Esta frase é de Priscila. A família achou que ela deveria diminuir o volume de trabalho, pois mora há muitos anos com irmãs e sobrinhas que são pessoas com deficiência (quatro ao todo). Ela e o marido assumem todos os cuidados, mais as funções de mãe/pai (dois filhos), avó/avô (duas netas) e donos de dois cachorros, acrescenta, rindo. Participa a mais de vinte anos do AL-ANON, movimento de orientação a familiares e amigos de alcoólicos, de alcance internacional. Tem irmãos que a apóiam. A vida foi criando oportunidades muito bem aproveitadas dentro do orçamento suficiente, mas restrito do grupo familiar de Priscila. Moram em boa chácara, com duas residências (a de sua família e a das irmãs e sobrinhas). A convivência é aliada à máxima autonomia e liberdade possíveis. Como é difícil a organização da saída para o mundo, decidiram trazer o mundo para elas – todos os aniversários e datas festivas são comunitariamente comemorados, a grande família se organiza e vem até a chácara, juntando até 22 pessoas, dividindo as tarefas e a alegria do reencontro. Os adolescentes também participam – uma pequena herança de Priscila foi transformada em piscina com hidromassagem aquecida – “Bom para todo mundo!”. Procuram sempre integrar a grande família com atividades da comunidade, como as festas juninas, todos “de caipira”. Para seus irmãos,aliviar sua carga de múltiplas responsabilidades seria “dividir” as quatro “cuidadas” entre suas casas, o que desarticularia (ou diminuiria) os contatos da grande família. Priscila agradeceu e negou – “Não consigo viver sem elas!”. Ela aprendeu a ser cuidadora com a experiência. A geladeira da casinha das irmãs precisa ser trancada a cadeado à noite, pois uma delas não tem boa propriocepção de fome ou quantidade ingerida. Outra adora dar recados, fazer pequenas tarefas e ver TV depois. A medicação precisa ser vigiada. Três delas tem traços autistas e a outra é Down, todas com importantes dificuldades de coordenação motora que custam tombos freqüentes e sérios machucados, sabonetes e pastas de dente desperdiçados, sem a percepção do acontecido. Priscila vai reorganizando tudo, compartilhando com elas e com seu esposo todas as tarefas de manutenção das casas e o espaço da chácara. Aos sábados divulga AL-ANON nas visitas dos familiares de alcoólicos em hospital, semanalmente doa duas horas para o grupo organizador do movimento, além de ajudar a estruturação de encontros regionais e nacionais. Fala: “Nós somos felizes e temos tudo o que a gente precisa, pedimos saúde e sabedoria.” Já tem, especialmente a saúde e sabedoria social!
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Vaga de Emprego para Pessoa com Deficiência: Assistente de Controle de Qualidade / Ajudante de Produção / Ajudante de Expedição
Empresa no segmento de alimentos e bebidas, líder de mercado contrata:
Assistente de Controle da Qualidade
REQUISITOS:
Ensino médio Técnico completo em Química ou Alimentos;
Bons conhecimentos em Informática - Pacote Office;
Conhecimento em BPF, análises físicas e químicas de alimentos ou bebidas, manuseio de produtos químicos;
Desejável Conhecimentos em APPCC e Ferramentas da Qualidade e Meio Ambiente, ISO 9000;
Assistente de Controle da Qualidade
REQUISITOS:
Ensino médio Técnico completo em Química ou Alimentos;
Bons conhecimentos em Informática - Pacote Office;
Conhecimento em BPF, análises físicas e químicas de alimentos ou bebidas, manuseio de produtos químicos;
Desejável Conhecimentos em APPCC e Ferramentas da Qualidade e Meio Ambiente, ISO 9000;
Disponibilidade para trabalhar em turno.
ATIVIDADES:
Realizar análises físico-químicas e sensoriais de matérias-primas, produtos em processo de elaboração e produtos acabados;
Realizar análises de embalagens;
Realizar análises microbiológicas de produtos acabados, matéria-prima, produtos em processamento e equipamentos;
Elaboração de relatórios e laudos da área;
Demais atividades pertinentes ao cargo.
ATIVIDADES:
Realizar análises físico-químicas e sensoriais de matérias-primas, produtos em processo de elaboração e produtos acabados;
Realizar análises de embalagens;
Realizar análises microbiológicas de produtos acabados, matéria-prima, produtos em processamento e equipamentos;
Elaboração de relatórios e laudos da área;
Demais atividades pertinentes ao cargo.
REMUNERAÇÃO:
R$ 1200 + Benefícios
Ajudante de Produção
REQUISITOS:
Ensino médio completo;
Disponibilidade para trabalhar em turno.
ATIVIDADES:
Garantir a qualidade do produto;
ATIVIDADES:
Garantir a qualidade do produto;
Paletizar caixas de embarque no final de linha;
Conservar equipamentos de distribuição, embaladora e preparação do produto.
REMUNERAÇÃO:
R$ 784,80 + Benefícios
R$ 812,35, após período de experiência
Ajudante de Expedição
REQUISITOS:
Ensino médio completo;
REQUISITOS:
Ensino médio completo;
Disponibilidade de trabalhar em turno.
ATIVIDADES:
Responsável pelo manuseio de produtos acabados;
Prestar serviços de recebimento, armazenagem e expedição;
Garantir a integridade e qualidade dos produtos.
REMUNERAÇÃO:
R$ 784,80 + Benefícios
R$ 812,35, após período de experiência
Interessados encaminhar currículo para: uadpd.americana@gmail.com com o nome da vaga no campo Assunto.
Vaga de emprego para Pessoa com Deficiência - Oficial de Serviço
Oficial de Serviço
Serviços de limpeza em geral
Salário: R$ 616,00
Benefícios: Alimentação no local
Visa Vale (vale alimentação),
Vale Transporte,
Convênio médico,
Convênio odontológico,
Convênio Farmacêutico,
Seguro de Vida
Uniforme
Interessados encaminhar currículos para: uadpd.americana@gmail.com com o nome da vaga no campo: Assunto.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
“SOU SURDO ORALIZADO!”
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Sobre o LianeTTS
Definição
O LianeTTS é um aplicativo (compilador) que analisa texto e o traduz em texto compilado no formato de difones (.pho) para processamento e síntese de voz pelo sistema mbrola (sintetizador de voz baseado na concatenação de difones). O LianeTTS é uma aplicação software livre, que se comunica com o usuário através de síntese de voz, viabilizando, deste modo, o uso destes computadores por deficientes visuais.
Pode ser acoplado a diversos programas para produzir a síntese de voz, seja através de um uso direto de suas rotinas, ou preferencialmente pelo uso do sistema Speech Dispatcher, que é uma camada de dispositivo independente para a síntese de voz que fornece uma interface de uso comum e fácil para ambas as aplicações clientes (programas que disponibilizam texto para a conversão) e softwares sintetizadores (programas que de fato são capazes de converter texto para fala).
Motivação
A recente disseminação do conceito de software livre e a consequente determinação do Governo Federal pela sua adoção resultou na necessidade de obter soluções tecnológicas que permitam a inclusão digital dos brasileiros com deficiência visual nesta nova tecnologia. Este é o propósito deste trabalho, o Sintetizador de Voz Liane TTS, que visa ao desenvolvimento de soluções em software livre para serem oferecidas à sociedade.
A atual política do Governo Federal de incentivo à inclusão digital dos cidadãos brasileiros, priorizando a utilização de soluções de TI em plataforma aberta, faz com que o SERPRO possua papel altamente relevante na busca por soluções de acessibilidade para o ambiente operacional Linux.
Estas ferramentas de acessibilidade serão distribuídas a sociedade, podendo tornar-se o principal mecanismo de viabilização econômica de acessibilidade digital para os deficientes visuais brasileiros.
Instaladores e Manuais
Os arquivos abaixo disponíveis para download contem o arquivo de instalação e os manuais de utilização.
Qualquer dúvida basta entrar em contato pelo seguinte e-mail: lianetts@serpro.gov.br
Fonte: Site SERPRO
Fonte: Site SERPRO
Opinião de Usuário:
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Victor Ferrari Franco
Data: 18 de outubro de 2011 21:04
Assunto: RE: Programa para Computador - Download
Para:uadpd.americana@gmail.com
De: Victor Ferrari Franco
Data: 18 de outubro de 2011 21:04
Assunto: RE: Programa para Computador - Download
Para:
Beth, eu ja instalei ele para o meu pai aqui no computador, na primeira tentaiva foi meio complicado faze-lo funcionar corretamente. Porém consegui, ele funciona muito bem.
Porém o uso do mouse (para as pessoas leigas) ou um alto nivel de conhecimento nos atalhos do teclado se faz nescessario. E outr ponto importante, é que o programa ainda apresenta algumas falhas quando se diz respeito a traduzir o "menu iniciar" ou paginas da internet, e de acordo com o meu pai, a voz que traduz tem uma fala muito pausada e as vezes se torna de dificil compreensão.
No geral, o programa roda muito bem, porque le tudo e qualquer coisa que o mouse passar sobre, ou qualquer botao que o usuario selecione, e outro ponto positivo, é que tudo que o programa faz pode ser configurado da forma que o usuario desejar
Sem mais.
Att.
Victor Franco
Software ajuda cego a ler
Correio Braziliense, Carolina Vicentin, 12 de outubro de 2011
Serpro e UFRJ inventam o LianeTTS, um sintetizador de áudio que permite a deficientes visuais navegar na internet e digitar textos
Serpro e UFRJ inventam o LianeTTS, um sintetizador de áudio que permite a deficientes visuais navegar na internet e digitar textos
Embora a fala seja uma das formas mais genuínas de comunicação, ela demorou muito tempo para aparecer nos computadores do jeito que é hoje. Isso porque o processamento digital do áudio utiliza uma grande parte da memória das máquinas. Quando elas ficaram mais robustas, a partir da metade da década de 1990, surgiu uma série de produtos e serviços, que beneficiaram todos os usuários. Há uma parte deles, porém, que precisa dessa tecnologia para fazer qualquer coisa em frente ao PC. Os deficientes visuais — quase 1,5 milhão de brasileiros — só entraram para a era digital graças aos sintetizadores de áudio e aos leitores de tela. As atuais opções melhoram a vida desses internautas, mas ainda há muito a ser feito.
O mais novo recurso a entrar para essa lista é o LianeTTS, um sintetizador de áudio desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Basicamente, o software lê, em português do Brasil, o que está escrito em páginas da internet, em documentos de texto e em outros programas que rodam no Linux, sistema operacional aberto. O produto, lançado no fim do mês passado, é o primeiro passo para a configuração de um projeto maior, batizado de Sinal (sigla para Sistema de Interação e Navegação em Linux). “O sintetizador de voz é a primeira etapa do Sinal. Quando o sistema estiver pronto, o usuário cego vai poder navegar na internet, escrever um texto, utilizar jogos e bater papo com seus contatos”, adianta o analista de sistemas Cláudio Dallalana, responsável pelo LianeTTS no Serpro.
Imposto de renda
A ideia dos especialistas do órgão é usar essa tecnologia, primordialmente, para que pessoas com deficiência visual possam fazer a declaração do Imposto de Renda pela internet. Hoje, esses brasileiros só podem acertar as contas com o Fisco se alguém ler os campos a serem preenchidos. “Qualquer cidadão consegue baixar o programa da Receita e resolver essa situação de forma autônoma. Mas o cego não consegue. Queremos resolver o problema até, no máximo, 2013” , diz Dallalana. O Liane TTS também pode ser acoplado a leitores de tela ou programas que rodem em Linux. “Esse sintetizador é o primeiro que roda em plataforma aberta. Há outros gratuitos, mas todos voltados para softwares proprietários”, comenta o presidente do Serpro, Marcos Mazoni.
Para construir o LianeTTS, os analistas do Serpro e os pesquisadores da UFRJ enfrentaram um longo trabalho. “A maneira mais simples de gravação digital é quando um ser humano fala frases e o computador as reproduz, exatamente como um gravador convencional faria”, explica o professor José Antônio Borges, do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ. “O problema é que, dessa forma, o computador está restrito a um arsenal de palavras pré-gravadas, que, por mais amplo que seja, não é capaz de abranger todas as situações”, diz o especialista. Assim, a alternativa é gravar sons da voz humana e depois organizá-los como em um quebra-cabeça.
