quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Toda novidade é bem-vinda

Além de acessíveis, novos recursos tornam as atividades mais atraentes para a classe inteira

Daniela Talamoni Verotti

Vai bem longe o tempo em que a voz, o quadro-negro e o giz eram as únicas ferramentas de trabalho do professor. Imagens, objetos, jogos, livros, filmes, músicas, tudo o que possa ser usado a favor da aprendizagem é bem-vindo e ganha importância ainda maior nos novos tempos da escola inclusiva. Afinal, além de proporcionar as aulas mais estimulantes, diversificar recursos é uma maneira de torná-las também mais acessíveis a todas as crianças - tenham elas deficiência ou não.

CONTATO ALTERNATIVO
Matheus se comunica com os colegas e as professoras por meio da prancha de comunicação

Essa prática foi adotada pela EE Pedro Fernandes da Silva Júnior, em Ribeirão das Neves, a 32 quilômetros de Belo Horizonte. Lá estuda Matheus Henrique Reis Alves. O garoto teve paralisia cerebral e, como consequência, comprometimento severo dos quatro membros e do sistema fonoarticulatório. Hoje, aos 8 anos, cursa o 3º ano da escola regular e está sendo alfabetizado. Com a ajuda de recursos flexibilizados, ele desenha, lê, interpreta textos, resolve as operações matemáticas, participa das atividades em sala e se comunica, além de escrever no computador.

O que garante a interação de Matheus é uma prancha de comunicação. Ele movimenta o pé direito e usa uma sapatilha adaptada, com suporte para lápis. "Isso permite que ele desenhe, pinte e participe das atividades", explica a pedagoga Vânia Loureiro, da equipe de reabilitação infantil do Hospital Sarah Belo Horizonte, que desenvolveu os equipamentos.

A prancha é um cartaz em que são colocadas figuras e imagens que representam pessoas da família e da escola, lugares frequentados, atividades de lazer ou tarefas básicas, como escovar os dentes, ir ao banheiro, dormir e beber água. Quando quer dizer algo, ele aponta com o pé a figura correspondente.

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Fonte: Revista Nova Escola

Deficiente é a inclusão social

De acordo com o Censo 2000, 14,5% da população apresenta algum tipo de incapacidade ou deficiência física. Visto assim, como simples estatística, estamos diante de um número curto e frio.
Tão frio quanto ignorar que, na prática, estamos falando de um contingente de mais de 27 milhões de brasileiros! É como se a todos os cidadãos de toda a Grande São Paulo estivesse faltando um braço, uma perna. Ou os dois. Ou os quatro.

Como se nós vivêssemos em uma metrópole literalmente movida à cadeira de rodas. Mas ainda assim cidadãos, com todos os direitos - e deveres - iguais aos de qualquer pessoa que esteja lendo este artigo neste momento.

O Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Mas nós, brasileiros, infelizmente ainda somos preconceituosos e hipócritas ao julgar (quem pode julgar?) o deficiente não pelo valor humano do seu olhar, mas pelas formas físicas que os diferem da média.

No "país do futuro", com uma das economias mais vibrantes e crescentes da atualidade, perde-se uma oportunidade astronômica de vencer barreiras e promover a inclusão social de gente com enorme vontade e capacidade de trabalhar, sustentar famílias, gerar renda, estudar e ser respeitada.

Ou seja, simplesmente participar e usufruir da sociedade. Sem dúvida os empregadores da iniciativa pública e privada estão se preocupando cada vez mais em promover ambientes de trabalho adaptados. Mas é o suficiente? Não.

Os olhares indiscretos dos colegas de escritório são muros de concreto intransponíveis.

E como elas chegam ao trabalho com tantas calçadas esburacadas, motoristas que não respeitam faixas de trânsito, transporte público adaptado incrivelmente escasso e passageiros sem a menor paciência para esperar o cadeirante se acomodar no ônibus ou no metrô?

Como as crianças deficientes podem ser educadas adequadamente com uma preocupante lacuna de educadores, despreparados para responder às suas necessidades específicas? Aliás, o que os engenheiros dos estádios da Copa de 2014 e das demais obras deste canteiro chamado Brasil estão preparando para os 27 milhões de torcedores?

Há 61 anos, a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), entidade sem fins lucrativos, com seus profissionais e voluntários, vem lutando para tratar, reabilitar e promover a inclusão social de pessoas com deficiência física.

Em 2010, conseguiu realizar 1.348.799 atendimentos, entre cirurgias, consultas, aulas e terapias.

Foram mais de 5.800 atendimentos diários, 6.451 cirurgias e 60.655 aparelhos ortopédicos fabricados e comercializados, que contribuíram para melhorar a qualidade de vida de milhares de deficientes físicos.

Graças à gestão profissionalizada e, principalmente, às doações do Teleton (campanha televisiva), mantém 12 unidades no Brasil.

Vitórias diárias, sabemos. Mas cujas medalhas da inclusão social e do fim do preconceito ainda esperamos receber.
Fonte: Folha de São Paulo, 20/10/2011

Tema igual, aula diferente

O assunto é o mesmo para todos, mas você deve buscar maneiras de torná-lo mais compreensível para quem precisa

Cinthia Rodrigues

Equipamentos necessários instalados, sala de recursos pronta, professor-assistente a postos, estudantes com diferentes desempenhos nas diversas disciplinas. A inclusão está garantida? Não. Independentemente de possuir ferramentas tecnológicas, espaço e estratégias adequados, em alguns casos é preciso adaptar principalmente a essência do que se vai buscar na escola: o conteúdo. O educador tem de refletir com antecedência sobre o tema da aula e as possíveis flexibilizações para permitir que todos aprendam. As exigências na avaliação devem ser tão diversificadas quanto a própria turma.

