Pensamentos do pai Eliseu Acácio, a respeito da relação com pessoas que
são autistas.
Seu filho, Lucas Gabriel, hoje com dezessete anos, é pessoa com autismo.
Outubro/2013.
“Registro que os autistas sempre percebem quando são não somente bem
cuidados, mas, principalmente amados.
Percebem nos afagos com palavras, nos
olhares, no passeio sensível de nossas mãos.
Estejamos sempre atentos ao sentimento de
amor com demonstrações bem explícitas.
Acreditem – estamos sempre sob observação
de nossos amados filhos autistas!”
“Descanso...
Esse é o desejo e a necessidade de todos
nós, pais de autistas, após muitas horas com nossos filhos amados, muitos deles
interativos, com energia inesgotável!
Mas nem sempre conquistamos o descanso no
momento que desejamos.
Sempre ocorrem horas extras de trabalho e
cansaço...
Nossos corações, porém, são incansáveis na
produção e liberação de amor.
Há momentos em que os olhos pesam, a
desejar o sono. E o corpo parece flutuar, desejando descansar.
Não somente o corpo cansa, mas também a
mente.
Descanso... Essa conquista precisa ser
valorizada a cada momento.
De nossos amados autistas, não recebemos
apenas o cansaço.
Somos apaziguados por eles com abraços,
beijos, carinhos sempre sinceros.
Descansamos então das preocupações e
ansiedades, em dias mais azuis que sempre acabam acontecendo.
Descanso...em algumas famílias , o
revezamento dos cuidadores é uma alternativa. Mas, para muitas outras famílias,
a única opção é esperar que seu autista seja vencido pelo próprio cansaço. E,
não raro, a espera é longa...”
“Considero péssima o uso de força física por parte dos cuidadores de
crianças autistas para usar como contraponto a seus momentos de instabilidade,
interatividade e agressividade.
Desde os primeiros anos de vida de Lucas
Gabriel, quando sua força física era menor que a minha, sempre apostei na
autoridade da paciência e do amor. Como acertei nesta visão!
Hoje, meu autista é um rapaz com forças maiores que as minhas...
Em tempos difíceis, de surtos de agressividade constantes, quebrando
tudo o que pudesse alcançar, e já bem forte, eu segurava, todo o tempo que
fosse preciso, suas duas mãos.
Pouco a pouco, estas mãos foram se soltando das minhas, e passaram a me
abraçar, de forma constante, carinhosa, forte.
Aprendi com ele então que nossos
filhos autistas precisam conviver, desde pequenos com nossa força.Força na
luta, força na paciência, força no amor, força física e de pensamento.
E qualquer abordagem de tratamento usada,seja psiquiátrica,
medicamentosa ou técnica, precisa também desta mesma qualidade de força .
Trata-se de força amorosa.”
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