7 crianças que fizeram a diferença na história da humanidade
No da da criança, uma homenagem às crianças que fizeram diferença no mundo.
São meninos e meninas que tomaram iniciativas para melhorar a vida das pessoas.
A seleção tem desde o criador do Braile e até o menino que morreu lutando contra o trabalho infantil, e a jovem que foi baleada pelo Talebã por defender o estudo de meninas.
A lista dessas crianças extraordinárias foi feita pelo G1 e nós reproduzimos agora.
Louis Braille (acima) desenvolveu o método de leitura para cegos entre os 12 e 15 anos
Louis Braille
O francês Louis Braille tinha 3 anos quando sofreu um acidente na oficina de seu pai e furou um de seus olhos. Ele sofreu durante semanas com infecções, que se espalharam para o outro olho. Aos 5 anos, o menino estava completamente cego.
A dedicação de seus pais fez com que ele conseguisse estudar e desenvolver duas habilidades. Aos 10 anos, ele foi enviado a um instituto para jovens cegos em Paris, onde continuou estudando.
Aos 12 anos, ele conheceu um sistema de escrita para leitura no escuro desenvolvido por um capitão da Marinha francesa. Braille se interessou e decidiu aprimorá-lo – o sistema era rudimentar e não oferecia pontuação ou permitia a identificação da maneira correta de escrita das palavras - era baseado nos sons que cada uma delas representava.
O jovem trabalhou por três anos no sistema, utilizando todo seu tempo livre. Em 1824, quando tinha 15 anos, ele apresentou o sistema a seu mentor no instituto, que encorajou os outros alunos a utilizá-lo.
O sistema, hoje conhecido como Braile, tornou a vida e os estudos dos estudantes cegos muito mais fáceis e possibilitou seu acesso a uma gama muito maior de informação. Aos 19 anos, Louis Braille se tornou professor do instituto, onde permaneceu trabalhando até morrer, em 1843. Após sua morte, o sistema se espalhou pelo mundo.
A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai (Foto: AFP)
Malala Yousafzai
A paquistanesa Malala Yousafzai, atualmente com 16 anos, foi baleada na cabeça em outubro de 2012 em um atentado promovido pelos militantes islamitas do talibãs. O grupo extremista quis matá-la devido à sua campanha pela educação das meninas no Paquistão. Malala foi baleada quando seguia para a escola em um ônibus.
Desde os 11 anos a jovem já era conhecida por seus esforços – ela escrevia sob um pseudônimo um blog para a BBC falando por sua paixão pelos estudos e sobre a pressão dos talibãs no Paquistão, contrários à educação das mulheres.
Após o atentado, jovem foi transferida para o Reino Unido, onde recebeu tratamento médico e passou a morar. O ataque chamou a atenção do mundo para a campanha de Malala a favor de mais oportunidades de estudo para as mulheres.
Desde que se recuperou, Malala usou a atenção recebida após o ataque para continuar promovendo a educação das meninas pelo mundo. Em seu primeiro discurso público após o ataque, em julho deste ano nas Nações Unidas, ela disse que não será silenciada por ameaças terroristas.
Malala foi agraciada em agosto de 2013 com o Prêmio Internacional da Paz da Infância, e foi indicada para o prêmio Nobel da Paz este ano.
Ryan (à esquerda) começou a lutar pelo acesso a água potável aos 6 anos (Foto: Reprodução/ Facebook/Ryan’s Well Foundation)
Ryan Hreljac
Ryan Hreljac tinha 6 anos quando descobriu na escola que muitas crianças na África não tinham acesso a água e precisavam andar quilômetros todos os dias para obtê-la, correndo o risco de morrer se ficassem sem água potável por muito tempo. O menino canadense decidiu então que precisava construir um poço para uma vila local.
O ano era 1998. Com a ajuda de familiares, vizinhos e amigos encorajados por ele, Ryan conseguiu juntar parte do dinheiro necessário para construir um poço, e doou a quantia para uma ONG que fazia o trabalho na África.
O primeiro poço financiado pelo trabalho do canadense foi aberto em 1999 em uma escola de Uganda. No mesmo ano, foi criada a Fundação Poço de Ryan, que passou a trabalhar pelo acesso a água potável no mundo.
Desde então, mais de 800 projetos foram construídos e quase 800 mil pessoas foram beneficiadas pela fundação. Atualmente, aos 22 anos, Ryan continua trabalhando na arrecadação de fundos e viajando o mundo para angariar mais apoio para seu trabalho.
