segunda-feira, 11 de junho de 2012

Pessoas com deficiência e mercado de trabalho

Durante os meses de janeiro e fevereiro foram ouvidas 674 pessoas com deficiência, de todas as regiões do país sobre suas expectativas e percepções sobre o mercado de trabalho inclusivo



Pelo segundo ano consecutivo, a i.Social realizou a pesquisa “Pessoas com Deficiência: expectativas e percepções do mercado de trabalho”, com a intenção de ouvir novamente as pessoas com deficiência cadastradas em seu banco de dados a fim de comparar os resultados da pesquisa atual com a anterior.
Assim como na primeira versão da pesquisa (2011), a maior parte dos respondentes possui deficiência física (63,5%), seguida pela auditiva (26,5%) e visual (7,9%). “Do ano passado para esse, houve uma inversão entre as deficiências intelectuais e múltiplas: 1,2% dos respondentes têm deficiência intelectual, enquanto que 0,9% deficiência múltipla”, explica Júlia Rosemberg, gerente de projetos da i.Social.

Em relação à escolaridade dos respondentes, houve um leve aumento no grau de educação. Em 2011, 49% dos pesquisados tinham ensino superior em andamento e, na versão atual, a marca subiu para 53%.
Segundo Júlia, nos dados atuais, foi observada uma menor inserção no mercado de trabalho (formal ou informal). “Atualmente 38,5% dos pesquisados estão desempregados, enquanto que no ano passado, eram 29,10%”, avalia. Em 2011, apenas 7% estavam empregados em cargos técnicos, ao passo que em 2012, 21% dos respondentes o estão. “Houve um importante decréscimo de PCDs empregadas em cargos gerenciais (apenas 2% em 2012, contra 9% em 2011)”, enfatiza.

De um ano para o outro foi possível verificar um ligeiro aumento na pretensão salarial dos entrevistados. Em 2011, 41,6% dos pesquisados tinham a pretensão salarial de R$ 1.501,00 a R$ 4.500,00, enquanto que em 2012, 49,2% dos respondentes informaram ter essa mesma pretensão salarial.
Na pesquisa de 2011, as três barreiras citadas como impeditivas para a inclusão de profissionais com deficiencia no mercado formal de trabalho foram, em ordem de importância: poucas oportunidades, foco exclusivo no cumprimento de cota e oportunidades ruins. Em 2012, as barreiras citadas foram as mesmas, no entanto, alterou a ordem de classificação: oportunidades ruins, foco exclusivo no cumprimento de cota e poucas oportunidades.

Novidades na pesquisa
Três novas perguntas foram inseridas no levantamento de 2012, que trouxeram novas perspectivas para a pesquisa, embora seus resultados ainda não possam ser comparados. Em uma delas questionava-se sobre o respondente ter recebido alguma promoção em seu último emprego formal. “Observamos que ¾ dos respondentes não recebeu nenhuma promoção no último emprego e, se considerarmos que a maioria dos pesquisados está (ou ficou) há mais de um ano no atual emprego, podemos suspeitar, ainda que não afirmar, que mesmo com um tempo relativo de emprego, essas pessoas não estão evoluindo dentro da empresa”, avalia a gerente de projetos da i.Social.

Em outra questão foi abordado o que poderia ser interessante para a ampliação e/ou melhora da qualidade das vagas oferecidas pela Lei de Cotas. 31% dos pesquisados acreditam que deveria ter maior fiscalização, ou seja, que a punição é o caminho mais eficaz para o cumprimento da legislação. Enquanto isso, 25% avaliaram que o aumento da porcentagem de pessoas com deficiência na empresa seria uma saída e, 23%, o incentivo fiscal para as empresas contratantes.
A última inclusão na pesquisa questionava se o respondente já havia sofrido algum tipo de preconceito no ambiente de trabalho.Nos impressionou bastante o fato de 47% dos pesquisados já terem sofrido algum tipo de preconceito no ambiente de trabalho. Isso pode explicar que 93,5% dos respondentes considera que os profissionais de RH e gestores necessitam se informar e conscientizar sobre o tema da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, finaliza Júlia Rosemberg, gerente de projetos da i.Social.
Acessem o relatório completo da pesquisa em nosso site. Ele está disponível para download.


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