“Abençoada promessa!”
Adotei Tiago bebezinho, muito grata a Deus –
meu Eliseu tinha sido picado por escorpião, era bem pequeno, passava muito mal,
e no hospital prometi que se ele sobrevivesse adotaria uma criança. Sobreviveu!
Adotei ainda mais dois bebês – as pessoas percebem seu coração aberto, batem à
sua porta com o nenê no colo, impossível não acolher. Meu marido sempre foi parceiro,
uma benção! Foi talvez uma espécie de compensação ter mais estes três filhos,
pois dei a luz à sete crianças, mas perdi uma aos quatro meses, dois com um ano
e pouco e um adulto, de quarenta e um anos, com problemas cardíacos, numa
mistura de falta de conhecimento nossa e serviço de saúde precário. Casei
novinha, com dezessete anos, morando na roça, não tinha nenhuma informação
sobre planejamento de gravidez. Mudamos para cá, e fui cuidando dos filhos até
poder trabalhar. A hospitalização de Eliseu me rendeu convite para ser faxineira,
e depois copeira do hospital. Surgiu a oportunidade de fazer curso do SENAC, e me
tornei atendente de enfermagem. Trabalhava oito horas no hospital, estudava à
tarde e fazia todo o serviço da casa varando a noite. Sou Cleuza, hoje tenho 63
anos, aposentada por neuropatia da diabete, mas consigo ajudar quem está
morando em minha casa, como o Eliseu. Ele casou, descasou e tem um mocinho com
dezessete anos, autista. Convive com um de meus três filhos adotivos, que
também tem a mesma deficiência, mas é do tipo “Asperger”. Fala o tempo todo que
é feliz por me ter como sua mãe. Ele feliz? Sou mais ainda por poder ajudar e
amar toda esta família! São onze netos, quatro bisnetos, mais dois chegando!
"Deus não escolhe os
capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só
depende de nossa vontade e
perseverança".Albert Einstein
Caso real, Elizabeth
Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com.
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