Avalie este item
(0 votos)
Quando encorajamos os nossos pais ou avós a falar sobre as suas memórias e sentimentos, estamos a validar as suas experiências de vida e a fortalecer a relação. O objectivo essencial é o da criação de uma dinâmica que ajude ao reavivar de memórias, trata-se de uma oportunidade preciosa para o idoso relembrar questões que lhe são ou foram particulares. Ao cuidador informal permite estreitar os laços com o seu familiar e aos profissionais que prestam apoio, conhecer melhor quem cuidam.
Quando alguém, em fase demencial avançada, perde a memória, perdem-se consigo histórias de valor inestimável e informações importantes sobre o seu percurso, identidade e família. Felizmente, nas fases iniciais da doença, existem estratégias para despertar lembranças adormecidas, algumas através da terapia da reminiscência e da história de vida. Segundo Belina Nunes, autora do livro, Alzheimer em 50 questões essenciais, estas técnicas envolvem falar sobre assuntos do passado, muitas vezes usando fotos, objectos pessoais ou da família e música. Para muitos idosos o que aconteceu há 40 anos pode ser mais claro do que o almoço do próprio dia. Estimular os sentidos com lembranças do passado leva ao desencadeamento de memórias de sua juventude, dando-lhe a oportunidade de compartilhar as suas histórias e exercitar a sua mente.
Quando encorajamos os nossos pais ou avós a falar sobre as suas memórias e sentimentos, estamos a validar as suas experiências de vida e a fortalecer a relação. São várias as técnicas disponíveis e a sua escolha deve ser feita em função das características temperamentais do nosso familiar. Podemos interpelar directamente, usando de sensibilidade para não despoletar sentimentos desagradáveis. Algumas perguntas usuais, tais como, quem foi o seu melhor amigo na escola, quais são as suas melhores recordações da escola, qual foi o seu primeiro carro, qual foi o primeiro filme que viu no cinema, servem desde logo o nosso propósito.
A partir das respostas, desencadeia-se o diálogo e de repente podemos ter uma visão surpreendente de aspectos da vida do idoso que até então desconhecíamos. Aproveita-se com o tempo a colocar questões que são fora do comum e pertinentes, estimulando a troca de experiências.
Por outro lado, os estímulos sensoriais são igualmente úteis para despertar memórias. Na página dafamilylinevideo.com encontramos exemplos muito criativos.
Lembretes visuais
Comece por coligir fotos antigas de família ou filmes caseiros. Reveja fotos de lugares e objectos do seu passado através a internet. Converse com o seu familiar sobre as lembranças suscitadas pelas fotos que estão a partilhar.
Lembretes auditivos
Certos sons, músicas e vozes também podem desencadear memórias. Através de pesquisas no youtube encontrará músicas, comerciais, noticiários e programas de rádio do passado do seu familiar.
Lembretes tácteis
Manipulação de objectos da juventude ou infância podem avivar memórias. Agora que o vintage e o retro estão na moda, torna-se mais fácil o acesso a esses artigos através de lojas de antiguidades.
Lembretes olfactivos
Pense sobre os cheiros de sua juventude e encontre uma maneira de recriá-los. Lembra-se, por exemplo, da sua mãe usar um certo perfume ou do seu avô fumar cachimbo? Há lembranças olfactivas que podem ser revisitadas.
Lembretes gustativos
Muitos de nós recordam com alegria o seu tempo de criança e o seu doce ou prato favoritos.
Poderá recriar algumas dessas experiências, reencontrando receitas com esses sabores perdidos.
O objectivo essencial é o da criação de uma dinâmica que ajude ao reavivar de memórias, trata-se de uma oportunidade preciosa para o idoso relembrar questões que lhe são ou foram particulares. Ao cuidador informal permite estreitar os laços com o seu familiar e aos profissionais que prestam apoio, conhecer melhor quem cuidam.
(*)Carla Pacheco – Psicóloga. Directora Técnica da Good4life| Family & Career Services. Porto/Portugal. Site: www.good4life.pt. Email: pacheco.carla@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário