DA LAVOURA AO FACEBOOK
Sou Guilhermina, tenho 66 anos, nasci em Olímpia, trabalhava na roça. Com dezoito anos, depois de namorar dois anos sem “pegar na mão”, casei. Namoro daqueles tempos era só de se olhar! Meu companheiro trabalhava na lavouKra e cuidava do gado da
propriedade em que estava empregado. Hoje ele tem 73 anos. Temos dois filhos
casados, que lutam para criar meus cinco netos. Gostamos de ajudar, quando
conseguimos. Estamos em Americana faz vinte e quatro anos. Buscávamos melhores
oportunidades de trabalho. Meu marido se aposentou aos 65 anos, e fui à luta,
para poder melhorar a pequena renda que tínhamos para sobreviver. Conseguimos ter
casa própria. Com a quarta série do ensino fundamental, consegui vaga de
copeira em hospital.Depois de um ano ,
tive arritmia de tanto ver susto e sofrimento. Fui doméstica, e cobradora (mas
não suportei ficar sentada tanto tempo quieta). Fui catar papelão na rua. A
gente precisa começar bem cedinho, e ser rápido, não é fácil beber água e fica
muito complicado se alimentar. Quando eu acabava, logo depois do meio dia,
receava desmaiar. Quando finalmente consegui a minha aposentadoria, parei. Meu
marido ficou sócio de sindicato de aposentados. Fomos convidados para o forró, e
para as atividades do CIVI. Ele não
freqüenta, mas eu faço hidroginástica, aeróbica e musculação adaptadas,
aerodance e fiz o curso de informática duas vezes, por indicação de meu professor.
Com muita dificuldade, mas com alegria, estou pagando por um laptop, novinho,
Windows-8. Minha netinha, em três semanas que passou lá em casa, criou meu
facebook. Foi difícil aprender, eu brigava muito com o computador, minha mão
tremia, mas agora eu estou amando poder conversar com tanta gente boa! “Mas a
vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada.” – Cecília Meireles
Caso real, Elizabeth Fritzsons da
Silva, psicóloga. e-mail: bfritzsons@gmail.com
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