VOU PASSAR O
NATAL DE ROUPA NOVA!
Minha nova amiga
Josiane, ao dizer espontaneamente esta frase, há poucos dias, acabou sem saber,
dando para mim o presente de Natal mais significativo deste ano.
Josiane é
cadeirante, e concordou em ser minha parceira, junto com outras duas pessoas
com deficiência (um perdeu parte do braço, para ele fiz bermuda com fecho
velcro, outra precisou retirar um seio, e criei top que refaz o volume perdido),
em meu trabalho de conclusão de curso, da faculdade. A tarefa incluía desfilar
para os examinadores com as novas roupas, ganhando a mesma de presente depois, e
foi na preparação que ouvi a frase acima.
Sou Andrea, docente
de modelagem e costura na escola SENAI de Americana.
Minha primeira
percepção dos limites que a vida impõe aconteceu com meu irmão, que nasceu
deficiente auditivo. Ele é adulto, trabalha, mas minha família poderia ter uma
vida mais confortável se nosso país fosse mais inclusivo.
A segunda percepção
marcante aconteceu ao compartilhar em várias aulas de curso de corte e costura,
que eu ministrava como voluntária, em comunidade carente, o esforço imenso que
uma aluna cadeirante fazia para trazer sua filha para nossas atividades.
Escolhi cores, textura
e capacidade de ventilação dos tecidos, desenhando para Josiane uma blusa feminina,
amarela, com leves babados, e uma saia preta bem confortável e elegante. Ambas
as peças permitem que a pessoa se vista com independência e facilidade de
fechamento.
Estaremos, neste
Natal, cada uma com sua família, mas juntas na alegria de nossos corações,
felicidade somada e multiplicada em noite de tantos significados.
“Eu tenho certeza de
que a gente podia/Fazer com que fosse Natal todo dia.” – Roupa Nova.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga, e-mail:
bfritzsons@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário