sexta-feira, 5 de agosto de 2016

QUALQUER DIAGNÓSTICO É MELHOR DO QUE A INCERTEZA
   Sou Lucas, tenho 28 anos. Escola sempre foi complicada para mim, é difícil aprender, meu ritmo é lento, resolvia o que pudesse sozinho, sentia vergonha de pedir ajuda para a professora. Consegui terminar todo o ensino secundário, repetindo somente uma série.
   É pena que o diagnóstico tenha acontecido somente quando um médico, nos meus 16 anos identificou minha dificuldade intelectual. De certa forma foi um alívio. Também com 16 anos diagnosticaram catarata em meus olhos, resolvida com cirurgia que implantou lentes.
   Isto não me impediu de trabalhar, apesar de não dar conta de tarefas em que preciso ser acelerado. Fui assistente administrativo durante 3 anos e meio em uma empresa, precisando abandonar o emprego porque havia muita poeira e sou muito alérgico. Mudei para uma transportadora, era assistente de almoxarifado e a crise vigente acabou com meu emprego em seis meses. Quero trabalhar, não consigo ficar parado e preciso ajudar a pagar as contas de casa. Atualmente é minha mãe que nos dá o sustento, ela cuida de contabilidade.
   Procurando emprego encontrei o curso de almoxarifado do SENAI, e estou gostando muito, há muita informação. Antes já havia feito o Pacote Office, parte do Hardware e curso de Assistente Administrativo.
   Prefiro ficar em casa, acesso site de textos com depoimentos pessoais, gosto de ficção. Já li “À sombra da serpente” onze vezes, e são 350 páginas! Consigo rever um filme 15 vezes, demoro para enjoar, tenho muita paciência. Penso que paciência é coisa que a gente tem que ter. Creio em Deus, com Deus se consegue muita coisa!
“Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que por qualquer outro talento. ” – Ludwig van Beethoven.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:bfritzsons@gmail.com

MATÉRIA PUBLICADA HOJE EM : http://liberal.com.br/virtual/ 

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