domingo, 21 de junho de 2015

NOS MEUS BORDADOS, MEUS CUIDADOS, MINHA PRESENÇA


   Meu bisneto mais “velho” tem 24 anos, o mais novo 2 anos. Sou Olívia, de 86 anos. Gerei 6 filhos, 4 mulheres e 2 homens.
   Conheci quem seria meu namorado na casa de minha avó. Passei a morar com ela depois que minha mãe faleceu. Tinha 12 anos, e minha avó 60, era muito doente. Já havia perdido meu pai quando tinha 3 anos.
   Reencontrei o moço em um baile, três meses depois. Ele me tirou para dançar, achei ele bonito. Foi um ano de namoro, todos os domingos, casamos e passamos a morar no sítio de seu pai, que criava gado. Eu tinha 18 anos e o para Jovino faltavam três dias para completar 19 anos. Ele cuidava dos animais e eu do serviço da casa                                                                           
   Ele já faleceu, levado precocemente por doença renal.  Infelizmente esta dificuldade foi herdada por alguns de meus filhos – precisei juntar forças para sepultar minha filha mais velha, muitos anos atrás, ela tinha 47 anos. Outra filha fez hemodiálise durante 10 anos, foi transplantada e se foi um ano depois. Tinha 62 anos. É a coisa mais triste que pode acontecer em sua vida. 
    Nos aniversários da família, nos casamentos, nas festas de fim de ano, meus familiares sempre vêm me buscar aqui, na casa de idosas em que moro, e me visitam ou telefonam todos os dias.
   Já morei com uma filha durante 23 anos, mas um dia uma tontura inesperada me fez cair e quebrei o fêmur. Passei três meses sem poder colocar o pé no chão.
   Decidimos depois que seria mais adequado eu contar com o cuidado constante que recebo aqui nesta casa.
   Bordo e presenteio com meus trabalhos filhas, netas e bisnetas – um carinho meu sempre presente!
 “Haja hoje para tanto ontem. ”

Paulo Leminski – Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.