TUBO DE ENSAIO
 Benjamin participa da prática no laboratório e, na hora da teoria, assiste a vídeos na internet.

"É preciso abrir o leque de opções e ferramentas de ensino", diz Maria Teresa Eglér Mantoan, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo. Ela enfatiza que incluir não significa diferenciar uma atividade para os que têm deficiência, mas aceitar e autorizar que cada um percorra seu caminho para resolver um problema, o que significa pensar em alternativas para quem tem dificuldade de percorrer a via tradicional.


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Fonte: Revista Nova Escola

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Deficiência Visual

Como funciona o sistema Braille?

Renata Costa

O sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, como algarismos e sinais de pontuação. Ele é
utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.


O código foi criado pelo francês Louis Braille (1809 - 1852), que perdeu a visão aos 3 anos e criou o sistema aos 16. Ele teve o olho perfurado por uma ferramenta na oficina do pai, que trabalhava com couro. Após o incidente, o menino teve uma infecção grave, resultando em cegueira nos dois olhos.

O Brasil conhece o sistema desde 1854, data da inauguração do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, chamado, à época, Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Fundado por D. Pedro II, o instituto já tinha como missão a educação e profissionalização das pessoas com deficiência visual. "O Brasil foi o primeiro país da América Latina a adotar o sistema, trazido por José Álvares de Azevedo, jovem cego que teve contato com o Braille em Paris", conta a pedagoga Maria Cristina Nassif, especialista no ensino para deficiente visual da Fundação Dorina Nowill.

O código Braille não foi a primeira iniciativa que permitia a leitura por cegos. Havia métodos com inscrições em alto-relevo, normalmente feito por letras costuradas em papel, que eram muito grandes e pouco práticos. Quatro anos antes de criar seu método, Louis Braille teve contato com um capitão da artilharia francesa que havia desenvolvido um sistema de escrita noturna, para facilitar a comunicação secreta entre soldados, já utilizando pontos em relevo. Braille simplificou esse trabalho e o aprimorou, permitindo que o sistema fosse também utilizado para números e símbolos musicais.

O Braille hoje já está difundido pelo mundo todo e, segundo pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", de 2008, do Instituto Pró-Livro, 400 mil pessoas leem Braille no Brasil. Não é possível, segundo o Instituto Dorina Nowill, calcular em porcentagem o que esses leitores representam em relação à quantidade total de deficientes visuais no país. Isso porque o censo do ano 2000, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que há 169 mil pessoas cegas e 2,5 milhões de pessoas com baixa visão. No entanto, este último grupo é muito heterogêneo - há aqueles que enxergam apenas 1% e, portanto, poderiam ler apenas em Braille, como pessoas que enxergam 30% e podem utilizar livros com letras maiores.

A falta de informação é ainda o principal problema que Maria Cristina percebe em relação ao Braille. "Muitos professores acham que é simples ensinar o Braille a um aluno cego. No entanto, a alfabetização com esse sistema tem suas especificidades, e o professor, para realizar essa tarefa com êxito, tem de buscar ajuda", explica a especialista.

Hoje institutos como o Benjamin Constant, o Dorina Nowill e muitos outros pelo país oferecem programas de capacitação em Braille e dispõem de vasto material sobre o assunto.



Pessoas com deficiência e pessoas idosas terão prioridade no programa Minha Casa minha Vida

Novos critérios e procedimentos para a seleção dos beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida estão estabelecidos na Portaria nº 610, publicada na edição de hoje (27) do Diário Oficial da União. A portaria revoga a anterior (nº 140) e traz modificações como a reserva de, no mínimo, 3% das unidades habitacionais para os idosos.

O mesmo percentual será reservado para atender pessoas com deficiência ou suas famílias, desde que não haja percentual superior fixado em legislação municipal ou estadual. Entre as famílias, permanecem como critérios de priorização as que tenham mulheres responsáveis pela unidade familiar, as que moram em áreas de risco ou insalubres e as que estejam desabrigadas.

Os candidatos devem estar inscritos nos cadastros habitacionais do Distrito Federal (DF), dos estados e dos municípios. A indicação dos beneficiários continua sendo preferencialmente da administração municipal ou distrital onde será executado o empreendimento. O estado poderá fazer a indicação quando for o responsável pelas contrapartidas ou no caso de o município não ter cadastro habitacional consolidado.

O Minha Casa, Minha Vida é um programa habitacional para a população de baixa renda lançado em 2009 pelo governo federal.

Fonte: Inclusive

CAPS Adulto – Americana

Prefeitura Municipal de Americana
Secretaria de Saúde

CAPS – Adulto
Centro de Atenção Psicossocial
Arte & Vida

“Mudança na forma de tratamento transforma vidas.”

A implantação da Reforma Psiquiátrica com base nas diretrizes do Sistema único de Saúde (SUS) possibilitou a criação de Instituições como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que são espaços que acolhem as pessoas com transtornos mentais, estimulam sua interação social e familiar, apóiam em suas iniciativas de busca de autonomia e oferecem-lhes atendimento multidisciplinar.

A Constituição Federal Brasileira em seu artigo 197 entende que a “Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

O que são Caps (Centro de Atenção Psicossocial)?

Os Centros de Atenção Psicossocial são dispositivos de Atenção à Saúde Mental com possibilidade de organizar uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país.
São responsáveis pelo acolhimento e atenção às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território, através do acompanhamento interdisciplinar e da articulação com recursos sociais e culturais.

Na cidade de Americana, o Caps foi cadastrado em dezembro de 2003 e nomeado pelos usuários em assembléia como Caps “Arte & Vida”.

Por que fazer o tratamento no Caps?

Porque permite que o tratamento em Saúde Mental seja realizado preservando as relações dos usuários com seus familiares e a comunidade, sem o isolamento do antigo modelo asilar, mantendo seus vínculos sociais.

