terça-feira, 30 de abril de 2013
Como lidar com perguntas incecessantes (Alzheimer)
Fina sintonia
Ela faz sempre as mesmas perguntas, para as mesmas situações, repetidas por horas
seguidas. Além de sentir cansaço e irritação, comecei a sentir culpa – afinal minha mãe
tem 91 anos! Faz quatro que minhas irmãs e eu enfrentamos a sua doença de Alzheimer.
Conseguimos estruturar uma espécie de rodízio, uma das irmãs mais disponível ficou com as
manhãs e noites, e as demais com as tardes, dando devido descanso a esta cuidadora. Anos
antes meu pai tinha passado pela mesma situação, quatro anos de medos infundados, gerados
por situações corriqueiras, até acontecer um infarto fulminante. Existem momentos em que
a gente se sente exausta, cansada até por situações já vividas, se perguntando qual o rumo
tomar. Decidi fazer um balanço geral, e pedi ajuda psicológica. Ela me fez perceber a soma
dos sofrimentos, mas também o forte elo de amor que nos une na tarefa de cuidar o melhor
possível desta mãe. Orientou que buscássemos na internet informação, cartilhas específicas de
cuidadores e cuidados (como o “Manual do cuidador”, da Fiocruz), para encontrar orientações
de como proceder com os desafios que vão se sucedendo, exigindo providências cada vez
maiores e múltiplas. Entendi que perguntar repetidamente indica ansiedade de contato,
qualquer contato, ela ri de minhas piadas, mas não consegue comentar as mesmas. Só recebe
as palavras, não envia mais. Usemos então outras formas de acesso, a musica (religiosa,
orquestrada),que ela adora, acalma, a pele propiciando carinho, abraços, massagens nos
pés, braços e mãos (na irmã-cuidadora também!)Os cheiros com flores,sabonetes novos!E na
comunicação por palavras, “surfar”, não contrapor, brincar, fantasiar. Oscar Wilde disse que “A
melhor maneira de tornar as crianças boas, é torna-las felizes.” Só as crianças?
Caso real.Elizabeth Fritzsons da Silva, e-mail:bfritzsons@gmail.com
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