Para isso, uma locutora gravou cerca de 4,8 mil palavras, definidas a partir de uma pesquisa sobre a fonética do português. Desse material, foram extraídos 1,3 mil difones (pedaços de som), com os quais é possível reproduzir o idioma falado no Brasil com boa qualidade. Com esse banco de dados, o LianeTTS processa, em tempo real, o que está na tela, segundo uma série de regras da língua falada. Há, ainda, um dicionário de exceções para tratar de termos com pronúncia diferente. “O nome ‘William’, por exemplo, precisa ser traduzido para o sintetizador para ‘Uíliam’”, esclarece o professor Borges. Além disso, como está em uma plataforma aberta, o software permite que o próprio usuário adicione palavras de exceção, de acordo com o seu cotidiano.
Acessibilidade
Outra vantagem do LianeTTS é a gratuidade. “Ele foi produzido para brasileiros e não depende de uma licença proprietária para ser utilizado”, observa a jornalista Lúcia Formighieri, 31 anos. Deficiente visual, Lúcia espera que o sintetizador seja difundido para que ela consiga exercer sua profissão. “Quero chegar em um jornal, por exemplo, e mostrar como eu escrevo. Mas, para isso, preciso de um computador com esse tipo de sistema”, diz. Para o servidor público Edinaldo Miranda, 41 anos, o programa é promissor, mas precisa estar integrado com outros softwares para fazer diferença na vida dos cegos. “É mais um ferramenta que promete nos colocar em pé de igualdade com todos, mas é necessário haver um esforço do governo para isso, inclusive, oferecendo cursos”, sugere.
Um dos principais desafios é em relação ao sistema operacional que sustenta o LianeTTS. Embora seja aberto, o Linux é ainda um bicho de sete cabeças para muitos usuários. Além disso, há muitos sites que não são acessíveis aos deficientes visuais. “Os programadores, por vezes, não imaginam que uma pessoa cega vai usar a página e acabam esquecendo de detalhes essenciais para os sintetizadores e leitores de tela”, afirma Markiano Charan Filho, presidente da Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva). “Isso já começou a mudar, mas ainda está longe do ideal.”
Arquivos pesados
O tratamento do áudio dentro dos computadores está diretamente ligado à quantidade de memória disponível: cada segundo de informação sonora corresponde a algo entre 20 e 100 mil posições na memória. “Há formas de compactar ou codificar essa informação, mas, em geral, o áudio é grande e consome muitos recursos da memória”, explica o professor José Antônio Borges.
Peças da fala
Os fonemas são as unidades linguísticas da fala. O número de fonemas em um idioma varia entre 20 e 60, sendo que o português tem aproximadamente 40 fonemas. Já os fones são a realização acústica do fonemas, e seu número varia conforme a locução. No processamento de linguagem natural, surgem os difones, a última metade de um fone seguida pela primeira metade do próximo. Juntos, os difones formam o áudio sintetizado.
Fonte: Site SERPRO
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
A falta que os intérpretes fazem na inclusão de alunos surdos
Devido à ausência deste profissional nas escolas, entidades do setor ainda defendem a Educação especial segregada até o fim do Ensino Fundamental
Cinthia Rodrigues
Em 2008, dos 64.150 alunos surdos recenseados pelo Ministério da Educação no Brasil, 54% estavam em classes regulares. Mas o primeiro levantamento que cruzará o número de intérpretes com as matrículas dos deficientes auditivos só deve ser feito este ano. Mesmo antes da divulgação dos resultados, especialistas e autoridades imaginam o que ele dirá: não há profissionais suficientes.
É por causa da carência que entidades do setor ainda defendem as escolas especiais segregadas até o fim do Ensino Fundamental. Em muitas unidades de ensino regulares, alunos surdos ainda estudam sem intérpretes, o que revolta integrantes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis). "A inclusão não está funcionando", diz o diretor da entidade em São Paulo, Neivaldo Augusto Zovico. "Os professores estão despreparados e as secretarias de Educação não contratam intérpretes.
Os alunos acabam frustrados por não entender nada e desistem", reclama. A coordenadora do Programa de Acessibilidade da Derdic-PUC, Maria Inês Vieira, defende o mesmo ponto de vista. "Acredito em inclusão na sociedade, mas não na Educação Básica", diz. Ela explica que, para o aluno surdo, o português é uma segunda língua e deveria ser ensinado após a primeira, libras.
A diretora de Educação Especial da Secretaria de Educação Especial do MEC, Martinha Dutra, afirma que a inclusão total é uma questão de tempo. "Faltam profissionais porque tudo é muito novo. A própria regulamentação do intérprete no Ministério do Trabalho ainda está em curso, mas isso vai ser acelerado com a multiplicação do conhecimento de libras", argumenta.
Pela nova perspectiva de trabalho das autoridades, as instituições especializadas deixam de receber verbas por crianças atendidas de maneira segregada, em escolas especiais.
No novo modelo, essas entidades devem usar a experiência acumulada para ajudar a inclusão na rede pública, em contratos com estados e municípios, por exemplo. Outro fator que incentiva essa modernização é um decreto federal, assinado em 2008, que dobra o valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb) para alunos com deficiência inclusos na rede regular, se atendidos pelo contraturno público e estudando regularmente com intérprete, como manda a lei.
Publicado em NOVA ESCOLA Edição 221, Abril 2009, com o título Falar com as mãos
CONTATOS
Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação, R. Dra. Neyde
Apparecida Sollitto, 435, 04022-040, São Paulo, SP, tel. (11) 5908-8000
EE Nossa Senhora da Conceição, R. João Grumiché, 805, 88108-100, São José, SC, tel. (48)
3247-8195
EM Luiz Cândido da Luz, SC-403, km 3, 88070-220, Florianópolis, SC, tel. (48) 3269-6636
EM São Judas Tadeu, R. Pedro Portela, s/nº, 44255-000, Irará, BA, tel. (75) 3247-3827
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, R. Santa Sofia, 139, 20590-140, Rio de Janeiro, RJ, tel. (21) 2567-4880
Instituto Nacional de Educação dos Surdos, R. das Laranjeiras, 232, 22240-001, Rio de
Janeiro, RJ, tel. (21) 2285-7284
Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, Esplanada dos Ministérios, bl. L, 6º andar, 70047-900, Brasília, DF, tel. 0800-616161
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Circuito Netuno de Travessias Aquáticas - Thiago de Andrade Motta foi o 1º nadador TETRAPLÉGICO a completar o percurso
4ª etapa do Circuito Netuno de Travessias Aquáticas
Neste Domingo, 16/10/2011, foi realizado na cidade de Santos a 4ª etapa do Circuito Netuno de Travessias Aquáticas onde nadadores americanenses se destacaram conquistando 11 troféus !