Como fazer para ser atendido no Caps?

Para ser atendido no Caps deve-se buscar, inicialmente, uma avaliação na Unidade Básica de Saúde ou outros serviços que justifiquem a necessidade de atenção especializada.

Todos os Caps são iguais?

Não, são diferentes. Há três tipos de Caps:

Caps 1 e 2: Atendimento diário, de segunda a sexta, de adultos em sua população de abrangência com transtornos mentais severos e persistentes.
                                                                                                           
Caps 3: Serviço aberto para atendimento 24 horas durante sete dias da semana, atendendo a população de referência, com transtornos mentais severos e persistentes.

Caps i: atendimento diário à crianças e adolescentes com transtornos mentais.

Caps ad: Atendimento diário à população com transtornos decorrentes do uso e dependência de substancias psicoativas, como álcool e outras drogas.

Na cidade de Americana temos dois Caps cadastrados pelo Ministério da Saúde: Caps 1 “Arte & Vida” (adulto) e o Caps i “Larissa de Almeira” (infantil).

Centro de Atenção Psicossocial – Caps 1 Arte & Vida (adulto)
Rua Florindo Cibin, 740
Bairro: Frezarim – Americana/SP – CEP: 13465-700

“O pensamento positivo pode vir naturalmente para alguns, mas também pode ser aprendido e cultivado, mude seu pensamento e você mudará o mundo.” (N.V.Peale)

Fonte: CAPS Arte & Vida (Informações retiradas do folder)

Cada um no seu ritmo

Respeitar a evolução de todos os estudantes é fundamental para garantir o avanço deles nas diversas áreas

Giselle Hirata

"Quando a vi no palco, senti muito orgulho e me emocionei. Tudo o que ela faz eu acho maravilhoso, ainda mais quando fica empolgada por aprender com os colegas." A autora da frase, Miriam da Silva Costa, é uma dona de casa do Recife. A filha dela, Juliana da Silva Costa, 15 anos, é uma das alunas com necessidades educacionais especiais atendidas pela EE Governador Barbosa Lima, na capital pernambucana.

Juliana não ouve, mas a deficiência não a impediu de participar, em abril passado, de uma apresentação de dança montada pelas professoras de Educação Física Selma Xavier e Patrícia Galvão da Silva Jota, em conjunto com a responsável pelo atendimento especializado no contraturno, Tarcila Azevedo Mendonça. A chave para o sucesso da inclusão de Juliana no Projeto Manifestações Culturais foi a capacidade das educadoras envolvidas em flexibilizar o tempo de aprendizagem. "Elas tiveram a preocupação de elaborar uma proposta coletiva de trabalho, com a participação efetiva de todos, com e sem deficiência", elogia Liliane Garcez, coordenadora da área de Educação e do Serviço de Apoio à Inclusão Escolar da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), na capital paulista.

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Fonte: Revista Nova Escola
 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Choque de Realidade


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Publicado no Jornal O Liberal

Folha explica conceitos jurídicos para leitores leigos

O projeto educacional "Para Entender Direito", que busca explicar conceitos jurídicos e o funcionamento do governo a leigos, em linguagem fácil e acessível, passa a fazer parte da Folha, no endereço direito.folha.com.br

Voltado ao público em geral, o projeto foi fundado em abril de 2010 por Gustavo Romano, 37, mestre em direito por Harvard. Desde então, já teve meio milhão de visitas.

Segundo ele, o site nasceu da constatação de que a falta de conhecimento torna as opiniões supérfluas e impede o debate cívico no Brasil.

"Nós tentamos dar informação técnica de forma fácil, sem o formalismo e o salto alto normalmente associados ao mundo do direito, e sempre de forma imparcial. Só vamos construir uma democracia de verdade quando as pessoas entenderem do que estão falando."

Romano, também mestre em ciência política pela UFMG e em administração estratégica pela London Business School, é desde 2000 o responsável pelo treinamento jurídico dos jornalistas do Grupo Folha.

O material e a metodologia que utiliza em seu site foram desenvolvidos ao longo de seu trabalho na Folha.

As lições do "Para Entender Direito", baseadas em fatos reais e pertencentes ao dia a dia do leitor, foram adaptadas para o público em geral. "De presidiários a ministros do STJ, já recebemos e-mails de todo mundo", conta.

No site, além de explicações de termos do direito por meio de notícias de jornal e do funcionamento do governo e das leis brasileiras, há vídeos e livros gratuitos.

Com a incorporação do projeto à Folha.com, Romano tem planos de expandir o site e abordar assuntos ligados ao direito e à cidadania.

Os fundamentos das deficiências e síndromes

Conhecer o que afeta o seu aluno é o primeiro passo para criar estratégias que garantam a aprendizagem

Carla soares Martin

Você sabe o que é síndrome de Rett, síndrome de Williams ou surdo-cegueira? Para receber os alunos com necessidades educacionais especiais pela porta da frente, é preciso conhecer as características de cada síndrome ou deficiência.

O primeiro passo é entender as diferenças entre os dois termos. Deficiência é um desenvolvimento insuficiente, em termos globais ou específicos, ou um déficit intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo (quando atinge duas ou mais dessas áreas). Síndrome é o nome que se dá a uma série de sinais e sintomas que, juntos, evidenciam uma condição particular. A síndrome de Down, por exemplo, engloba deficiência intelectual, baixo tônus muscular (hipotonia) e dificuldades na comunicação, além de outras características, que variam entre os atingidos por ela.

Se você leciona para alguém com diagnóstico que se encaixa nesse quadro, precisa saber que é possível ensiná-lo. "O professor deve se comprometer e acompanhar seu desenvolvimento", afirma Mônica Leone Garcia, assessora técnica da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.

