sábado, 19 de março de 2016

MAIS ESCOLARIDADE NÃO É GARANTIA DE MAIS GENTILEZA
   Sou Gilvando, de 49 anos, conhecido como “Pernambuco”.
   Vim do Norte de nosso país, procurar vida melhor aqui, tinha parentes em Campinas. Com 18 anos, consegui emprego de frentista de posto de gasolina. Completei o segundo ano colegial, e gosto de atender e conviver com diferentes pessoas.
   O patrão abriu novo posto em Americana e pediu que viesse para cá. Com 22 anos encontrei a moça que seria minha esposa, e o nascimento dos filhos me fixou definitivamente no trabalho, para honrar todas as necessidades de minha família. Qualquer sonho pessoal de crescimento fica desimportante perto da importância de nossos filhos e seu melhor desenvolvimento possível.
   Tenho trinta anos desta profissão, há muito tempo Gerente , cumprindo quase 12 horas-dia de trabalho, folga de domingo preservada, e filha reclamando que fico poucas horas  com a família. Tenho casa própria, meu carro e fiz muitas viagens em minhas férias com minha mulher e meus filhos por este Brasil.
   Quando comecei, achava que conheceria muitas pessoas interessantes, com novas informações, afinal é media de setenta atendimentos-dia!
   Mas quase todos tem muita pressa, não percebem a pessoa dentro do uniforme de frentista. Muitos exigem rapidez de atendimento, mesmo não sendo os que chegaram primeiro. Outros ficam muito irritados se não há crédito sem exigências de segurança. As maiores dificuldades acontecem com os mais estudados.
   Acho que estamos esquecendo de ensinar a importância de aprender com os idosos. Perdemos a noção de espaço social de cada pessoa. Muitos jovens não leem, como vão ter ideias próprias?
“Pouco conhecimento é uma coisa perigosa, muito conhecimento também. ” – Albert Einstein.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com

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