quarta-feira, 10 de julho de 2013

Depoimento de idoso, como administra bem seus 77 anos

Preciso trabalhar, senão...
   Sinto que morreria rapidinho! Sou Sebastião, tenho 77 anos e nenhuma pressa em acabar com esta etapa da vida. Está muito boa, apesar das dificuldades inesperadas que me aconteceram. Tenho esposa parceira (é a segunda), filhos companheiros (alguns mais distantes), e lindos netos. Você está sorrindo, mas sabe que exatamente todos os netos são lindos, não sabe? É o milagre da vida reciclado... Convivo com minha diabete há quinze anos, dores em meus joelhos são uma constante, e minha audição já é menor do que foi há muito tempo, resultado da convivência com teares em tempos que se desconhecia a importância de proteger os ouvidos. Comecei na espuladeira, evoluindo para tecelão, contramestre, mestre, até conseguir montar pequena tecelagem, que infelizmente não suportou plano econômico do governo, o que gerou pendência legal indevida com três funcionários em quem confiei demais. Nossos pontos de vista sobre débitos antigos não coincidem, gerando disputa na justiça que muito me incomoda, por não considerar justa. Faz parte das dificuldades que não esperava para a etapa de aposentado. Trabalho como porteiro no edifício em que moro, e gosto de cuidar e de consertar tudo, como se fosse minha casa. Mesmo que não seja esperada esta ação de mim, eu tento. Joguei futebol sempre, fui profissional por três anos, e acabei sendo Presidente do clube por quatro anos, também fazendo tudo o que pudesse, até plantar a grama. Os joelhos conseguiram jogar o querido futebol até os 60, mas hoje ainda me permitem a bocha, nesse mesmo clube. Este empenho extra no trabalho sempre foi reconhecido e valorizado nas várias etapas da vida, e acontece até no prédio em que trabalho hoje, o que muito alegra meu coração.“Quando deixamos de contribuir, começamos a morrer.” - Eleanor Roosevelt.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail: bfritzsons@gmail.com.


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