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Fonte: Revista Nova Escola

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Designer cria código para ajudar daltônicos a identificar cores

Mariana Pastore

Um projeto de inclusão que promete facilitar a vida dos daltônicos foi divulgado em São Paulo nesta semana. O designer português Miguel Neiva criou um sistema de símbolos que permite que pessoas com a deficiência visual identifiquem as cores.
Chamado de ColorADD, o código foi desenvolvido durante oito anos de pesquisa, de 2000 a 2008.
O código de identificação de cores para daltônicos ColorADD

A ideia surgiu quando Neiva procurava um tema para seu mestrado e se deu conta de que não existia nada que ajudasse os daltônicos a entender as cores.
"Eu queria fazer algo que aumentasse a autoestima e a segurança dos daltônicos."
Cerca de 10% da população masculina é daltônica. O problema é herdado da mãe, pelo cromossomo X. Apenas 2% dos casos ocorrem em mulheres.
Existem três tipos de daltônicos. A deuteranopia é o tipo mais comum e responde por metade dos casos. Os portadores desse problema confundem verde com vermelho.
Durante o desenvolvimento do projeto, o designer conduziu um estudo com 146 daltônicos de diversos países.
Ele descobriu que 90,2% dos portadores pedem ajuda para comprar roupa e 41,5% sentem dificuldade de integração social.
"Queria criar um conceito de design que se transformasse em uma ferramenta para melhorar a vida. A cor e a forma são os principais elementos da comunicação universal", afirmou.
O código consiste em pequenos símbolos que identificam as cores primárias - azul, amarelo e vermelho. A união de dois símbolos identifica as cores secundárias – como o verde, que é o amarelo combinado com o azul.
O preto e o branco são identificados por pequenos quadrados. O que simboliza o preto é cheio, enquanto o branco é vazio. Eles podem vir combinados aos símbolos das outras cores para identificar se são claras ou escuras.
Segundo Neiva, o sistema já é usado em algumas cidades portuguesas, como no Porto, onde é aplicado no metrô e em hospitais. Já existem produtos à venda naquele país com o código, como lápis de cor e tintas.
Neiva conta que se reuniu com autoridades de transporte em Londres, para propor o uso do código no metrô local.
O projeto do designer é sustentado com a venda de licenças de uso por cinco anos.

Lápis de cor com código de identificação para daltônicos

Saberes e atitudes de alunos com deficiência

Os pequenos com deficiência sabem muitas coisas. Às vezes, até mais que os colegas

Carla Soares Martin

A cada novo conteúdo a ser ensinado, de acordo com seu planejamento, você se depara com a tarefa de sondar quanto a turma já sabe sobre aquilo para determinar como levá-la a avançar. Quando há uma criança com deficiência na sala, a história não deve ser diferente. É preciso verificar também o que ela já conhece e seguir em frente com as etapas previstas. Mais do que se basear num diagnóstico médico que limite as possibilidades dela, proponha situações de aprendizagem desafiadoras para descobrir até onde ela pode chegar.

Colocando o foco no aprendizado e considerando cada criança em suas particularidades, você evita a preocupação demasiada com os sintomas ou com a adequação do comportamento dela. "É muito complicado transportar um diagnóstico médico para a sala de aula. Ele ajuda, mas não pode ser um rótulo que se tenha de carregar e impeça o aprendizado", afirma Simone Kubric, educadora do Trapézio - Grupo de Apoio à Escolarização, em São Paulo. Não são raras as ocasiões em que o aluno supera as expectativas criadas pelos médicos, surpreendendo a todos com seu desempenho.

Para investigar o que os alunos com algum tipo de deficiência já sabem, você pode usar as mesmas estratégias que prepara para os demais, desde que adote diferenciações adequadas a cada necessidade da criança. O importante é colocar todos os estudantes em contato com aquilo que pretende ensinar.

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Fonte: Revista Nova Escola


A vida sem limites

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Publicado no Jornal O Liberal

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Vagas de Emprego para Pessoas com Deficiências iSocial

Em 2011, a iSocial atendeu mais de 80 empresas de médio e grande porte e colaborou com a inserção de 1.452 profissionais no mercado de trabalho. Abrimos com nossas parcerias mais de 1.800 novas vagas.
A remuneração oferecida pelas empresas cresceu 8% e houve uma melhora visível nos cargos ofertados. Saímos da base da pirâmide.
Para comemorar a chegada de 2012, divulgamos agora novas vagas. Cadastre seu currículo em nosso site e candidata-se.
Lá tem a vaga ideal para você!
Boas Festas e feliz emprego novo!
Seguradora de Grande Porte

Auxiliar Administrativo – Centro/SP  http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v=463607

Descrição das Atividades: irá atuar na área financeira com digitação, arquivo e planilhas
Requisitos: experiência em empresas e preferencialmente na área financeira
Jornada de trabalho: 2ª à 6ª feira das 07h45 às 17h15
Local de Trabalho: Centro/SP
Salário: R$990,00 + Benefícios (VT, VR R$18,00/dia, assistência médica e odontológica
participação de lucros, seguro de vida e auxilio creche).

Banco de Grande Porte.

Analista de Marketing Jr.- SP  http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v=v489167
Descrição das Atividades: manipular bases de dados em SAS, identificar clientes mais adequados aos produtos de Seguros e Capitalização do conglomerado (Seguro de Vida, Residência, Automóvel, Garantia Estendida, Capitalização, entre outros). Os produtos finais são planos de negócio, relatórios ou eventualmente bases para geração de públicos para campanha de vendas.
Escolaridades: Superior cursando
Jornada de trabalho: Segunda à sexta das 09:00 ás 18:00hs.
Local de trabalho: Próximo ao metro Conceição
Salário: R$ 2.745,63 + Benefícios (VT, VR, VA, CM, CO, SV,PPL, Auxilio creche, Bolsa de estudos, etc).

Seguradora de grande porte nos segmentos de benefícios em Saúde, Vida, Previdência Privada e Odontológica.
Auxiliar Administrativo Trainee – SP http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v=
v489026
Descrição das Atividades: rotinas administrativas gerais, arquivo, digitalização de documentos, inserção de dados em sistemas, montar pequenos relatórios, atendimento telefônico aos clientes internos direcionando e solucionando dúvidas. Escolaridade: Ensino médio completo
Requisitos: dinamismo, pro atividade, visão de negócio, boa postura, fala, asseio e pontualidade.
Jornada de trabalho: 2ª à 6ª feira - das 08:00 ás 17:00.
Local de trabalho: Centro de SP.
Salário: R$ 1.003,95 + benefícios (VT,VR R$20,00/dia, VA R$310,00/mês, assistência médica e odontológica, PPL, Bolsa de estudos (após 1 ano de vida), Previdência Privada, Seguro de Vida, Auxilio Creche (até 11 anos de idade).

Empresa multinacional do ramo de bebidas, líder do mercado.
Operador – Jundiaí
 http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v= v487682
Descrição das atividades: operar equipamentos de produção (posição em pé) , aplicar e executar 5S, realização de Manutenção autônoma (limpeza, reaperto, lubrificação dos equipamentos )relatar anomalias do processo produtivo, participar e reuniões da rotina.
Local de Trabalho: Jundiaí - SP
Escolaridade: 2° Grau Completo
Salário: R$: 1010,81 + Benefícios (VT, VR, assistência médica e odontológica, seguro de vida, participação nos lucros, 13° e 14° salário, cesta de natal, vale brinquedos de natal).


Caixa Bancário Itaú - Zona Leste http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v=v483856
Principais Atividades: pagamento de contas, depósitos, transferência, vendas de produtos bancários, atendimento ao cliente, preparar documentos e numerários para posterior processamento das áreas envolvidas, apurar tempo de fila.
Local de trabalho: Av.Sapopemba - Zona Leste - São Paulo - SP
Horário de trabalho: 10:00 as 16:15 com intervalo das 12:00 às 12:15 de 2ª feira à 6ª feira.
Pré-requisitos:
agilidade, equilíbrio, responsabilidade, disciplina, espírito de equipe, capacidade de atuar sob pressão, bom atendimento e perfil de vendas.Salário: R$ 1.450,00 + Benefícios (VR R$ 18,00/dia; VA R$ 311,00/mês, VT, assistência médica e odontológica, participação nos resultados e auxílio bolsa de estudos.

Assistente Administrativo I – Sorocaba http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v=v480319

Descrição das atividades: controlar, auditar e fazer triagem de todos os equipamentos oriundos de service repair e devoluções que são recebidos nas lojas; encaminhar os equipamentos para a BGH, Motorola e/ou Centro de Distribuição conforme o nível de reparo que deve ser executado (refurbish); executar o inventário de peças; validar documentação de garantia para BGH – Retail; implantar requisição de compra no sistema Oracle para pagamento do recondicionamento; confirmar o processo de garantia nos produtos (Projeto Nível II);
Requisitos: 2º Grau completo, experiência com logística e administração de estoque será um diferencial, Pacote Office, como usuário intermediário, conduzir inovações e melhorias, construir confiança e credibilidade, aprender e se adaptar influenciar efetivamente, solucionar problemas e tomar decisões, apoiar clientes externos e inter nos, executar planos e entregar resultados.
Jornada de trabalho: Horário 08 horas/dia, das 09h00 às 18h00 de 2º a 6º feira.
Local de trabalho: Loja Sorocaba/SP
Salário: R$1.571,00 + benefícios ( VT/VR/PPR/quatro celulares/ auxilio funeral/AM - Bradesco/AO - OdontoPrev, Previdência Privada).

Empresa de terceirização e mão de obra para eventos e promoções
Consultor de Ponto de Venda Júnior – Salvador
http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v= v481350
Descrição das atividades: atendimento a clientes, demonstração de produtos e dúvidas ao cliente.
Escolaridade: 2º Grau Completo
Requisitos: ter disponibilidade de horário, ser proativo, flexível e que goste de trabalhar com tecnologia.
Jornada de trabalho: terça a domingo das 12:00 às 21:00.
Salário: R$ 962,00 + benefícios (VT, VR, VA, AM).

Analista Financeiro de Tesouraria- Alphaville http://isocial.com.br/ver-vaga.php?v=v467859
Responsabilidades: tratar de pagamentos rejeitados, compensar as contas contábeis no SAP, efetivar aplicações e resgates financeiros, por meio de cotações com os bancos, preencher e conciliar o Cash Flow, através de extratos bancários e arquivos retorno do banco, garantir a eficiência de caixa, através de aplicações e resgates com boas taxas de CDI.
Escolaridade:  Ensino Superior Cursando.
Conhecimentos Específicos:  Pacote Office, internet.
Perfil: Dinâmico, comprometido, responsável, bom relacionamento interpessoal. Forma de contratação: CLT;
Local de trabalho: Alphaville-Zona Oeste-SP
Faixa de remuneração: R$ 2.800,00 + benefícios (VT+VR ou VA no valor de R$ 651,00/mês), assistência médica e odontológica, PLR, Previdência privada, Seguro de Vida, Bolsa de estudos, Auxílio Creche R$ 145,59).
Jornada de Trabalho:  8:00 ás 17:00 ou das 9:00 ás 18:00 segunda a sexta

“Viver com Entusiasmo”

Claudia Cotes

O entusiasmo, o entusiasmado é aquele que acredita em si próprio e na sua própria capacidade de transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem.

