domingo, 23 de novembro de 2014

Posted: 17 Nov 2014 07:19 AM PST


NÃO ÀS SEGUNDAS SEM CARNE

 
Dia da Terra 2013: 
Por que dizer "Não" à Segunda-feira sem carne. . . 
e ao invés: o que fazer para ajudar o nosso planeta

 

 

No  Dia da Terra (22/04), e em todo esse fim de semana houve eventos e encontros destinados a educar as pessoas e recrutá-las para a causa da saúde planetária.

Infelizmente, muito do que está sendo falado incidirá nos limites do "veg centric" com dietas veganas sendo recomendadas como o princípio e o fim de tudo na opção "verde" para aqueles empenhados em salvar o Planeta Terra. As pessoas que querem fazer a transição para o veganismo em pequenos passos serão seduzidos a seguir a campanha Segunda Sem Carne do Enviroment Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental).

Eu, pessoalmente, não estou a ponto de ter que garantir que a promessa de que o slogan do Environmental Working Group "Reduza o seu impacto, e melhore a sua saúde" sinalize uma atitude sem chance de dar errada. Por exemplo, nos diz que ficar sem carne e queijo para uma família de quatro membros apenas um dia por semana seria tão bom para a terra como retirar um carro da estrada durante cinco semanas. E se cada corte americano para a carne e o queijo, uma vez dia por semana faria tão bem quanto não dirigir 91000000000 de milhas ou subtrair 7,6 milhões de carros das ruas. A EWG, além disso, promete que ao reduzir o consumo de carne vai diminuir o nosso risco de obesidade, enfermidades, acidente vascular cerebral e câncer.

Infelizmente, não é assim tão simples. Longe de contribuir para a saúde pessoal e planetária, as segundas-feiras sem carne vão incentivar as pessoas a se “sentir bem” sobre sua consciência "verde", enquanto vai afastá-los capciosamente de explorar e adotar soluções verdadeiras e sustentáveis. Embora o EWG falou-se carne "verde" - e não apenas "menos carne" ou "sem carne" - o cativante slogan "Segunda Sem Carne" perpetua o mito de que a carne é má e que as dietas à base de vegetais são boas.

E aqui está o porquê de eu me manter em minhas segundas-feiras com carne!

A verdadeira ameaça ao nosso meio ambiente não são os animais - que foram cobrindo a terra com estrume e emissões por dezenas de milhares de anos -, mas a globalização e a industrialização da agricultura, com as suas práticas agroindustriais abusivas, uso de tóxicos de pesticidas, herbicidas e fertilizantes comerciais, pilhagem de recursos naturais, drenagem do lençol freático, e levando a falência os pequenos agricultores e indústrias caseiras.

Apesar de tudo que se diz sobre os gases do efeito estufa e aquecimento global, os animais emitem muito menos gases quando comem dietas naturais, à base de capim ou invés de rações não naturais, difíceis de digerir fabricadas a partir de soja, milho e outros grãos. Arar pastos e pastagens, a fim de plantar não é sustentável e não vai fazer o suficiente para eliminar a fome ou salvar o meio ambiente. Apenas cerca de onze por cento da terra no planeta Terra pode ser explorada, uma percentagem que não pode ser aumentada sem desmatamento, irrigação, adubos químicos e outras práticas de destruição ecológica.

As antigas e tradicionais fazendas de uso orgânico misto são a resposta. E os animais são essenciais, não opcionais, para fazendas saudáveis. A camada superior do solo da América foi devastada pela mono cultura, gramados ornamentais e outras práticas insustentáveis. Enquanto a mistura, a rotação e as unidades de compostagem sejam um começo, a terra não pode ser restaurada sem a ajuda de animais. Eles são necessários não só pelo seu rico estrume como também pelo rodízio de pastejo. Os resíduos animais são verdadeiramente um terrível problema com a agricultura industrial, mas é coletável e valioso ​​nas pequenas propriedades, de uso misto. Áreas de pasto excessivo certamente danificaram grande parte das terras da América, mas a solução é pôr em prática as pastagens sustentáveis. E essa solução, devidamente manuseada, serve muito mais para a terra do que deixá-la sozinho para "conservação." Como Joel Salatin descreveu tão bem em Folks, This Ain’t Normal,  The Sheer Ecstasy of Being a Lunatic Farmer, Everything I Want to Do is Illegal (Gente, isso não é normal, o estase completo de ser um fazendeiro lunático, tudo que eu quero fazer é ILEGAL) e outros livros, a diversidade, a interdependência e a estratificação são as chaves para honrar e restaurar a nossa terra.

Os alimentos de origem animal são frequentemente responsabilizados pelas doenças da civilização moderna, incluindo câncer e doenças cardíacas. Mas o século XX viu um declínio no consumo de consumo de carne, leite e manteiga, e um enorme aumento no consumo de açúcar, xarope de milho, farinha branca, líquidos e óleos vegetais parcialmente hidrogenados, aromatizantes artificiais, conservantes e outros perigos para a saúde conhecidos nos alimentos processados, embalados e convenientes. Ao contrário da crença popular, a ciência não dá suporte à ideia de que a gordura saturada e colesterol encontrados em produtos de origem animal contribuem para a obesidade, diabetes, doenças cardíacas e câncer. Todos os problemas de saúde associados com produtos de origem animal se assentam na pecuária industrial e na agricultura comercial e não-sustentável junto as práticas de processamento dos alimentos.

Quanto às dietas à base de plantas, as dietas “veganas”, especialmente, podem levar a deficiências e desequilíbrios de vitaminas, minerais, ácidos graxos e aminoácidos, contribuindo para uma miríade de problemas de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.

A ideia de que comer pouca gordura poderia ser eco-consciente desafia a sabedoria tradicional e o bom senso. A pregação do baixo teor de gordura é uma das principais razões pelo que as fazendas industriais - incluindo as chamadas fazendas industriais orgânicas – fazem crescer galinhas excêntricas com peitos tamanho GG. O objetivo da Big Agra com essas galinhas é minimizar a carne escura menos rentável e maximizar o baixo teor de gordura da carne branca preferida pelos consumidores "conscientes de saúde". A mensagem do baixo teor de gordura agrada imensamente a Big Pfood porque os lucros se incrementam quando os alimentos integrais são divididos em vários produtos diferentes - o que quer dizer vários centros de lucro. Todos estes, naturalmente, vai exigir fabricação, embalagem e o transporte de longa distância. Quanto ao leite desnatado, a natureza colocou a gordura no leite por um motivo, e esse motivo não nos matar. Quando as pessoas bebem leite desnatado, seus corpos precisam e anseiam a nata que falta, levando a compulsão compensatória para o sorvete e outras guloseimas não saudáveis ​​ricas em gordura vegetal e açúcar. O baixo teor de gordura leva, assim, ao aumento do consumo, a mais pacotes, a mais produtos, a maiores lucros, e mais problemas de saúde e a destruição ambiental.

O EGW (Grupo de Trabalho Ambiental), em suas promoções de Segunda-feira sem carne relata que comprar legumes de sua localidade ajuda o meio ambiente, mas a compra de ovos, leite, peixe, aves e carne locais tem apenas um efeito mínimo. Na verdade, EWG cita isso como uma razão principal para se cortar toda a carne e adotar uma dieta "Veg Centric". Tal bizarrice só poderia ser o caso se os pesquisadores avaliaram o impacto ambiental de se comprar produtos de origem animal provenientes das fábricas de exploração - incluindo as operações da "Big Organic" - localizadas perto de casa.

Os animais desempenham um papel fundamental na recuperação do solo e fazendo crescer vegetais densos em nutrientes e frutas. Sem animais próximos, os agricultores devem usar fertilizantes de combustíveis fósseis e / ou compostagem e estrume transportado locais distantes. Não é bom para o ambiente!

Finalmente, se as pessoas desistem ou minimizam a carne, o que eles vão comer em vez disso? A EWG sugere grãos, feijões e tofu. Em outras palavras, alimentos vegetarianos que mais provavelmente são produzidos e transportados a partir de certas distâncias. Além disso, o objetivo equivocado de comer menos carne vai induzir muitos consumidores a comprar pratos vegetarianos processados ​​e embalados repletos de proteína isolada de soja, xarope de milho, glutamato monossódico e outras excito-toxinas, corantes e aromas "naturais" ou artificiais, bem como outros ingredientes “não verdes” e de qualidade duvidosa. Além disso, muitos desses chamados alimentos naturais contêm ingredientes transgênicos. Claramente, eles não são uma opção para ambientalistas ou a quem procura bem-estar.

O que fazer em vez disso? Vamos praticar um dia por semana com menus em que todos os ingredientes sejam locais. Um dia por semana para apoiar os bons e velhos agricultores e pecuaristas e suas cooperativas e as feiras que suportam esses esforços. Para mim, isso significa Segundas Carnudas com banquetes com deliciosas frutas e legumes e carne produzida com pastagem natural, carne produzida de forma sustentável, além de ovos e laticínios locais e de sua estação. Segundas-feiras que gosto e me fazem sentir muito bem e em breve poderá se tornar em terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos também. Isso sim é que é de fato uma ideia verdadeiramente sustentável.

 

Artigo de Kaayla Daniel
nutricionista, pesquisadora e escritora

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