A Travessia teve 3 fases:
1. 750 mts (até 14 anos)
2. 750 mts (iniciantes e pessoas com deficiência) e
3. 1.500 mts (todas as idades)
A Travessia teve 3 fases:
1. 750 mts (até 14 anos)
2. 750 mts (iniciantes e pessoas com deficiência) e
3. 1.500 mts (todas as idades)
Os resultados foram:
Diogo Milani Zoppi (Campeão geral e de categoria), Tomaz Renato Zoppi (Campeão de categoria),
Danilo Milani Zoppi (2º colocado de categoria)
Enzo Augusto (1º colocado de categoria),
Bruno Valarini (1º colocado de categoria),
Larissa Yamauti (1º colocada de categoria), Felipe Perroni (2º colocado de categoria),
Matheus Bovolini (3º colocado de categoria),
Caio Stefany (4º colocado de categoria),
Eloi Gabriel (4º colocado de categoria),
Thiago de Andrade Motta (4º colocado de categoria),
entre outros participantes como Diego Souza e Ariane Sasseron.
Destaque para Tomaz Renato Zoppi e Thiago de Andrade Motta que são pessoas com deficiência e venceram mais um desafio! Ambos fazem parte da ADISH (Associação para o Desenvolvimento Integral do Ser Humano) e recebem treinamento e apoio especial do Centro Aquático Nadar.
Thiago de Andrade Motta foi o 1º nadador TETRAPLÉGICO a completar o percurso e ainda conseguiu a 4ª colocação! A próxima e última etapa de 2011 será realizada no dia 20/Novembro também em Santos (SP).
Diogo Milani Zoppi (Campeão geral e de categoria), Tomaz Renato Zoppi (Campeão de categoria),
Danilo Milani Zoppi (2º colocado de categoria)
Enzo Augusto (1º colocado de categoria),
Bruno Valarini (1º colocado de categoria),
Larissa Yamauti (1º colocada de categoria), Felipe Perroni (2º colocado de categoria),
Matheus Bovolini (3º colocado de categoria),
Caio Stefany (4º colocado de categoria),
Eloi Gabriel (4º colocado de categoria),
Thiago de Andrade Motta (4º colocado de categoria),
entre outros participantes como Diego Souza e Ariane Sasseron.
Destaque para Tomaz Renato Zoppi e Thiago de Andrade Motta que são pessoas com deficiência e venceram mais um desafio! Ambos fazem parte da ADISH (Associação para o Desenvolvimento Integral do Ser Humano) e recebem treinamento e apoio especial do Centro Aquático Nadar.
Thiago de Andrade Motta foi o 1º nadador TETRAPLÉGICO a completar o percurso e ainda conseguiu a 4ª colocação! A próxima e última etapa de 2011 será realizada no dia 20/Novembro também em Santos (SP).
Todos os participantes receberam treinamento especial para esta Travessia e o acompanhamento pessoal durante a prova do Prof. e Técnico CAIO MILANI ZOPPI.
Os interessados em participar poderão obter maiores informações pelo telefone (19) 3461-1806 com o Prof.Caio ou por e-mail falecom@nadarsempre.com.br
Para ver as fotos do evento, clique aqui
Os interessados em participar poderão obter maiores informações pelo telefone (19) 3461-1806 com o Prof.Caio ou por e-mail falecom@nadarsempre.com.br
Para ver as fotos do evento, clique aqui
Importante: Notícia encaminhada por Thiago de Andrade Motta, parceiro e vencedor.
Fonte: Site Nadar
terça-feira, 18 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
CLARICE VIVE!
Ela fala muito, e rápido. Atribui à sua raiz caipira, “lá todos falam assim!”. Em meus pensamentos me pergunto se não é ansiedade. Estamos em um ponto de ônibus, aguardando um que leve um grupo de pessoas com deficiência visual para o terminal. Lá cada um deles achará o ônibus que os levará para casa. Acabaram o segundo curso do programa “Alimente-se bem”, do SESI, que atendeu o entusiasmado pedido deste grupo. Cada um segura orgulhosamente seu exemplar em papel do livro comemorativo pelos dez anos de existência do programa. Pergunto como aconteceu sua deficiência visual, e ela diz que foi em decorrência de cirurgia feita em seu crânio, para retirada de tumor cancerígeno localizado na parte frontal. Pega minha mão e coloca no início de seu cabelo curto e sinto uma depressão, ausência da proteção óssea. Há outra depressão importante na lateral da testa. Mas ela fala sorrindo sempre, e para cada assunto fica um sabor de gratidão pela vida. Acrescenta que esta foi a segunda operação, após a retirada dos dois seios pelo mesmo problema. Pergunto como chegou ao Centro de Prevenção à Cegueira de nossa cidade (ela é de Nova Odessa), e ela diz que pessoa amiga indicou, quando soube de sua perda de visão, seguida de fase depressiva que durou quase dois anos. Conta que neste período ficava triste, sozinha em casa, queimando as mãos quando tentava cozinhar. Com o trabalho da terapeuta ocupacional e da psicóloga foi reorganizando e reassumindo sua vida – hoje lava, passa, cozinha e limpa sua casa, além de comprar as roupas do marido e do filho que ainda vive com eles. Pede para a vendedora descrever a cor e o seu tato de ex-costureira verifica o corte, a qualidade das costuras e o acabamento. Pega seu ônibus sozinha, e vem feliz, para seus tratamentos, sua aula de pintura e de dança de salão. Após este trabalho múltiplo com sua deficiência, conta que sua vida mudou completamente. Ela e seu grupo querem mais um curso do SESI, a nutricionista Fabiana poderá atender a mais este desejo em outubro. Chega o ônibus. Ajudo todo o grupo, em fila indiana, a entrar. Algumas pernas têm dificuldade em encontrar a altura correta do primeiro degrau. Dirijo o movimento com minha mão. Preciso pedir para os demais “enxergantes” ao meu lado para que esperem todo o grupo subir. A porta se fecha, e observo alguns deficientes indo de pé, não foi oferecido assento. Ainda precisamos afiar mais nossa sensibilidade para com os limites do outro. Vamos lá! “Sei que algumas mudanças são tarefa para uma vida toda!”. Reinaldo Bulgarelli, educador brasileiro, atuante na área social.
