Preciso trabalhar, senão...
Sinto que morreria
rapidinho! Sou Sebastião, tenho 77 anos e nenhuma pressa
em acabar com esta etapa da vida. Está muito boa, apesar das dificuldades
inesperadas que me aconteceram. Tenho esposa parceira (é a segunda), filhos
companheiros (alguns mais distantes), e lindos netos. Você está sorrindo, mas
sabe que exatamente todos os netos são lindos, não sabe? É o milagre da vida
reciclado... Convivo com minha diabete há quinze anos, dores em meus joelhos
são uma constante, e minha audição já é menor do que foi há muito tempo,
resultado da convivência com teares em tempos que se desconhecia a importância
de proteger os ouvidos. Comecei na espuladeira, evoluindo para tecelão,
contramestre, mestre, até conseguir montar pequena tecelagem, que infelizmente
não suportou plano econômico do governo, o que gerou pendência legal
indevida com três funcionários em quem confiei demais. Nossos pontos de vista
sobre débitos antigos não coincidem, gerando disputa na justiça que muito me
incomoda, por não considerar justa. Faz parte das dificuldades que não esperava
para a etapa de aposentado. Trabalho como porteiro no edifício em que moro, e
gosto de cuidar e de consertar tudo, como se fosse minha casa. Mesmo que não
seja esperada esta ação de mim, eu tento. Joguei futebol sempre, fui
profissional por três anos, e acabei sendo Presidente do clube por quatro anos,
também fazendo tudo o que pudesse, até plantar a grama. Os joelhos conseguiram
jogar o querido futebol até os 60, mas hoje ainda me permitem a bocha, nesse
mesmo clube. Este empenho extra no trabalho sempre foi reconhecido e valorizado
nas várias etapas da vida, e acontece até no prédio em que trabalho hoje, o que
muito alegra meu coração.“Quando deixamos de contribuir, começamos a morrer.” -
Eleanor Roosevelt.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:
bfritzsons@gmail.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário