Shirlei, sessenta e quatro anos
Juventude para mim
significou abandono de escola chata, trabalhar desde os doze anos, assumir a
responsabilidade pela família e cuidados da casa com dezessete, pai já
falecido, mãe doente, cuidando ainda de irmã mais nova. Pouquíssimo lazer,
casamento aos vinte e poucos anos, gravidez dez anos depois, cuidando de sogra
querida por doze anos todos os dias, e meu marido cuidando desta mãe todas as
noites, ambos casados e em solidão que parecia viuvez. Hoje, aos sessenta e
quatro, único filho formado e empregado, sinto que chegou um tempo em que posso
investir mais em minha pessoa. A relação como casal conseguiu ficar melhor do
que já era. Mais companheirismo? Menor peso de nossa diferença de dez anos de
idade?Não sei a resposta, mas é momento bom. Passei a participar do Conselho do
Idoso, cuidando agora da grande família social composta pelos idosos que
precisam de apoio. Fui convidada a representar
a pessoa idosa na Comissão Permanente de Acessibilidade da cidade, composta de
pessoas do poder público, civil, e de entidades que cuidam das pessoas com
deficiência e de pessoas idosas. Acessibilidade é um direito universal, me
sinto um pouco mãe de todos. E tenho parceira constante nestes grupos, amizade
nova – Cleide. Brincam dizendo que parecemos Faísca e Fumaça. Participamos
também do coral do Centro de Integração e Valorização do Idoso. Temos planos de
fazer ginástica e hidroginástica no mesmo local, mas antes providenciaremos
alguns acertos em saúde, pequenos problemas típicos de nossa idade. Fiz curso
de Desenvolvimento Humano em doze contatos que me fez pessoa mais comunicativa,
solta e capaz de novos planos. Hoje o marido me incentiva a continuar esta
busca, benéfica para todos. “Novas folhas, novas flores, na infinita benção do
recomeço”- Chico Xavier.
Caso real, Elizabeth Fritzsons da Silva, psicóloga,
E-mail: bfritzsons@gmail.com
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