POR FAVOR TODOS! APRENDAM LIBRAS!
Sou Rodolfo, com vinte e oito anos,
deficiente auditivo. Se vocês desconhecem Libras, não estabelecem comunicação
satisfatória conosco. Pais, professores, amigos não sabem o que fazer com
aquela pessoa, e não interagem. Quando nossa frustração se expressa em gestos
de raiva somos considerados “briguentos”.
Aos sete anos de idade frequentemente ia para
a piscina e tive infecção em meus ouvidos diagnosticada tardiamente, resultando
em surdez total do ouvido direito, e pequena percepção de sons no esquerdo. Só
aprendi Libras aos dezesseis anos, em grupo de surdos.
Não contar com
interprete de Libras me obrigou, quando criança a copiar de meus colegas
entendendo pouco do que escrevia. Quando moço, na faculdade de administração, a
falta deste apoio foi em parte amenizada por colegas que sabiam um pouco de
Libras. Lutei muito para concluir o curso.
Uso aparelho
auditivo, mas não gosto, só consigo ouvir ruídos e não entendo palavras. O implante
coclear ainda está em pesquisa, tenho medo de arriscar, me aceito como surdo.
Moro distante de minha família, sozinho,
cuido de tudo em casa. Vim para esta cidade para frequentar curso específico
para pessoas com deficiência, com o objetivo de acesso a vaga de trabalho
melhor (já trabalhei antes). Aqui achei minha namorada, que também é deficiente
auditiva. Já tentei namorar ouvinte, mas não dá certo – não acompanho o
vocabulário de suas mensagens ao celular.
Uso internet, mas meu vocabulário incompleto
dificulta a pesquisa. Faço karatê, natação, academia e ando de bicicleta (com
muito cuidado).
Futuro? Meus sonhos
são como os de vocês!
Sejamos incontroláveis então… e que a gente não desista porque ninguém
acredita.
Machado de Assis.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:
bfritzsons@gmail.com
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