COMPRANDO UM CAVALO, GANHEI UMA PROFISSÃO!
Quando comprei uma pele inteira de couro para trabalhar tive uma sensação incrível de poder. Poderia
recortar como quisesse, e escolher o que produzir! Sempre tinha feito meus trabalhos de
artesanato, desde os quinze anos, com retalhos industriais descartados, criando
em cima do limite encontrado. Eram tempos bem mais duros, eu produzia peças
para vender nos parques de diversão, feiras e quermesses, porque daí teria o
que gastar. Meu pai, um lavrador com oito filhos, nem sempre podia dar um
dinheirinho, para o transporte ou para o lanche. Eu ia a pé mesmo. Quando os
amigos me convidavam para comer eu dizia que era uma pena já tinha jantado, e
muito bem! Fui fazendo artesanato, terminei o colegial, casei, descasei e
trabalhei como eletricista em paralelo, sempre me qualificando cada vez mais.
Sonhava muito em ter um cavalo. Quando comprei o primeiro (já tive vários),
veio de presente junto um arreio quebrado. Inventei um jeito de consertar.
Amigos cavaleiros viram o serviço e trouxeram mais consertos – e não parei
nunca mais. Hoje uso vinte peles de couro por mês, em média. Sou Edson ,
com 60 anos, que tem uma selaria com sede própria, quase trinta anos de
trabalho, no segundo casamento, com esposa e filhas parceiras, que ajudam
quando o serviço aperta, pois além do comercio de cintos esporas, selas e
barrigueiras, tenho boa clientela em indústrias que pedem que desenvolva
diversos tipos de acessórios de couro para proteção de ferramentas de trabalho.
Adoro tanto ficar na loja, produzindo e atendendo, no meio deste cheiro de
couro, que nem percebo o passar das horas!
“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que
trabalhar nem um dia da tua vida” – Confúcio.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da silva, psicóloga, e-mail;
bfritzsons@gmail.com
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