SOU ANGELO, MAS TAMBÉM SOU O
PIRACICABA, O PIOLIM. O ALEMÃO
Com o passar dos anos fui acumulando
apelidos. Sempre fui dado, bem humorado, conversador, daí o apelido de palhaço.
Era loiro, forte, daí o apelido de alemão, e Piracicaba foi minha cidade natal.
Tenho hoje 76 anos, tive várias oportunidades de trabalho, juntei cinco
diplomas de especialidades em minha formação profissional – sempre trabalhei em
oficinas e no controle de fluidos em montadora de automóveis. Meus anos iniciais
de profissão são de um Brasil que desconhecia regras de segurança mínimas nas
empresas, e como sempre fui pessoa que gostava de desafios, escapei com vida de
acidentes como o de envenenamento grave por inseticida ingerido e aspirado
(meus pulmões ficaram tão preenchidos pelo tóxico que não conseguia mais falar,
um médico aspirou direto do pulmão com seringa), e de queda de altura
suficiente para quebrar costelas (que sararam sem nenhum exame ou medicamento,
só pela graça de Deus). Era um tempo sem capacetes de proteção, sem botas
antiderrapantes, sem máscaras ou luvas, sem regras de segurança. Por sorte,
sobrevivi! Sou casado, tenho quatro filhas e tive um filho que já se foi em acidente. Elas me
presentearam com quinze netos e um bisneto. Somos muito unidos, aprendemos a
usar o computador para nos falar. Eu e minha esposa, já aposentados, fazemos hidroginástica
e musculação adaptada, sempre juntos, se possível. Não temos carro, andamos
muito a pé, o que é saudável Coordeno o grupo de idosos do SESI há seis anos
(organizo os passeios) e síndico “vitalício” do prédio em que moro. Namorei
bastante, mas quando encontrei moça religiosa como eu (rezo o terço todos os
dias), bondosa, dando catecismo para as crianças, achei minha parceira! “Liberdade
na vida é ter um amor para se prender” – Fabrício Carpinejar. Caso real,
Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com
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