom Helder Câmara.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
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