A palavra entusiasmo vem do grego THÉ- OS (Deus). Os gregos eram panteístas ou politeístas, isto é, acreditavam em muitos Deuses. A pessoa “entusiasmada” era aquela que tinha um Deus dentro de si e com os poderes desse Deus, seria capaz de transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem.

Neste mundo precisamos de pessoas entusiasmadas. Precisamos de pessoas que acreditam em si e em sua própria capacidade de transformar a natureza, os fatos e fazê-los acontecer de maneira diferente. Não precisamos de pessoas reativas, precisamos de pessoas proativas. Precisamos de pessoas que não esperem, que não aguardem, que fiquem sentadas esperando para ver o que vai acontecer. Precisamos de pessoas que façam, que ajam, que sejam motivas e motivem seus colaboradores, que sejam verdadeiros raios de luz onde quer que estejam.

TODOS OS OLHARES


    Depois de dez anos de luta e acompanhamento de severa miopia, Deise confirmou sua cegueira, no dia de seu aniversário de quinze anos. Fez o segundo grau, faculdade de Sociologia da Unicamp, foi admitida em grande empresa como estagiária (após três meses de batalha, exigindo ser avaliada em sua capacidade, apesar da deficiência), imediatamente contratada após o estágio, disputada como excelente colaboradora durante trinta e um anos de trabalho. Já aposentada, busca mais atividades (é professora universitária, dá palestras e cursos de atendimento ao cliente, cursos de desenvolvimento de líderes e de inclusão de pessoa com deficiência e gestão da diversidade). Mocinha em grupo de teatro conheceu o moço que seria seu marido. Para uma aparência cuidada, com maquiagem, convenceu o companheiro a fazer o curso para poder sempre ajudá-la. Quis ser mãe, após casar, aos vinte e seis anos. Cuidou de três filhos, hoje adultos. Buscou preparo com a terapeuta ocupacional do Centro Cultural Louis Braille (Campinas) e foi treinada em troca de fraldas e cuidados gerais que precisamos ter com um bebê, em abordagem adaptada para seus recursos. . Foi criando técnicas próprias, quando sozinha em casa, andava de costas, carregando o bebê, para não correr risco de bater seu corpinho em um móvel ou batente de porta. Para permitir que a criança engatinhasse e mesmo assim ela tivesse a noção de onde estaria, aprendeu a colocar um guizo em seu pescoço. Se o som parasse repentinamente, era hora de se aproximar e conferir o que estava acontecendo!Ao alimentar o bebê, inverteu a relação – a colher com o alimento sempre estava fixa, no mesmo lugar, e as boquinhas aprenderam a chegar até o alimento. Na hora das lições de casa pedia para a criança ficar de pé, atrás de sua cadeira, e desenhar letra por letra, de cada palavra da lição, com o dedinho como um lápis, em suas costas, até ela conseguir entender a frase para explicar o que a tarefa pedia. Eram sessões de carinho mútuo. Lembra que certa vez pressentiu “arte” de seu filho de três anos, mexendo em vaso de planta próximo da pia em que lavava louça. Pediu que parasse. A criança concordou, mas perguntou –“Mãe por onde você enxerga?”. Ela respondeu – “Pelo coração, filho!” Como toda criança, ele pouco tempo depois voltou ao vaso proibido, mexeu de novo, e Deise repetiu o pedido de parar com a arte. Nova pergunta da criança –“Mãe, mas aonde é o seu coração?” (já que ela permanecia de costas para ele). Deise respondeu:- “Coração de mãe é de todo o lado!” “Para enxergar claro, basta mudar a direção do olhar” – Antoine de Saint-Exupery.

Um trio afinado

A família, que mais conhece a história da criança, é essencial na relação com a escola e o atendimento especializado

A escola surge na vida da criança como um dos principais ambientes extrafamiliares. Lá ela inicia a socialização, compartilha conhecimentos e amplia seu universo. Essa ampliação deve funcionar como continuidade do processo iniciado em casa, onde há muito tempo ela constrói sua história. O ser humano é um todo, não se fragmenta nos espaços aos quais pertence. Em cada um deles, é um ser por inteiro. Se na família se inicia a trajetória pessoal, na escola muitos capítulos serão escritos.

Além dessas duas instâncias, outra faz parte da vida da criança com necessidades especiais: os diversos profissionais e os serviços com os quais tem contato, como o atendimento educacional especializado. Ela é o ponto de convergência de todos esses atendimentos, que devem ser integrados.

A necessidade de consistência e de articulação entre os diversos contextos coloca os pais e outros responsáveis na estratégica posição de articuladores e mediadores. São eles que podem fazer fluir a comunicação para integrar os envolvidos no trabalho que visa ao bem estar e ao desenvolvimento dos pequenos. Essa mediação possibilita também que a família se beneficie das ofertas de aprendizagem, adaptações e flexibilizações, valendo-se delas para dar continuidade a essas práticas no cotidiano dos filhos em casa.

A Educação como meio de aperfeiçoar as aptidões físicas, intelectuais e morais acontece tanto no convívio familiar como em sala de aula. A construção de mundo e a compreensão do universo escolar e do sentido da aprendizagem serão facilitadas se houver consistência entre o que o estudante vivencia no ambiente de ensino e nos demais a que pertence. Como depositária da história do filho, a família revela características, hábitos, modalidades de relacionamento e estilos de comunicação que podem funcionar como um ponto de partida para a construção da ligação afetiva entre a criança e o professor.

Estudar na rede de ensino regular possibilita ao aluno com necessidades educacionais especiais acesso aos elementos necessários para construir uma representação de mundo que lhe permita transformar-se num adulto autônomo e participativo. Tanto na família como na escola, ele pode experimentar o pertencimento e a diferenciação. Pertencimento, por conviver com um grupo e se perceber semelhante. Diferenciação, por ser único, não por sua deficiência, mas por sua singularidade.

