quarta-feira, 11 de maio de 2016

Cidades e pessoas são transformadas com a adoção de espaços públicos

Totem do “Vem me Regar”, projeto da cidade de Salvador. (Foto: Marcelo Gandra/Secretaria Cidade Sustentável – Salvador)
A qualidade de vida das cidades se reflete em seus cenários. Assim como intervenções no design de vias alteram o nível de segurança que elas oferecem, o uso dos espaços públicos pelas pessoas também pode gerar profundas transformações.
Seja através de intervenções artísticas ou que sugerem a interação do público com o local, diversas cidades estão trazendo seus habitantes para “viver” mais seus espaços e ajudar a construí-los. Salvador experimenta atualmente uma dessas práticas. No mês passado, a Secretaria de Cidade Sustentável (Secis) e a Escola Municipal de Jardinagem Itinerante deram início ao projeto “Vem me Regar“, que tem como objetivo transformar as praças e áreas verdes da capital baiana por meio da participação de comunidades.
O “Vem me Regar” instala totens de madeira em diversos pontos de Salvador com diversos regadores pendurados. O primeiro deles foi montado na Praça Belo Horizonte, no bairro da Pituba. Para ajudar a promover a ação, uma equipe da prefeitura ensinou técnicas de jardinagem aos voluntários dispostos a participar do plantio de 35 árvores das espécies Pau-ferro, Pau-Brasil, Oiti, Ipê rosa, Ipê Roxo e Aroeira, todas nativas da Mata Atlântica.

Adesivo do “Quê ônibus passa aqui?” sendo aplicado em São Paulo. (Foto: ReproduçãoFacebook)
Cada espaço público tem uso e significado diferentes para cada comunidade. Por essa razão, os habitantes podem também se apropriar dos elementos do cenário urbano para melhorar o seu uso. Um problema de sinalização nos pontos de ônibus das cidades brasileiras gerou o projeto “Quê ônibus passa aqui?”, que busca sinalizar colaborativamente os locais. Através das redes sociais, o movimento, que teve início em Porto Alegre, disponibiliza o material a ser colado nas paradas. O sucesso da iniciativa levou a Empresa Pública de Transporte Coletivo (EPTC), da capital gaúcha, a financiar mais adesivos em parceria com a prefeitura.
Soluções como essa podem mudar regiões ou até a cara de toda uma cidade. O urbanista e escritor canadense Charles Montgomery escreveu sobre os elementos necessários para uma cidade feliz. Em um trecho de “Happy City: Transforming Our Lives Through Urban Design“, Montgomery deixa claro que a possibilidade de contato das pessoas com o espaço público, de elas desfrutarem os espaços comuns, como as calçadas, ruas e parques, é o que torna uma cidade mais propensa a gerar bem-estar e contentamento.

População contribui para a revitalização de um local pelo “Se Liga na Praça”. (Foto: Flink Ark)
O processo de enxergar em cada espaço urbano uma oportunidade de interação motiva trabalhos em todo o mundo. O Acupuntura Urbana é um projeto que nasceu justamente com essa proposta. A proposta, que se autodenomina “negócio social”, mapeia desafios e necessidades dos locais para conectar as pessoas com o ambiente onde vivem. “Quando a sua comunidade, organização, instituição pública ou empresa convida o Acupuntura Urbana a desenvolver um trabalho, ela está nos chamando a resgatar, valorizar e conectar o que existe de mais vivo e valoroso nas pessoas: o sentimento que transforma um espaço em lugar – o nosso poder de criar memórias e sentimentos sobre ele”, diz o site da iniciativa.
Nesse processo, o Acupuntura Urbana já desenvolveu dezenas de ações em diferentes eixos. O “Se Liga na Praça” é um deles. O projeto, coordenado pelo grupo em parceria com a comunidade de moradores, coletivos, subprefeitura, comércios, escolas e instituições locais, já promoveu a transformação de duas praças de São Paulo (Água Branca e Perus). Os locais ganharam bicicletário, cachorródromo, redário, mesas, quadra infantil, arvorismo, sinalização, entre outros elementos que convidam a população a aproveitar os ambientes.
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