Estudo mostra cicatrizes mentais do câncer
Um diagnóstico de câncer é capaz de deixar cicatrizes psicológicas tão profundas quanto as infligidas pelo envolvimento numa guerra. É o que indica uma nova pesquisa feita com pacientes. Mais de uma década depois de terem recebido a notícia do diagnóstico, quatro em cada dez sobreviventes relatam sintomas como excesso de tensão permanente, pensamentos perturbadores sobre o câncer ou enfraquecimento dos laços emocionais com amigos e parentes.
São características que se encaixam na definição de síndrome do estresse pós-traumático, problema psiquiátrico que normalmente afeta veteranos de guerra.
São características que se encaixam na definição de síndrome do estresse pós-traumático, problema psiquiátrico que normalmente afeta veteranos de guerra.
Segundo Sophia Smith, pesquisadora do Duke Cancer Institute, na Carolina do Norte (EUA), é concebível que o trauma atrapalhe o prosseguimento da terapia.
"Ficamos preocupados com a possibilidade de o paciente evitar os cuidados médicos e pular os retornos no consultório", diz. "Não temos dados que demonstrem isso, mas é uma preocupação constante para nós", afirma a autora do estudo.
Fonte: Folha de São Paulo
Indicação de faculdade oferece acessibilidade para pessoas com deficiência física e visual:
A Anhanguera oferece cursos de graduação em diversas áreas de interesse, sempre focados no mercado de trabalho. Entre os tipos de formação disponíveis você pode escolher:
Bacharelado: tem duração de quatro a seis anos e forma profissionais generalistas, em determinadas áreas do conhecimento.
Licenciatura: tem duração de três a quatro anos e forma o profissional para a docência.
Tecnologia: tem duração de dois a três anos e forma o profissional com especialidade.
Bacharelado: tem duração de quatro a seis anos e forma profissionais generalistas, em determinadas áreas do conhecimento.
Licenciatura: tem duração de três a quatro anos e forma o profissional para a docência.
Tecnologia: tem duração de dois a três anos e forma o profissional com especialidade.
Escolha ao lado o curso de seu interesse e saiba mais sobre ele clicando aqui
Para verificar a unidade mais próxima, clique aqui
Sobre o vestibular do processo seletvo para 2012, clique aqui
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Alunos surdos cantam, dançam e interpretam na aula de Arte
Trabalhar música, dança e teatro com alunos surdos ainda é raridade. Conheça três exemplos de professores que fazem isso com qualidade
Camila Monroe. Colaborou Beatriz Vichessi, de Goiânia
Há muito tempo, se fala em inclusão de crianças com deficiência nas escolas. Cenas como a da foto acima, porém, continuam sendo raras. Trata-se de um grupo de teatro escolar que mistura alunos deficientes auditivos com ouvintes. Na EM Severino Travi, em Canela, a
Além disso, a garotada tem uma fanfarra - e todos concordam que o contato com as diferentes expressões artísticas ajuda a turma também nas outras disciplinas, sem falar na integração entre os alunos. A Severino Travi, no entanto, ainda é exceção.
Mas, ainda que o número de surdos matriculados em escolas regulares venha aumentando
(só nos últimos dois anos, o crescimento foi de 21%, segundo o Censo Escolar), os próprios especialistas têm dificuldades em indicar boas experiências de ensino de Arte que incluam esse público específico. Para produzir esta reportagem, por exemplo, NOVA ESCOLA entrou em contato com todas as Secretarias estaduais de Educação e com dezenas de municipais. Nenhuma delas conhecia boas escolas para indicar.
Felizmente, há (sim) professores desenvolvendo bons trabalhos de Arte que incluem crianças e jovens que sofrem, em algum grau, com a deficiência auditiva. E, como acontece com as outras disciplinas, os resultados são sempre muito animadores. Os surdos estão mais habituados a gesticular e perceber emoções nos outros. Por isso, quando convocados a se expressar por meio de caras, bocas e movimentos do corpo, eles tiram de letra. "Para aproveitar melhor essa habilidade, é essencial explorar linguagens diferentes", diz Daniela Alonso, especialista em inclusão e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota
10. "Para ficar no exemplo do teatro, é possível montar um espetáculo falado na
Linguagem Brasileira de Sinais (libras), trabalhar com mímica ou mesmo criar personagens que não falam, mas interagem com os outros."
Basta lembrar que, antes de surgir a tecnologia que permitiu criar filmes falados, todo mundo entendia o cinema mudo. Nas artes visuais, a audição não costuma ser o sentido mais importante. E muita gente sabe que, para dançar, basta sentir a vibração da música (e não é preciso ouvir para sentir essa vibração). Nesta reportagem, você vai conhecer as histórias de três escolas que desenvolvem projetos de qualidade que incluem jovens surdos em atividades de teatro, dança e música. Afinal, como escreveu o russo Leon Tolstoi (1828-1910), a Arte é mesmo "um dos meios que unem os homens".
Assuntos relacionados. Acesse:
Os Garotos do Brasil
RUY CASTRO
RIO DE JANEIRO - Sócrates, 57, volta para casa depois de 17 dias entre a vida e a morte no hospital por complicações decorrentes de cirrose do fígado. A partir de agora, não poderá mais beber álcool.
Mas isso não fará dele um ex-alcoólatra. Assim como o diabético que deixa de comer açúcar não se torna ex-diabético - torna-se apenas um diabético que deixou de comer açúcar -, Sócrates continuará sendo alcoólatra. Apenas terá deixado de beber.
