MAIS
ESCOLARIDADE NÃO É GARANTIA DE MAIS GENTILEZA
Sou Gilvando, de 49 anos,
conhecido como “Pernambuco”.
Vim do Norte de
nosso país, procurar vida melhor aqui, tinha parentes em Campinas. Com 18 anos,
consegui emprego de frentista de posto de gasolina. Completei o segundo ano
colegial, e gosto de atender e conviver com diferentes pessoas.
O patrão abriu novo
posto em Americana e pediu que viesse para cá. Com 22 anos encontrei a moça que
seria minha esposa, e o nascimento dos filhos me fixou definitivamente no
trabalho, para honrar todas as necessidades de minha família. Qualquer sonho
pessoal de crescimento fica desimportante perto da importância de nossos filhos
e seu melhor desenvolvimento possível.
Tenho trinta anos
desta profissão, há muito tempo Gerente , cumprindo quase 12 horas-dia de
trabalho, folga de domingo preservada, e filha reclamando que fico poucas horas
com a família. Tenho casa própria, meu
carro e fiz muitas viagens em minhas férias com minha mulher e meus filhos por
este Brasil.
Quando comecei,
achava que conheceria muitas pessoas interessantes, com novas informações,
afinal é media de setenta atendimentos-dia!
Mas quase todos tem
muita pressa, não percebem a pessoa dentro do uniforme de frentista. Muitos
exigem rapidez de atendimento, mesmo não sendo os que chegaram primeiro. Outros
ficam muito irritados se não há crédito sem exigências de segurança. As maiores
dificuldades acontecem com os mais estudados.
Acho que estamos
esquecendo de ensinar a importância de aprender com os idosos. Perdemos a noção
de espaço social de cada pessoa. Muitos jovens não leem, como vão ter ideias
próprias?
“Pouco
conhecimento é uma coisa perigosa, muito conhecimento também. ” – Albert
Einstein.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:
bfritzsons@gmail.com
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