ROTINA DE LUTA, SEM VAIDADES!
Mocinha morava em sítio, o namoro aconteceu aos quinze anos, o casamento
aos vinte, nossa união de quarenta e três anos frutificou em quatro filhos, que
trouxeram seus parceiros de casamento à família e nos enriqueceram a vida com
seis netos.
Sou Sueli com sessenta e seis anos, que viveu sua maturidade em tempos
em que para chegar à casa própria a luta era de vários anos (cinco em nosso
caso), e apesar de bom emprego do esposo (chefe de seção, em tecelagem),
achamos mais adequado que eu também continuasse a trabalhar, o que fiz dos meus
dezessete anos até minha aposentadoria.
Como cuidar de quatro filhos e ainda trabalhar e administrar a casa? Eram
outros tempos, mais seguros, sendo possível deixar um filho mais crescido
cuidando de um filho menor, e a avó materna morando próxima (uma tranquilidade),
de vez em quando dando uma “olhadinha” nos netos, ao longo do dia. Sei que foi realidade
diferente se comparada à de hoje. Percebo a preocupação de noras e filhos
quanto aos seus pequenos, e até ajudo bastante a criar espaços de brincadeira
que supervisiono.
Encontrei amigos e amigas de minha idade no CIVI. Foi um deslumbramento
poder me desdobrar em uma Sueli que não teve tempo de cultivar amizades e trocar
experiências com pessoas de sua idade, pela dura rotina de sobrevivência
necessária até os passarinhos-filhos voarem para a vida e construírem o próprio
ninho!
Hoje participo de todas as atividades possíveis, manhã e tarde, juntando
o meu dia-a-dia de esposa, dona de casa e avó com um pedaço-do-dia só meu. Uma
delícia!
“O problema não é inventar/É ser
inventado hora após hora/E nunca ficar pronta/ Nossa edição convincente.” – Carlos
Drummond de Andrade.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da
Silva, psicóloga, e-mail:bfritzsons@gmail.com
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