Para a indústria cervejeira, sua doença é um desastre. Demonstra que ninguém, nem mesmo um homem inteligente, cidadão admirado e, ainda por cima, médico, como Sócrates, está a salvo de seu produto. Que este produto não é diferente dos "mais fortes", como os destilados, e que, apesar disso, entra alegremente pelas casas via televisão, patrocinando inclusive a seleção brasileira.
Pois não é irônico que Sócrates, que já foi um dos símbolos desta como atleta nos anos 80, quase tenha morrido do produto que patrocina hoje a seleção?
Trinta anos de consumo firme e crescente de cerveja renderam-lhe a cirrose cujos sintomas ele, como médico, deve ter percebido há muito. Sócrates percebeu, mas continuou a beber. Por quê? Porque o alcoolismo é progressivo e, depois de certa etapa, quem manda não é a razão, mas o organismo, e este quer sempre mais.
Sócrates pertence aos 15% da humanidade que podem beber muito sem sentir os efeitos adversos do álcool, como embriaguez, intoxicação e ressaca.
Só isso explica que, com seu histórico de copo, nunca tenha sido advertido pelos médicos de seus clubes - que também não entendem de alcoolismo.
Sócrates disse que, se saísse dessa, iria fazer trabalho social junto às crianças da Venezuela. Faria melhor se ficasse aqui e contasse sua história para os garotos do Brasil.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Maria Cristina da Cunha Pereira fala sobre o ensino de Língua Portuguesa para surdos
A linguista da Derdic e professora da PUC de São Paulo trata dos desafios do aprendizado da linguagem escrita por alunos surdos
Paula Takada
Ter clareza de que a Língua Portuguesa - em suamodalidade escrita - é uma segunda língua para as pessoas surdas é uma premissa para poder realizar um bom trabalho de alfabetização desse público. Como afala é um limite para esses alunos, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua que servirá de base para que aprendam a ler e a escrever em português (ou em qualquer outro idioma). Trata-se, portanto, de um processo bilíngue, conforme explica a professora Maria
Cristina da Cunha Pereira, linguista da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic) e professora da Pontifícia Universidade Católica
(PUC) de São Paulo.
Doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e assessora da Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo, Maria Cristina trabalha com ensino de Língua
Portuguesa para surdos desde 1968 quando aceitou, pela primeira vez, o desafio de lecionar para adolescentes surdos. Nesta entrevista, a pesquisadora fala sobre as semelhanças e diferenças entre os processos de alfabetização de alunos ouvintes e não ouvintes.
Para ver a entrevista na integra, clique aqui.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
CIEE também inclui pessoas com deficiência em seu programa de estágio
O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) é uma instituição filantrópica mantida pelo empresariado nacional.
A inclusão de pessoas com deficiência em estágios busca sensibilizar o empresariado para oferecer e ampliar o número de vagas abertas às pessoas com deficiência, proporcionando seu efetivo ingresso no mundo do trabalho, como determina a lei nº 8.213/91. O CIEE mantém um amplo banco de dados sobre pessoas com deficiências, facilitando o processo de seleção.
Para se cadastrar e saber mais sobre o CIEE, acesse: http://www.ciee.org.br
Programas e materiais que ajudam na inclusão de surdos
Conheça as políticas públicas existentes e as respostas para as dúvidas mais comuns sobre a inclusão de alunos com deficiência auditiva no ensino regular
Paula Nadal
A inclusão de alunos com deficiência auditiva no ensino regular é um assunto que divide opiniões. Enquanto alguns especialistas defendem a matrícula desses estudantes em escolas exclusivamente especializadas até o final do Ensino Fundamental - para que sejam plenamente alfabetizados em Libras e em Língua Portuguesa -, outros afirmam que esses alunos devem estar matriculados em turmas de escolas regulares, junto dos ouvintes.
O fato é que o número de pessoas surdas matriculadas nas escolas regulares não para de crescer. Segundo os dados do Censo Escolar de 2009, mais de 40 mil alunos com algum tipo de deficiência auditiva - surdez total, perda parcial da audição ou surdocegueira - estão nas classes regulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA, o que representa 65% dos estudantes com deficiência auditiva do país. E é preciso encontrar meios eficazes para incluir esses alunos e garantir a aprendizagem em todos os segmentos.
O Decreto Federal nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, estabelece que alunos com deficiência auditiva tenham o direito a uma educação bilíngue nas classes regulares. Isso significa que eles precisam aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita como segunda língua. Por isso, a
Língua Brasileira de Sinais deve ser adquirida pelas crianças surdas o mais cedo possível - o que, em geral, acontece na escola - preferencialmente na interlocução com outros surdos ou com usuários de Libras.
Entre 2006 e 2009, o Ministério da Educação (MEC) certificou pouco mais de 5 mil intérpretes pelo Prolibras - o Programa Nacional para Certificação de Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais - e, embora mais de 7,6 mil cursos superiores de
Pedagogia, Fonoaudiologia e Letras ofereçam a disciplina de Libras, ter o número de intérpretes necessário para atender a demanda das escolas ainda é uma realidade distante.
Para se ter uma ideia, na rede municipal de São Paulo há apenas 19 intérpretes cadastrados, para atender mais de 300 alunos. E os desafios não param por aí. Além de comunicar-se em Libras, esses profissionais precisam conhecer os conteúdos curriculares para explicá-los aos estudantes.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
DE SUSTO EM SUSTO
Segue a história de uma familia lutando contra a extrema falta de apoio social e de recursos pessoais para incluir sua filha deficiente auditiva em um contexto social de aceitação e produtividade.