As crianças com deficiência não se reduzem a um diagnóstico. As que têm síndrome de Down não são iguais nem parecidas. Também aquelas com autismo são diferentes entre si - e isso vale para qualquer outro transtorno ou síndrome. Os pais sabem disso. As informações científicas são pertinentes para ampliar a compreensão da criança, não para rotulá-la.

A busca do professor por informações sobre transtornos e síndromes é, sem dúvida, importante. Mas, para compreender o estudante em si mesmo, é preciso recorrer à família. Só ela pode revelar com clareza a criança em sua subjetividade e particularidade. Por isso, a relação com ela deve ser valorizada.

Publicado em Revista Nova Escola, Julho 2009, com o título Família, criança e escola: um trio afinado

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

VAGA PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

A Ideal Recursos Humanos contrata pessoa com deficiência para a vaga de secretária para trabalhar com atendimento, conhecimento básico em Excel e Informática, que possua boa dicção, seja simpática e resida em Americana, Nova Odessa, Santa Barbara d’Oeste ou Sumaré.
É necessário que a candidata tenha facilidade para atravessar ruas, rodovias, etc., pois a empresa possui dois prédios, sendo um em frente ao outro.

Interessados enviar currículos para: selecao@idealrecursoshumanos.com.br

Fórum faz audiência na calçada por falta de acessibilidade em SP

O fórum da Lapa, na zona oeste de São Paulo, precisa realizar audiências no hall de entrada e até na calçada devido à falta de acessibilidade do prédio. O local funciona sem alvará da prefeitura e dos bombeiros. Também tem infiltrações e problemas no telhado.
De acordo com o texto, o juiz Carlos Alberto de Almeida Oliveira, corregedor da 1ª Vara do Juizado Cível da Lapa, abriu nova sindicância para atestar a precariedade do local por onde circulam 400 pessoas por dia. Ele também encaminhou um ofício ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público alertando sobre irregularidades.
O documento alerta para a ausência de saídas de emergência. O prédio ainda tem fachada pichada, telhado comprometido, infiltrações e queda de reboco do teto. Em fevereiro de 2010, teve início a busca por um novo imóvel, mas a locação nunca saiu.

Prédio onde fica o fórum da Lapa com paredes manchadas; audiência ocorrem até na calçada, segundo juiz


OUTRO LADO
O Tribunal de Justiça de São Paulo reconhece que o prédio "efetivamente padece de melhores condições de espaço e de acessibilidade". "Nos últimos dois anos, temos priorizado a busca de prédios na região," afirma o juiz Swarai Cervone de Oliveira, assessor da presidência do TJ-SP.
De acordo com ele, a locação não ocorreu ainda por conta das restrições orçamentárias do tribunal. A proposta de orçamento foi de R$ 12,3 bilhões neste ano, mas foram aprovados R$ 5,6 bilhões. Em caráter provisório, está em estudo a transferência das varas para o fórum da Freguesia do Ó (zona norte) e do Butantã (zona oeste), informa o tribunal.

Bullying contra alunos com deficiência

A violência moral e física contra estudantes com necessidades especiais é uma realidade velada. Saiba o que fazer para reverter essa situação

Ana Rita Martins

Um ou mais alunos xingam, agridem fisicamente ou isolam um colega, além de colocar apelidos grosseiros. Esse tipo de perseguição intencional definitivamente não pode ser encarado só como uma brincadeira natural da faixa etária ou como algo banal, a ser ignorado pelo professor. É muito mais sério do que parece. Trata-se de bullying. A situação se torna ainda mais grave quando o alvo é uma criança ou um jovem com algum tipo de deficiência - que nem sempre têm habilidade física ou emocional para lidar com as agressões.
Tais atitudes costumam ser impulsionadas pela falta de conhecimento sobre as deficiências, sejam elas físicas ou intelectuais, e, em boa parte, pelo preconceito trazido de casa. Em pesquisa recente sobre o tema, realizada com 18 mil estudantes, professores, funcionários e pais, em 501 escolas em todo o Brasil, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) constatou que 96,5% dos entrevistados admitem o preconceito contra pessoas com deficiência. Colocar em prática ações pedagógicas inclusivas para reverter essa estatística e minar comportamentos violentos e intolerantes é responsabilidade de toda a escola.

Conversar abertamente sobre a deficiência derruba barreiras.

Quando a professora Maria de Lourdes Neves da Silva, da EMEF Professora Eliza Rachel Macedo de Souza, na capital paulista, recebeu Gabriel**, a reação dos colegas da 1ª série foi excluir o menino - na época com 9 anos de idade - do convívio com a turma. "A fisionomia dele assustava as crianças. Resolvi explicar que o Gabriel sofreu má-formação ainda na barriga da mãe. Falamos sobre isso numa roda de conversa com todos (leia no quadro abaixo outros encaminhamentos para o problema).
Eles ficaram curiosos e fizeram perguntas ao colega sobre o cotidiano dele. Depois de tudo esclarecido, os pequenos deixaram de sentir medo", conta. Hoje, com 13 anos, Gabriel continua na escola e estuda na turma da professora Maria do Carmo Fernandes da Silva, que recebe capacitação do Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão (Cefai), da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, e está sempre discutindo a questão com os demais educadores. "A exclusão é uma forma de bullying e deve ser combatida com o trabalho de toda a equipe", afirma. De fato, um bom trabalho para reverter situações de violência passa pela abordagem clara e direta do que é a deficiência. De acordo com a psicóloga Sônia Casarin, diretora do S.O.S. Down - Serviço de Orientação sobre Síndrome de Down, em São Paulo, é normal os alunos reagirem negativamente diante de uma situação desconhecida. Cabe ao professor estabelecer limites para essas reações e buscar erradicá-las não pela imposição, mas por meio da conscientização e do esclarecimento.
Não se trata de estabelecer vítimas e culpados quando o assunto é o bullying. Isso só reforça uma situação polarizada e não ajuda em nada a resolução dos conflitos. Melhor do que apenas culpar um aluno e vitimizar o outro é desatar os nós da tensão por meio do diálogo. Esse, aliás, deve extrapolar os limites da sala de aula, pois a violência moral nem sempre fica restrita a ela. O Anexo Eustáquio Júnio Matosinhos, ligado à EM Newton Amaral Franco, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, encontrou no diálogo coletivo a solução para uma situação provocada por pais de alunos. Este ano, a escola recebeu uma criança de 4 anos com deficiência intelectual e os pais dos coleguinhas de turma foram até a Secretaria de Educação pedir que o menino fosse transferido. A vice-diretora, Leila Dóris Pires, conta que a solução foi fazer uma reunião com todos eles. "Convidamos o diretor de inclusão da secretaria e um ativista social cadeirante para discutir a questão com esses pais. Muitos nem sabiam o que era esse conceito. A atitude deles foi motivada por total falta de informação e, depois da reunião, a postura mudou."