Samantha é considerada a mais jovem embaixadora da América (Foto: Divulgação/ Samantha Smith Foundation)
Samantha Reed Smith
Samantha Reed Smith era uma estudante norte-americana de 10 anos de idade quando, em 1982, escreveu uma carta para o então presidente soviético, Yuri Andropov, questionando se ele iria iniciar uma guerra nuclear contra os Estados Unidos. Samantha queria entender por que as relações entre EUA e URSS eram tão tensas e porque a URSS queria conquistar o mundo.
O texto foi publicado em um jornal soviético, e após o envio de uma nova carta para o então embaixador soviético nos EUA, a jovem recebeu uma resposta de Andropov.
Samantha foi convidada pelo governo da URSS para uma viagem ao país, e se tornou conhecida nos dois países. A iniciativa da menina fez com que ela fosse considerada uma “embaixadora da boa vontade”, por questionar as relações entre as duas nações e tentar melhorá-las. A menina ficou conhecida como a “embaixadora mais jovem da América”.
Samantha chegou a escrever um livro e participar de uma série de TV. Ela morreu aos 13 anos, em 1985, em um acidente de avião. Os líderes dos EUA e da URSS, Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev, enviaram na época condolências à família de Samantha.
Dylan mobilizou mais de 3 milhões de crianças pelo mundo (Foto: Divulgação/Dylan Mahalingam website)
Dylan Mahalingam
Natural de New Hampshire, nos Estados Unidos, Dylan Mahalingam fundou aos 9 anos a Lil’ MDGs, uma organização sem fins lucrativos que visa desenvolver e dar poder aos jovens. O objetivo da fundação é utilizar o poder das mídias sociais para incentivar os jovens a se envolverem na luta para alcançar os Objetivos do Milênio das Nações Unidas. Mais de 3 milhões de crianças já foram mobilizadas ao redor do mundo, trabalhando em diversos assuntos, com mais de 24 mil voluntários regulares em 41 países.
Dylan tem atualmente 16 anos e já organizou diversas campanhas para ajudar a diminuir a pobreza no mundo. Ele é um dos jovens palestrantes das Nações Unidas, e já recebeu diversos prêmios e reconhecimentos ao redor do mundo.
Iqbal Masih foi morto por lutar contra o trabalho infantil (Foto: Divulgação/World’s Children’s Prize)
Iqbal Masih
O paquistanês Iqbal Masih tinha 4 anos quando foi vendido para uma fábrica de tapetes por sua família e forçado a trabalhar em um regime de escravidão, por mais de 12 horas por dia, sofrendo maus-tratos e privação de comida. Aos 10 anos, Iqbal conseguiu escapar e passou a lutar pelo fim do trabalho infantil em todo o mundo.
O menino se tornou um ativista público do fim da escravidão e do trabalho forçado de crianças, encorajando diversas delas a escaparem. Em 1994, ele recebeu o Prêmio Reebok de Direitos Humanos, que reconhece o papel de jovens ativistas no mundo. Um ano depois, em 1995, ele foi assassinado no Paquistão, aos 13 anos. Muitos creditam a morte aos donos das fábricas de tapetes.
Iqbal se tornou um símbolo da luta contra o trabalho infantil. Em 2000, ele recebeu postumamente o Prêmio das Crianças do Mundo, que reconhece os jovens cujas iniciativas tiveram um impacto na sociedade. O Departamento de Trabalho dos EUA criou um prêmio com o nome do jovem paquistanês que reconhece esforços na redução do trabalho infantil.
Katie coordena hortas para doação de alimentos nos EUA (Foto: Divulgação/Katie's Krops )
Katie Stagliano
Em 2008, Katie Stagliano, então com 9 anos, levou para casa sementes de repolho que ganhou de um programa na escola. Ela as plantou no quintal e cuidou da planta, que cresceu até alcançar 18 quilos. A menina doou o repolho gigante para uma instituição de caridade que preparava refeições para pessoas carentes, e conseguiu alimentar mais de 270 pessoas com o vegetal.
Katie ficou impressionada com a experiência, e percebeu que muitas outras pessoas poderiam ser beneficiadas pela doação de alimentos frescos. Katie decidiu então criar hortas cujos produtos eram doados para aqueles com necessidades.
Atualmente, a fundação que leva seu nome coordena 60 hortas mantidas por outros jovens em diversas partes dos Estados Unidos, e já doou toneladas de alimentos. A menina tem atualmente 14 anos e vive na Carolina do Sul, nos Estados Unidos.
Com informações do G1.
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