DE SUSTO EM SUSTO
Vamos imaginar que você é o pai, ou a mãe de uma bela adolescente de dezoito anos, assediada pelos moços, de personalidade forte, que terminou o segundo grau como boa aluna, e quer serviço remunerado. No início do trabalho é comum que pais avisem quais são os comportamentos esperados, o que é diferente em relação à escola, qual a postura, vestimenta e conduta adequados, como usar o transporte, e muitos outros detalhes. Mas se sua filha tiver surdez profunda, desde meningite quase mortal, aos três anos de idade, fica muito complicado, não? Você até pode “colocar nas mãos de Deus”, mas vai ficar muito atento ao uso de celular (mensagem), em sigilo no quarto, as constantes hora-extras (solicitadas por quem?), aos horários de saída e chegada, e a súbita vontade de desmanchar o namoro atual e iniciar outro relacionamento com um colega de trabalho que você não conhece. Esta moça se chama Juliana, e sua mãe Maria conta sua luta - primeiro a meningite se instalando devagar, dificultando o diagnóstico, a criança acordando após quatro dias sem conseguir andar, sem equilíbrio. Voltando para casa, a percepção de que não respondia mais aos chamados. Pediatra, otorrino, exame de audição (BERA), confirmação da deficiência, sugestão de implante coclear (quando funciona bem, permite o reconhecimento sonoro da palavra), espera de seis meses pela necessária tomografia, constatação de calcificação do nervo auditivo. O implante seria inútil, ainda bem que Juliana queria entender a fala do irmão mais novo. Hoje ele é seu tradutor. Tratamento fonoaudiológico contínuo, buscando preservar o resíduo de fala e estimulando comunicação máxima possível, mesmo que a articulação ficasse defeituosa, e a voz difícil de compreender, sem entonação. A terapia aconteceu até aos quatorze anos, com os pais enfrentando muita restrição financeira para honrar os compromissos de seu tratamento enfrentando resistência para admissão na escola, bravamente defendida pela fonoaudióloga em seus direitos de inclusão. Hoje ela sabe um pouco de Libras, e acaba traduzindo para os ouvintes o que seus parceiros de surdez tentam comunicar nesta língua. A mãe decidiu trabalhar em casa, mesmo que fosse menos rentável, para poder monitorar esta moça, e cuidar de tudo que uma mãe de outros filhos, esposa e dona de casa cuida. Relata desgaste emocional, e muito medo em relação ao futuro – como cuidar? Como orientar? Forneço endereços de sites relativos a surdez, oriento Juliana a pesquisar junto com a mãe, buscando informações e grupo de pais para troca de experiências. “Fragilidade, o teu nome é mulher!” – William Shakespeare.
Cursos Profissionalizantes para Pessoas com Deficiência Física
Escola de cursos profissionalizantes abre espaço para pessoas com deficiência física.
Opções de cursos:
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O desafio de ensinar Língua Portuguesa a alunos surdos
Conheça as expectativas de aprendizagem para esses estudantes, desde a Educação Infantil até o 9º ano. Flexibilizar atividades e investir em experiências visuais contribuem para a
Inclusão
Paula Nadal
Ensinar uma língua escrita para quem desconhece a oralidade é um desafio para todos os professores com alunos surdos em suas turmas. As principais dificuldades não decorrem da surdez em si, mas da falta de conhecimento da Língua Portuguesa falada. Hoje, boa parte desses estudantes comunica-se com a Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua visual-espacial, que possui estrutura própria.
Para ajudá-lo a incluir os estudantes com deficiência auditiva, organizamos uma síntese das principais expectativas de aprendizagem para esses alunos na Educação Infantil e no
Ensino Fundamental, quando matriculados em turmas regulares, com base nas principais orientações curriculares para o ensino de Língua Portuguesa para pessoas surdas, da
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
É importante lembrar que, mesmo que não alcancem os mesmos resultados obtidos pelos alunos ouvintes, os estudantes com deficiência auditiva precisam participar de todas as aulas. Se o aluno surdo ainda não for capaz de escrever um texto, faça com que ele contribua para as atividades escrevendo listas ou frases sobre o tema abordado. Produções coletivas ou em pequenos grupos também ajudam o aluno a se expressar melhor pela escrita. O importante é que ele sempre conte com o apoio visual da escrita. O professor deve registrar todas as atividades e utilizar recursos diferenciados - como letras móveis ou cores diferentes para designar elementos distintos de uma frase, por exemplo. Fazer com que o aluno surdo sente-se nas carteiras da frente é outra medida essencial, assim como atuar em conjunto com o Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Educação Infantil
A maioria das crianças surdas nasce em famílias de ouvintes. Por isso, só aprende Libras quando entra na creche ou na pré-escola. Ao final desse período, espera-se que essas crianças consigam narrar histórias simples na língua de sinais. Utilizar cartazes com a representação de palavras em Libras e em Língua Portuguesa é uma ação que ajuda a por as crianças com deficiência auditiva em contato com a Língua Portuguesa escrita desde cedo - já que a apreensão desta língua é visual para o aluno surdo.
As imagens também devem ser bem exploradas pelos educadores durante os momentos de leitura. É importante que os pequenos possam observar as ilustrações e compreendê-las como elementos complementares à narrativa. O mesmo vale para a elaboração de listas. O educador pode organizá-las com as imagens dos objetos e os nomes correspondentes escritos em português e em sinais. O uso de DVDs de histórias contadas em Libras por outras crianças ou de DVDs de brincadeiras com regras interpretadas em Libras associadas às imagens são recursos importantes no dia a dia da pré-escola.
Embora todas as escolas regulares com alunos surdos matriculados tenham o direito de contar com um intérprete de Libras, é imprescindível que, desde muito pequena, a criança com deficiência auditiva seja orientada a olhar para o rosto do interlocutor. Assim, ela poderá observar expressões, gestos e sinais para, aos poucos, adquirir a capacidade de fazer a leitura orofacial, que será útil para as aprendizagens futuras e para a interação com os outros.
Ensino Fundamental I
Ao chegar ao 1º ano, espera-se que os alunos com deficiência auditiva que passaram pela
Educação Infantil saibam comunicar-se em Libras e sejam capazes de escrever o próprio nome. Mas vale lembrar que essas crianças começam o Ensino Fundamental sem conhecimento da Língua Portuguesa falada e, por isso, não partem do mesmo princípio que os alunos ouvintes para aprender a ler e a escrever.
A apropriação do sistema alfabético, nesses casos, se dá através da visão e, por isso, o planejamento de atividades intensas de leitura com interpretação em Libras e com a utilização de recursos visuais (como imagens e letras móveis) são ações fundamentais para que a criança seja alfabetizada em um contexto de letramento.
