Em Jaú (SP) está sendo desenvolvido o "turismo inclusivo", um projeto criado especialmente para atender deficientes auditivos. O primeiro grupo se encantou ao visitar a igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, uma construção com mais de 100 anos de história e uma das mais antigas do estado.
São quarenta metros de comprimento por 19 de largura, distribuídos em 10 mil metros quadrados. Só a torre tem 60 metros de altura. O projeto arquitetônico que segue o estilo gótico é de um belga que na época tinha acabado de chegar da Europa.
A igreja Nossa Senhora do Patrocínio foi inaugurada no dia 9 de julho de 1901. “Essa é a quarta construção que começou em 1895 e foi concluída dez anos depois com a presença de várias nacionalidades”, explicou o chefe de cultura da cidade, João Castro.
A arquitetura chama a atenção em Jaú por não ser uma simples igreja. Ela se assemelha a uma Catedral. Os recursos para as obras da versão atual da igreja contaram com doações de duas famílias: Moraes Navarro e Almeida Prado. Os nomes podem no local ser vistos até hoje. “Essas famílias são tradicionais desde o período do café. Aqui na igreja sempre teve também rivalidade. Nos vitrais a gente vê de cada lado uma família. É legal as pessoas saberem disso”, completou Castro.
Outro vitral recebe o nome de Rosácea, por parecer com o formato de uma flor. As diversas cores destacam a imagem da padroeira. Outra curiosidade é que as paredes internas, por 21 anos, eram limpas e brancas. Só em 1922 é que elas começaram a ganhar as tonalidades pelas mãos dos artistas Orestes Sarcelli e Carlos de Servi.
Durante o passeio pela igreja, várias paradas e descobertas. As missas se alternavam entre os três altares. Eles parecem feitos de mármore, mas são de madeira. E para acreditar na perfeição da época, o jeito é tocar e passar a mão.
Já no segundo andar, que fica ao fundo da igreja, as curiosidades do órgão que veio da Alemanha em 1914. Dos tubos mais finos sai o agudo, dos mais grossos, o grave. O tour pela matriz inclui também uma subida de 185 degraus estreitos até o ponto mais alto da torre, onde ficam os cinco sinos com datas de 1953. Há algum tempo eles pararam de tocar para não comprometer a estrutura da igreja. “Eu não sabia que os sinos não estavam na ativa. Eu achei que eram os sinos que tocavam. Agora fiquei sabendo que o sino foi desabilitado e que tem uma caixa que toca”, disse a estudante, Mariana Didone.
Os quinze deficientes auditivos deixaram o local com muito conhecimento agregado. “Foi a primeira vez que eu vim na igreja matriz conhecer um pouco da história. Subimos, conhecemos. Meus pais e tios conheciam a igreja e que desde pequeno queria conhecer e nunca tive essa oportunidade”, disse o montador de calçados, João Fernando Ramazzine.
No dia 10 de outubro está previsto mais um passeio inclusivo na igreja. O grupo de deficientes auditivos é do distrito de Paranapanema. O intérprete que acompanhará o grupo é da Associação dos Surdos de Jaú. “O grupo de surdos está tendo a oportunidade da historia da cidade, da construção da igreja. É uma oportunidade deles estarem inseridos no meio social. E também para as pessoas que o guia sente a necessidade de interação. Os surdos também têm acesso ao meio social, cultural, e um pouco de história vem agregar a todos eles”, contou o intérprete Adauto Caramano.
Fonte: G1
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terça-feira, 26 de abril de 2016
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