FALTA
ESSÊNCIA PARA QUEM SÓ VÊ APARÊNCIA
Meu nome é Thayson,
tenho 22 anos. Nasci no Maranhão, e quando tinha 6 anos de idade minha família
veio para a cidade de São Paulo, e desde os 14 anos moramos em Nova Odessa.
Tenho paralisia
cerebral, derivante de aplicação de remédio inadequado quando eu era
recém-nascido. Ando mais lentamente que as demais pessoas, assim como tenho
dificuldade para organizar minha fala. Gaguejo, mas consigo me expressar muito
bem, questão de ter paciência de me ouvir. É bastante triste e desagradável
quando as pessoas olham para meus limites físicos e concluem por conta própria
que existe um limite intelectual. Machuca desnecessariamente.
Tenho secundário
completo, escola SESI, fiz curso de Técnico em Eletromecânica no SENAI de 2010
a 2012, procuro trabalho, mas não encontrei até o momento. Acho que a situação
atual do país também colabora para este quadro.
Minha mãe trabalha
como assistente social, e foi no serviço que soube da oportunidade que eu teria
de frequentar o curso de Almoxarifado para pessoas com deficiência do SENAI. Aprendo coisas diferentes, coisas novas.
Gosto muito de jogar
futebol, não escolho posição, vou 3 vezes por semana. Não tirei carta de
motorista ainda, mas sei que se eu tiver a habilitação destinada às pessoas com
deficiência terei acesso a descontos significativos na compra de um carro.
Namoro com certeza, já
tive dois casos mais “sérios”. Jogo vídeo game, amo pagode e música sertaneja,
e não perco nenhuma festa de minha família, que é muito unida.
O que eu mais quero
agora é encontrar um trabalho em que eu seja registrado.
“As pessoas de hoje em dia não olham o que você tem por
dentro, olham o
que você tem por fora. ” – Thayson Santana Moreira, o entrevistado.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga,
e-mail:bfritzsons@gmail.com
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