quinta-feira, 4 de abril de 2013

Uma história de reorganização pessoal


Shirlei, sessenta e quatro anos


  Juventude para mim significou abandono de escola chata, trabalhar desde os doze anos, assumir a responsabilidade pela família e cuidados da casa com dezessete, pai já falecido, mãe doente, cuidando ainda de irmã mais nova. Pouquíssimo lazer, casamento aos vinte e poucos anos, gravidez dez anos depois, cuidando de sogra querida por doze anos todos os dias, e meu marido cuidando desta mãe todas as noites, ambos casados e em solidão que parecia viuvez. Hoje, aos sessenta e quatro, único filho formado e empregado, sinto que chegou um tempo em que posso investir mais em minha pessoa. A relação como casal conseguiu ficar melhor do que já era. Mais companheirismo? Menor peso de nossa diferença de dez anos de idade?Não sei a resposta, mas é momento bom. Passei a participar do Conselho do Idoso, cuidando agora da grande família social composta pelos idosos que precisam de apoio.  Fui convidada a representar a pessoa idosa na Comissão Permanente de Acessibilidade da cidade, composta de pessoas do poder público, civil, e de entidades que cuidam das pessoas com deficiência e de pessoas idosas. Acessibilidade é um direito universal, me sinto um pouco mãe de todos. E tenho parceira constante nestes grupos, amizade nova – Cleide. Brincam dizendo que parecemos Faísca e Fumaça. Participamos também do coral do Centro de Integração e Valorização do Idoso. Temos planos de fazer ginástica e hidroginástica no mesmo local, mas antes providenciaremos alguns acertos em saúde, pequenos problemas típicos de nossa idade. Fiz curso de Desenvolvimento Humano em doze contatos que me fez pessoa mais comunicativa, solta e capaz de novos planos. Hoje o marido me incentiva a continuar esta busca, benéfica para todos. “Novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço”- Chico Xavier.

Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga,
E-mail: bfritzsons@gmail.com 

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