Escritor com deficiência visual lança livro de poesia onde debate a educação, o amor e a esperança no futuro
Aos 32 anos o poeta André Herculano dos Santos está em seu terceiro livro, que chega às livrarias e bibliotecas de sua cidade natal, Santa Bárbara d'Oeste, nesta segunda-feira com o título "Reflexões de um Educador".
Escrever, editar e lançar uma obra literária é complicado para qualquer pessoa por toda a burocracia e custos que envolvem essa aventura intelectual, e no caso de André a dificuldade é mais acentuada, pois ele é deficiente visual.
Escrever, editar e lançar uma obra literária é complicado para qualquer pessoa por toda a burocracia e custos que envolvem essa aventura intelectual, e no caso de André a dificuldade é mais acentuada, pois ele é deficiente visual.
Poeta André Herculano dos Santos está em seu terceiro livro
Não por coincidência, vários poemas contidos no livro falam de superação e de críticas sociais. "Eu dei aula por muito tempo e percebia que o fato de o professor ser desvalorizado entristecia muitos profissionais. Aí fui escrevendo poemas pensando em todos esses problemas", conta o poeta.
No entanto, ele deixa claro que não se trata de uma obra puramente motivacional para profissionais da área de Educação. "Também há poemas sobre o amor e a vida de uma maneira mais ampla, sempre com uma mensagem de esperança", explica.
Início
Formado em Pedagogia e em Análise de Sistemas, André já lançou no mercado "Um Passo Para Compreender" e "Repensar: o Pensar e o Agir", os dois com foco na questão da deficiência física.
Desde a adolescência ele se interessa por poesia, e começou a escrever numa época em que não havia programas de computador que ajudassem aos cegos.
No entanto, ele deixa claro que não se trata de uma obra puramente motivacional para profissionais da área de Educação. "Também há poemas sobre o amor e a vida de uma maneira mais ampla, sempre com uma mensagem de esperança", explica.
Início
Formado em Pedagogia e em Análise de Sistemas, André já lançou no mercado "Um Passo Para Compreender" e "Repensar: o Pensar e o Agir", os dois com foco na questão da deficiência física.
Desde a adolescência ele se interessa por poesia, e começou a escrever numa época em que não havia programas de computador que ajudassem aos cegos.
"Antes eu pensava na poesia, passava para braile, depois alguém me ajudava a passar para a escrita com tinta e depois para o computador", lembra, sem nenhuma saudade.
A leitura também era um desafio, já que as publicações em braile se resumiam a obras clássicas.
"Acabávamos não tendo acesso a escritores e poetas mais modernos", resume.
Mesmo assim, André não se esquece dos obstáculos enfrentados por outros deficientes, e seu novo livro virá acompanhado por um CD, onde será possível às pessoas ouvirem suas criações, narradas por ele mesmo.
"O patrocínio que recebi do Fundo Pró-Cultura de Santa Bárbara d'Oeste possibilitou esses trabalho mais elaborado", comenta ele, que em 2005 foi premiado com o troféu "Educador Inovador", que homenageia as pessoas que se destacam em suas áreas com ações em favor da educação.
Na ocasião, ele foi reconhecido pelo trabalho desenvolvido na Escola Estadual Sinésio Martins, em Americana. Atualmente, ele trabalha em São Paulo, como analista de sistemas.
Braile
A integração de pessoas com deficiência visual acontece em várias frentes. No Ponto de Cultura Caixa de Luzes na Samest (Sociedade Amigos de Bairro do Parque Santo André, Parque Santa Amélia e Jardim Everest), em Hortolândia, estão disponíveis para as pessoas com deficiência visual 350 títulos de diversas áreas.
"Montamos essa biblioteca como um passo importante para iniciar a trajetória de intensificar a inclusão dos deficientes visuais. O acervo é, sem dúvida, um grande passo de interação", afirma a pedagoga da Biblioteca Municipal, Michele Blumer Zacarchenco.
Em Americana, o CPC (Centro de Prevenção à Cegueira) também disponibiliza alguns títulos para seus frequentadores, e nos últimos anos o local passou a adquirir obras atuais, como a série "Harry Potter" e outros best sellers que acabam por conquistar novos leitores sem o recurso da visão.
"Todas essas ações que estão acontecendo ajudam a criar mais possibilidades para que apareçam novos escritores ou mesmo melhores cidadãos, tenham eles alguma limitação física ou não", elogia André.
Grandes nomes da arte com deficiência visual
Ray Charles - Genial músico que mesclou a música gospel com o blues, ajudando a criar as bases da soul music.
A leitura também era um desafio, já que as publicações em braile se resumiam a obras clássicas.
"Acabávamos não tendo acesso a escritores e poetas mais modernos", resume.
Mesmo assim, André não se esquece dos obstáculos enfrentados por outros deficientes, e seu novo livro virá acompanhado por um CD, onde será possível às pessoas ouvirem suas criações, narradas por ele mesmo.
"O patrocínio que recebi do Fundo Pró-Cultura de Santa Bárbara d'Oeste possibilitou esses trabalho mais elaborado", comenta ele, que em 2005 foi premiado com o troféu "Educador Inovador", que homenageia as pessoas que se destacam em suas áreas com ações em favor da educação.
Na ocasião, ele foi reconhecido pelo trabalho desenvolvido na Escola Estadual Sinésio Martins, em Americana. Atualmente, ele trabalha em São Paulo, como analista de sistemas.
Braile
A integração de pessoas com deficiência visual acontece em várias frentes. No Ponto de Cultura Caixa de Luzes na Samest (Sociedade Amigos de Bairro do Parque Santo André, Parque Santa Amélia e Jardim Everest), em Hortolândia, estão disponíveis para as pessoas com deficiência visual 350 títulos de diversas áreas.
"Montamos essa biblioteca como um passo importante para iniciar a trajetória de intensificar a inclusão dos deficientes visuais. O acervo é, sem dúvida, um grande passo de interação", afirma a pedagoga da Biblioteca Municipal, Michele Blumer Zacarchenco.
Em Americana, o CPC (Centro de Prevenção à Cegueira) também disponibiliza alguns títulos para seus frequentadores, e nos últimos anos o local passou a adquirir obras atuais, como a série "Harry Potter" e outros best sellers que acabam por conquistar novos leitores sem o recurso da visão.
"Todas essas ações que estão acontecendo ajudam a criar mais possibilidades para que apareçam novos escritores ou mesmo melhores cidadãos, tenham eles alguma limitação física ou não", elogia André.
Grandes nomes da arte com deficiência visual
Ray Charles - Genial músico que mesclou a música gospel com o blues, ajudando a criar as bases da soul music.
Jorge Luis Borges - Mesmo após ficar cego, o poeta argentino não deixou de produtor e lançar livros.
Stevie Wonder - Multi-instrumentista que é referência para qualquer fã ou músico de black music.
Hermeto Pascoal - Albino, o percussionista brasileiro tem visão parcial, mas se notabilizou por tirar sons de qualquer objeto sobre o palco.
Jeff Healey - O canadense é um dos mais elogiados guitarristas das seis cordas de sua geração e tem grande base de fãs entre admiradores de blues.
Nenhum comentário:
Postar um comentário