NOS MEUS BORDADOS, MEUS CUIDADOS, MINHA PRESENÇA
Meu bisneto mais “velho” tem 24 anos, o mais novo 2 anos. Sou Olívia, de
86 anos. Gerei 6 filhos, 4 mulheres e 2 homens.
Conheci quem seria meu namorado na casa de minha avó. Passei a morar com
ela depois que minha mãe faleceu. Tinha 12 anos, e minha avó 60, era muito
doente. Já havia perdido meu pai quando tinha 3 anos.
Reencontrei o moço em um baile, três meses depois. Ele me tirou para dançar,
achei ele bonito. Foi um ano de namoro, todos os domingos, casamos e passamos a
morar no sítio de seu pai, que criava gado. Eu tinha 18 anos e o para Jovino
faltavam três dias para completar 19 anos. Ele cuidava dos animais e eu do
serviço da casa
Ele já faleceu, levado precocemente por doença renal. Infelizmente esta dificuldade foi herdada por
alguns de meus filhos – precisei juntar forças para sepultar minha filha mais
velha, muitos anos atrás, ela tinha 47 anos. Outra filha fez hemodiálise
durante 10 anos, foi transplantada e se foi um ano depois. Tinha 62 anos. É a
coisa mais triste que pode acontecer em sua vida.
Nos aniversários da família, nos
casamentos, nas festas de fim de ano, meus familiares sempre vêm me buscar
aqui, na casa de idosas em que moro, e me visitam ou telefonam todos os dias.
Já morei com uma filha durante 23 anos, mas um dia uma tontura
inesperada me fez cair e quebrei o fêmur. Passei três meses sem poder colocar o
pé no chão.
Decidimos depois que seria mais adequado eu contar com o cuidado
constante que recebo aqui nesta casa.
Bordo e presenteio com meus trabalhos filhas, netas e bisnetas – um
carinho meu sempre presente!
“Haja
hoje para tanto ontem. ”
Paulo Leminski – Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva,
psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com
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