Seis soluções práticas
- Conversar sobre a deficiência do aluno com todos na presença dele.
- Adaptar a rotina para facilitar a aprendizagem sempre que necessário.
- Chamar os pais e a comunidade para falar de bullying e inclusão.
- Exibir filmes e adotar livros em que personagens com deficiência vivenciam contextos positivos.
- Focar as habilidades e capacidades de aprendizagem do estudante para integrá-lo à turma.

Antecipar o que vai ser estudado dá mais segurança ao aluno

No CAIC EMEIEF Antônio Tabosa Rodrigues, em Cajazeiras, a 460 quilômetros de João Pessoa, a solução para vencer o bullying foi investir, sobretudo, na aprendizagem. Ao receber José, um garoto de 12 anos com necessidades educacionais especiais, a professora Maria Aparecida de Sousa Silva Sá passou a conviver com a hostilidade crescente da turma de 6ª série contra ele. "Chamavam o José de doido, o empurravam e o machucavam.
Como ele era apegado à rotina, mentiam para ele, dizendo que a aula acabaria mais cedo. Isso
o desestabilizava e o fazia chorar", lembra.
Percebendo que era importante para o garoto saber como o dia seria encaminhado, a professora Maria Aparecida resolveu mudar: "Passei a adiantar para o José, em cada aula, o conteúdo que seria ensinado na seguinte. Assim, ele descobria antes o que iria aprender".
Nas aulas seguintes, o aluno, que sempre foi quieto, começou a participar ativamente. Ao notar que ele era capaz de aprender, a turma passou a respeitá-lo. "Fiquei emocionada quando os garotos que o excluíam começaram a chamá-lo para fazer trabalhos em grupo",
conta. Depois da intervenção, as agressões cessaram. "O caminho é focar as habilidades e a capacidade de aprender. Quando o aluno participa das aulas e das atividades, exercitando seu papel de aprendiz e contribuindo com o grupo, naturalmente ele é valorizado pela turma. E o bullying, quando não cessa, se reduz drasticamente", analisa Silvana Drago, responsável pela Diretoria de Orientação Técnica - Educação Especial, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
Samara Oliboni, psicóloga e autora de tese de mestrado sobre bullying, diz que é preciso pensar a questão de forma integrada. "O professor deve analisar o meio em que a criança vive, refletir se o projeto pedagógico da escola é inclusivo e repensar até seu próprio comportamento para checar se ele não reforça o preconceito e, consequentemente, o bullying. Se ele olha a criança pelo viés da incapacidade, como pode querer que os alunos ajam de outra forma?", reflete. A violência começa em tirar do aluno com deficiência o direito de ser um participante do processo de aprendizagem. É tarefa dos educadores oferecer um ambiente propício para que todos, especialmente para os que têm deficiência, - Elaborar com a escola um projeto de ação e prevenção contra o bullying. "Passei a adiantar para o José, em cada aula, o conteúdo que seria ensinado na seguinte. Assim, ele descobria antes o que iria aprender." Maria Aparecida de Sousa Silva Sá, professora do CAIC EMEIEF Antônio Tabosa Rodrigues, em Cajazeiras, PB. Foto: Leonardo Silva se desenvolvam. Com respeito e harmonia.

** Os nomes dos alunos foram trocados para preservar a identidade

Reportagem sugerida por quatro leitores: Anderson Abreu, Campo Largo, PR, Lucimara Bodnar, Curitiba, PR, Mirian Andrade, Santos, SP, e Nara Santos Lima Gomes, Rondonópolis, MT.

Quer saber mais?

CONTATOS
Anexo Eustáquio Júnio Matosinhos, R. Metano, 150, 32072-120, Contagem, MG, tel. (31) 3352- 5209
CAIC EMEIEF Antônio Tabosa Rodrigues, R. Jota Claudio, s/n, 58900-000, Cajazeiras, PB, tel. (83) 3531-3095
Diretoria de Orientação Técnica - Educação Especial EMEF Professora Eliza Rachel Macedo de Souza, R. Constelação do Eridano, 200, 04858-580, São Paulo, SP, tel. (11) 5526-2053

Publicado em NOVA ESCOLA Edição 228, Dezembro 2009, com o título Chega de omissão
Oferecemos arquivo de textos específicos, de documentos, leis, informativos, notícias, cursos de nossa região (Americana), além de publicarmos entrevistas feitas para sensibilizar e divulgar suas ações eficientes em sua realidade. Também disponibilizamos os textos pesquisados para informar/prevenir sobre crescente qualidade de vida. Buscamos evidenciar assim pessoas que podem ser eficientes, mesmo que diferentes ou com algum tipo de mobilidade reduzida e/ou deficiência, procurando informar cada vez mais todos para incluírem todos.