MARIANA PASTORE DE SÃO PAULO
DÉBORA MISMETTI EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE
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Um grupo de médicos americanos publicou ontem na revista "Pediatrics" um artigo defendendo a introdução de um novo exame de triagem para recém-nascidos.
O objetivo do teste, que mede a concentração de oxigênio no sangue arterial do bebê, é detectar sinais de doenças cardíacas congênitas, presentes em cerca de um em cada 120 bebês, segundo os dados do estudo americano.
Em alguns casos, essas crianças precisam ser operadas com urgência, daí a vantagem do diagnóstico precoce, afirma o neonatologista Paulo Nader, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
O médico explica que é possível detectar sinais de problemas com os exames clínicos, observando se a pele do bebê está com a cor alterada (mais roxa) ou fazendo uma ausculta do coração, para ver se há "sopro".
"Mas, às vezes, os sintomas só aparecem depois que o bebê recebeu alta", diz Nader.
O teste de oximetria, que usa uma espécie de pulseira para medir a concentração de oxigênio no sangue, é uma forma de diagnosticar o problema antes da manifestação dos sintomas.
"Assim, dá para encaminhar a criança para um tratamento ainda na fase inicial."
Outra forma de detecção precoce das malformações cardíacas é o ecocardiograma fetal, feito entre a 20ª e a 24ª semanas de gestação, afirma a neonatologista Rita de Cássia Silveira, da Sociedade Brasileira de Pediatria.
"O exame detecta a maioria dos problemas no útero e programa o parto para um centro de cardiopatia pediátrica, se necessário."
A ideia dos médicos americanos é somar o poder de diagnóstico do ecocardiograma à triagem pela oximetria, para encontrar o maior número de casos possível.
Algumas maternidades já fazem o exame como rotina. No Hospital e Maternidade São Luiz, o teste de oximetria de pulso foi adotado em 2006, afirma a neonatologista Graziela del Ben.
"Todos os recém-nascidos com 12 horas fazem oximetria de pulso. Se o valor da saturação do oxigênio for menor do que 95%, repetimos após 24 horas e, se necessário, pedimos um ecocardiograma."
Segundo a médica, o hospital encontra de dez a 12 casos de cardiopatias em cada mil bebês nascidos vivos.
"O teste logo após o nascimento evita que o bebê com problema tenha uma deterioração em casa. As cardiopatias congênitas são as mais graves, e o diagnóstico precoce é importante para programar o tratamento."
Hoje, os bebês são submetidos a três exames básicos de triagem: o teste do pezinho, para detectar problemas metabólicos, como fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito, o teste da orelhinha, que detecta surdez, e o de reflexo vermelho, para problemas de visão.
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Fonte: Jornal Folha de São Paulo
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