FAO marca Dia Mundial da Alimentação destacando pequenos produtores
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Agência quer mais apoio para 500 milhões de profissionais do setor que se dedicam à agricultura familiar; em entrevista à Rádio ONU, diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, diz que monoculturas podem representar risco à segurança alimentar.
Segundo a ONU, existem 500 milhões destes profissionais em todo o mundo. E as atividades deles têm ajudado a preservar a biodiversidade agrícola e os recursos naturais.As Nações Unidas comemoram neste 16 de outubro o Dia Mundial da Alimentação. Este ano, a organização destaca o trabalho dos pequenos produtores na agricultura familiar.
Destaque
Em mensagem, o secretário-geral da ONU disse que o destaque combina com o Ano Internacional da Agricultura Familiar. Segundo Ban Ki-moon, todos os dias, consumidores recebem alimentos gerados por esses agricultores que concentram a maior parte de terras produtivas no mundo.
O chefe das Nações Unidas lembrou ainda que hoje existem 100 milhões a menos de famintos que há 10 anos. O resultado reforça a visão da Organização para Agricultura e Alimentação, FAO, de alcançar a meta da fome zero em todo o globo.
Nesta entrevista à Rádio ONU, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, falou sobre outras vantagens da agricultura familiar.
Diversificação
"Nós acreditamos, sinceramente, que os agricultores familiares têm um papel muito importante na preservação do ambiente porque eles são mais diversificados. Eles não são monocultores, não se dedicam ao cultivo de um só produto. Além disso, eles são majoritariamente os responsáveis pela produção de alimentos, na maioria dos países do mundo. E isso não só os alimentos tradicionais, as commodities, mas alimentos de mercados locais. Por exemplo, no Brasil – o feijão."
Para Graziano da Silva, a monocultura pode representar um risco para a segurança alimentar em muitos casos.
"Os agricultores familiares apresentam alternativas a nossa dieta que é hoje muito concentrada em torno das grandes commodities. Hoje, quatro produtos: o arroz, o trigo, o milho e a soja respondem por quase 80% da nossa alimentação. Isso é um perigo porque qualquer seca, como nós tivemos no ano passado no milho dos Estados Unidos, afeta e faz subir o preço lá na Índia, por exemplo, que não pode pagar a importação de um produto mais alto."
Crianças
No Dia Mundial da Alimentação, a FAO alerta que 800 milhões de pessoas ainda não têm o suficiente para comer. E uma em cada três crianças está malnutrida.
Ban encerrou a mensagem pedindo mais apoio para os pequenos produtores e a agricultura familiar. Ele disse que esses trabalhadores estão em desvantagem no acesso à tecnologia, serviços e mercados.
Além disso, eles sofrem com condições extremas do tempo, mudança climática e degradação ambiental.
Condições iguais de trabalho e produção para as agricultoras também é um dos desafios do setor.
Para aumentar o acesso à informação sobre segurança alimentar, a FAO anunciou uma parceria com a agência de notícias Thomson Reuters. O novo portal incluirá matérias sobre o tema além de manter um repórter especializado na sede da FAO em Roma.
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Fonte:http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2014/10/fao-marca-dia-mundial-da-alimentacao-destacando-pequenos-prod
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