Orientações
O erro mais comum
Tentar "oralizar" a criança surda - mesmo as que possuem resquícios de audição. O ideal é que todos dominem Libras para então aprender uma segunda língua, que é a
Língua Portuguesa em sua modalidade escrita. A tentativa de oralização prejudica o desenvolvimento, pois impede que a criança aprenda tanto a Língua Portuguesa falada quanto a Libras.
Ao contar histórias para o aluno com deficiência auditiva, faça com que ele observe detalhes da escrita e da ilustração. As palavras grafadas sempre devem estar associadas ao seu significado interpretado em Libras. Elabore atividades de escrita de listas e organize coleções com a turma. Crachás com os nomes de todos podem ser usados em sala, assim como desenhos relacionados a palavras - a memória visual, para a criança com deficiência auditiva é muito importante.
O maior desafio para o aluno surdo é que ele compreenda a língua como prática social. O acesso a diferentes materiais escritos, portanto, é crucial para ampliar o conhecimento linguístico do aluno e fazer com que ele consiga produzir textos coerentes em Língua Portuguesa até o final do 5º ano.
Uma boa experiência
Ao receber uma aluna surda no 1º ano, a professora Graziele Kathleen Tavares Santana de Albuquerque, da EMEF Professora Dulce Bento Nascimento, no distrito de Barão
Geraldo, em Campinas, a 83 quilômetros de São Paulo, colocou em prática os conhecimentos do curso de Libras que fez. Por tratar-se de uma classe de alfabetização, Graziele decidiu ensinar Língua Portuguesa escrita e Libras para toda a turma. "Eu percebi que as crianças queriam encontrar formas de se comunicar com a colega que não ouvia", conta. Para tanto, ela organizou jogos em Língua Portuguesa escrita, língua de sinais e imagens; fixou cartazes relacionando palavras, imagens e sinais; utilizou o dicionário trilíngue e leu histórias para as crianças interpretando-as em Libras. Aos poucos, as leituras passaram a ser interpretadas na língua de sinais pelos próprios colegas ouvintes.
O trabalho com a aluna do 1º ano - que continuou ao longo do 2º ano - fez com que Graziele conseguisse incluir a escola em um projeto da Prefeitura de Campinas. Para atender a demanda por intérpretes, a Secretaria de Educação criou as Escolas Pólo, localizadas em pontos estratégicos do município para incluir alunos com deficiência auditiva. Essas escolas contam com intérpretes para as aulas nas turmas regulares; um instrutor surdo, que ensina Libras aos que ainda não a dominam; e uma sala bilíngue - hoje, sob responsabilidade da professora Graziele - que oferece atendimento especializado aos alunos com deficiência auditiva na disciplina de Língua Portuguesa.
Ensino Fundamental II
A partir do 6º ano, espera-se que o aluno com deficiência auditiva seja capaz de escrever textos coerentes, mesmo que simples. Vale lembrar que coerência e coesão são qualidades distintas - a primeira refere-se à forma do texto, enquanto a segunda diz respeito aos aspectos semânticos. Devido às diferenças estruturais entre língua de sinais e língua oral, é comum que o aluno surdo tenha dificuldades para escrever textos coesos. Poucos conseguem fazer o uso correto de morfemas e as ligações entre palavras, orações e parágrafos. O mais importante é atentar para a coerência nas produções, mas isso não quer dizer que o educador não precise elaborar atividades regulares de leitura e de reestruturação de texto, para que o aluno aproprie-se cada vez mais da Língua Portuguesa escrita - considerada como segunda língua para os usuários de Libras.
Orientações
Nesta etapa, é desejável que o estudante consiga interpretar e reconhecer textos de diferentes gêneros - biográficos, jornalísticos, científicos, crônicas, contos, poesia, relatos históricos etc. Ele vai precisar dominar o uso escrito da Língua Portuguesa para estruturar experiências e explicar a própria realidade. Organizar esquemas e estimular a produção escrita de notas e textos de opinião ajuda o aluno nesse processo. Atividades de leitura compartilhada em pequenos grupos; de leitura em Libras feita pelo intérprete ou pelo professor; e de leituras autônomas conferem mais segurança ao aluno.
Antes de ingressar no Ensino Médio, respeitadas as limitações, o aluno surdo precisa ser capaz de refletir sobre os principais aspectos da Língua Portuguesa. Mas lembre-se: o tempo de aprendizagem da pessoa com deficiência auditiva é diferente do de alunos ouvintes. Invista nas situações de sistematização de conteúdos, apresente ao aluno o que será feito, amplie o tempo de realização das atividades e atue sempre em conjunto com o profissional da sala de recursos, responsável pelo AEE.
Uma boa experiência
Os cerca de 900 alunos da Escola de Educação Básica Nossa Senhora da Conceição, em São José, região metropolitana de Florianópolis, convivem perfeitamente com os 45 colegas com deficiência auditiva. A escola tem oito intérpretes de Libras que acompanham as aulas em todas as turmas regulares, além de uma instrutora surda, que ensina Libras aos alunos com deficiência auditiva que ainda não a dominam. Os estudantes surdos também praticam a leitura no Atendimento Educacional Especializado, no contraturno. Tudo isso é possível graças ao apoio da Secretaria Estadual de Educação, por meio da Fundação Catarinense de Educação Especial.
O professor João Batista de Souza explora elementos visuais para ensinar Língua Portuguesa escrita aos alunos. Para trabalhar os verbos, ele elaborou tabelas com letras grandes, fixadas nas paredes da sala com as conjugações. O professor também criou ícones que indicam os diferentes tempos verbais. Para ensinar conteúdos como o vocativo, por exemplo, João mostrou diferentes modelos de correspondências aos alunos, destacou elementos importantes nas cartas e pediu para que os estudantes produzissem as próprias mensagens.
Para ensinar os numerais ele tirou cópias de folhas de talão de cheque e de notas fiscais para que fossem preenchidas pela turma. "Procuro trabalhar textos que estejam de acordo com o cotidiano dos alunos. Conteúdos que são trabalhados na 5ª série com os ouvintes precisam ser reforçados anualmente com os surdos. Cada texto é lido duas ou três vezes durante as aulas. Eles costumam confundir gêneros, trocam sinais de pontuação, cometem erros de concordância e apresentam vocabulário restrito. Mas conseguimos trabalhar esses pontos para que todos avancem", conta o professor, que também domina a Libras.
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