quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Disléxicos também não reconhecem voz, afirma novo estudo

Capacidade de distinguir falas de pessoas não supera o acaso, segundo grupo do MIT

PAM BELLUCK
DO "NEW YORK TIMES"

A dislexia parece ser apenas um problema de leitura, no qual as pessoas misturam letras e não interpretam direito as palavras escritas. Mas um estudo na revista "Science" sugere que os disléxicos também têm problemas para reconhecer vozes.
John Gabrieli e Tyler Perrachione, do MIT (sigla inglesa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts), pediram a pessoas com e sem dislexia que escutassem gravações de vozes combinadas a personagens que apareciam nas telas dos computadores.
As pessoas tentaram associar as vozes aos personagens corretos, primeiro com áudio em inglês e depois numa língua diferente, o mandarim.
Os não disléxicos associaram corretamente as vozes aos personagens em quase 70% das vezes quando a língua era o inglês e 50% quando era o mandarim.
Mas as pessoas com dislexia eram capazes de fazer a mesma coisa apenas em metade das vezes, independentemente da língua apresentada nas gravações. Especialistas não envolvidos no estudo disseram que essa foi uma diferença notável.
"Em geral, você vê grandes diferenças na leitura, mas há diferenças sutis, no âmbito geral, entre indivíduos que sejam ou não afetados pela dislexia, quando a gama de testes é ampla", diz Richard Wagner, da Universidade Estadual da Flórida. "Esse efeito foi realmente enorme."

PERSISTENTE
A pesquisa mostra que as deficiências na linguagem falada persistem até mesmo quando os disléxicos aprendem a ler bem. Os voluntários do estudo eram, na maioria, jovens adultos altamente funcionais, de QI alto, que haviam superado suas dificuldades de leitura.
Os especialistas dizem que o novo estudo também mostra a interconectividade dos processos cerebrais envolvidos no ato da leitura.
Antes, pensava-se que o reconhecimento vocal era uma tarefa separada do entendimento da linguagem. Mas essa pesquisa mostra que ela envolve "a habilidade de ter todos esses componentes integrados de maneira automática", diz Maryanne Wolf, da Universidade Tufts.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

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