Crescem as evidências de que o Alzheimer pode ser transmissível
Um novo estudo realizado por pesquisadores suíços e austríacos lançou a hipótese de uma possível forma de transmissão da doença: por meio de cirurgia
A doença de Alzheimer pode ser transmitida durante alguns procedimentos médicos, como cirurgia, de acordo com os resultados de um estudo publicado nesta terça-feira, no periódico científico Swiss Medical Daily. No estudo, foram encontrados sinais de Alzheimer no cérebro de sete pacientes que haviam morrido de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), uma encefalopatia espongiforme transmissível de caráter neurodegenerativo que acomete os humanos e não tem cura. As informações são da revista científicaNature.
Os pesquisadores suíços e austríacos realizaram autópsias no cérebro das sete pessoas que haviam morrido em decorrência da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ). Esses pacientes foram infectadas com a rara condição décadas antes de morrerem, após receberem enxertos cirúrgicos de dura-máter (membrana que cobre o cérebro e a medula espinhal). Estes enxertos, preparados a partir de cadáveres humanos, estavam contaminados com a proteína príon que causa a doença.
Além dos danos causados pelos príons da DCJ, cinco dos sete cérebros examinados apresentavam placas de proteína beta-amiloide, associada ao Alzheimer, na matéria cinzenta do cérebro e nos vasos sanguíneos. De acordo com os cientistas, os pacientes, com idades entre 28 e 63 anos, eram muito jovens para terem desenvolvido essas placas. No grupo de controle, composto por 21 pessoas que haviam morrido de DCJ, mas que não haviam realizado enxertos cirúrgicos de dura-máter, não foram encontrados estes depósitos de proteína.
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